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quarta-feira, 30 de março de 2011

Nova coleção H Stern


O título desse post também poderia ser "Sobre como os traços de um artista inspiram belas joias". A nova coleção da grife brasileira apresenta 25 peças inspiradas nos traços do artista e paisagista Burle Marx, falecido há 17 anos. Lindas, lindas!

terça-feira, 29 de março de 2011

A extinção da gentileza. Ou não


Será que ela está mesmo com os dias contados? Ontem, no ônibus indo trabalhar, entra uma senhora com uma criança no colo (já era grandinha, devia ter uns dois anos) e se aproxima de mim. Assustada, confiro se não estou no assento preferencial. Não, não estou. Será que ela quer me perguntar algo? Também não. Então resolvo olhar para trás. Todos os assentos estão ocupados. Minha primeira reação, é claro, foi básica: levantei e cedi meu banco para ela sentar com a pequena. É claro? Básica? Infelizmente, nem tanto. Fui a única a pensar nisso em um ônibus com pelo menos 20 pessoas, nenhuma idosa, gestante ou com crianças no colo. Confesso que no caminho para o trabalho vim pensando nisso com tristeza. Passou pela minha cabeça todo aquele questionamento básico: onde vamos parar? Que medo de ter filhos em uma sociedade assim. O que custa ser gentil? E se fosse a mãe/irmã do rapaz sentado atrás de mim, será que ele as deixaria de pé com uma criança no colo? Etc etc.
A gentileza é algo realmente raro nos dias de hoje, o que é uma pena, pois ela torna o nosso viver muito mais fácil. Ela torna os sorrisos mais frequentes, as sacolas menos pesadas, deixa todas as portas – literalmente – abertas. Ela faz os dias ficarem menos pesados e menos tormentosos, principalmente em tempos de terremotos e tsunamis. Ela faz o trânsito – e a chuva – serem menos insuportáveis, o trabalho ser mais bem realizado; as noites, dormidas com consciência leve. Quando estava em meio a todo esse turbilhão de informações (tenho a mente tagarela, como diria uma amiga hehehe), me lembrei de uma cena oposta à do ônibus, ocorrida no sábado passado. Saindo de uma festa, eu e marido fomos acompanhar meu vovô até as escadas que levavam à saída do clube e o marido ofereceu o ombro de apoio para aquela tarefa que, hoje, é muito difícil para um senhor. Ele recusou, mas agradeceu. Como meu marido não ouviu, fez questão de tocar em seu ombro e repetir: “obrigado”. Sua esposa, minha querida vó-drasta, olhou para nós com um sorriso nos olhos e disse: “A memória dele anda tão fraquinha... mas da gentileza ele não esquece nunca”. É, pensei, ainda há esperança para o mundo.

sexta-feira, 25 de março de 2011

À dor amores


O blog avisa: “À dor amores” não é só uma marca de underwear. É um caleidoscópio de amor verdadeiro, trincheiras no front, chuvas de verão e balé de estrelas cadentes” e deixa claro que não se trata de uma simples loja de lingeries. O espaço, dentro da Galeria Ouro Velho, no centro de São Paulo, não é nada convencional. Quando passei diante de sua vitrine pela última vez, em dezembro, figurava ali uma camiseta masculina super descolada e, acima dela, uma placa onde estava escrito: “camiseta de namorado, o pijama mais acolhedor” (ou algo semelhante). Ao entrar, araras com exemplares de algumas das mais criativas, sexy e finas lingeries que já vi. E que mulher resiste a rendas, pérolas e babadinhos? Eu, certamente, não. Ao engatar um papo pra lá de animado com a Marcita Amores, dona da loja, enxerguei uma discreta escada que levava ao subsolo da galeria. E lá, naquele cantinho quase escondido, uma galeria com cartoons psicodélicos. Confesso que não lembro o nome do artista (infelizmente), mas guardei muito bem a informação mais importante: sempre está rolando uma exposiçãozinha bacana ali. Ficou curioso para saber mais sobre a loja e a Marcita? A gente fez uma entrevista imperdível com ela. Acompanhe:



Vou começar com uma pergunta indiscreta: qual a sua idade?
Tenho 35 anos.

Qual foi seu primeiro contato com moda?
Praticamente nasci num ateliê de costura, minha mãe me amamentava enquanto costurava, tudo que sei da arte de vestir aprendi com ela.

Como foi sua infância?
Nunca fui de brincar de boneca, mas aos 3 anos já pregava botões em toalhas de mesa.

Qual a sua formação? Já trabalhou em outra área?
Minha formação profissional foi toda concebida no ateliê da minha mãe. Faço roupas desde os 13 anos. Não fiz faculdade e o engraçado é que, quando percebi, eu já era estilista sem ter planejado isso.

Como você definiria as lingeries À dor amores?
Nossas lingeries são um instrumento para divertir e libertar, trazer um pouco de graça ao cotidiano que, às vezes, é muito doloroso. São urbanas, porque somos mulheres cosmopolitas que vivem na quarta maior cidade do mundo, esse caos fascinante que é São Paulo. Mas também são bucólicas, feitas como no passado, quando o tempo não passava tão depressa. São elaboradas uma a uma, pelas nossas mãos, sem seguir a moda ou as últimas tendências. São feitas para fazerem parte da história da vida de quem as usa.

Como você descobriu os materiais que usa hoje?
Quando começo uma peça, à primeira vista fico fascinada pelos tecidos e aviamentos. Depois, desenvolvo e testo para ver o conforto e durabilidade.

Quantos modelos estão disponíveis na loja? Vocês trabalham só com lingeries?
Os modelos são muitos, não me lembro. Além das lingeries, que chamamos de loveswear, também tenho uma marca chamada Marcita, em que desenvolvo leggings, bodys e casacos.

Com que frequência vocês lançam novas linhas?
Não queremos fazer parte da indústria que faz um modelo ficar obsoleto a cada seis meses. Fazemos coisas novas sempre e temos modelos que já são clássicos e são editados numa infinidade de combinações e tecidos.

Como é seu processo criativo? Quem/o que te inspira?
Idealizo, modelo e costuro. Embora tenha menos tempo, pois também cuido da loja. Atualmente, a maior parte do processo ficou centralizada nas mãos da "supergirl" D. Margarida, minha mãe. A vida é minha inspiração, sempre imprevisível e surpreendente.

Fale um pouco sobre o espaço de arte, no subsolo da loja. Quais as novidades para 2011?
A microGaleria é um espaço que abriga trabalho de artistas de vertentes variadas, de preferência que nunca tenham feito exposições individuais e que ainda não façam parte do mainstream. Eles são convidados, e têm a liberdade de fazer o que quiserem. O trabalho fica em exposição por volta de um mês.

A arara que faz sonhar com tantas lingeries lindas

A responsável: Marcita Amores

XXX
Vá até lá! Rua Augusta, 1371, loja 111, São Paulo. O telefone da À dor amores é: (11) 3266-9864

quinta-feira, 24 de março de 2011

E precisa de motivo?


Olhe para foto acima. Fala sério: não é a coisa mais fofa e mais cor-de-rosa do mundo? Pois é a nova embalagem da Moët & Chandon Rosé, feita especialmente para o dia dos namorados, mas que foi lançada hoje - para jornalistas - num evento com a cara da marca: super pink e delicioso. Comidinhas, bebidinhas e pessoas muito especiais. Todo mundo brindando, é claro. “Ué? Mas hoje é quinta-feira, antes do meio-dia, ta brindando o quê?”, você deve estar pensando. Eu respondo com outra pergunta: “E a gente lá precisa de motivo para brindar? Tá bom, então um brinde ao amor” :-) A embalagem especial vem com uma caneta em que você pode escrever, desenhar, deixar a imaginação fluir para personalizar sua garrafa. Super ecológico, porque duvido que você tenha coragem de jogar fora depois de beber. Uma bela dica de presente para o dia dos namorados, a garrafa vem em uma caixinha que é puro romance acompanhada de duas taças idem.

terça-feira, 22 de março de 2011

Da nossa (constante) busca pela perfeição


Já faz tempo que quero escrever sobre isso. Muito tempo. Quando assisti ao filme Cisne Negro, há cerca de um mês, a vontade só aumentou. Mas com a correria e minha busca incessante por fazer um trabalho perfeito, veja só, não consegui sentar para escrever. E abandonei o blog por mais de uma semana, pela primeira vez. Cisne Negro (se não assistiu, recomendo, é lindo!) conta uma história em que o extremo da busca pela perfeição é, literalmente, uma loucura. Em certo diálogo, alguém diz para a bailarina Nina (Natalie Portman, protagonista da história): “Seu maior obstáculo é você mesma”. E no fundo, a busca doentia pela perfeição é exatamente isso na vida da gente: um grande obstáculo. “Porque ninguém é perfeito, desista. Você também não é”, vivo repetindo para mim mesma a fim de amenizar as culpas e dores por ver que falhei, que recebi uma crítica, que não sei fazer tudo. Mas essa verdadeira perseguição que traçamos em busca do – muitas vezes inatingível – perfeito não nos deixa em paz. Tanto que para escrever esse simples post, comecei ontem e só estou terminando hoje. E releio duas vezes antes de jogar no ar. E mais duas depois que já está lá, publicamente lançado, exposto a críticas e olhares que eu nem imagino de quem possam ser.
Pensando bem, assim como uma bailarina, um jornalista se expõe demais, se esforça demais e está sujeito a todo tipo de avaliação. Por isso mesmo, deveria saber lidar muito bem com críticas. Eu não sei. Prontofalei. E não sei não pelo fato de achar que o que eu faço é irrepreensível, de forma alguma. Não sei porque não faço simplesmente minha obrigação, não escrevo o básico, não me contento com pouco. Não quero simplesmente “bater cartão”, entregar meus textos e ir pra casa tranquila. Jamais. Eu me esforço, fico pensando em uma matéria durante o banho, durante o passeio com o cachorro, até quando estou sonhando! Eu me esmero, eu capricho, eu dou o meu melhor. Não preciso ficar horas rodopiando nas pontas dos pés (sorte!), mas sempre aplico todos os meus esforços no que faço. Deve ser meu ascendente escorpião falando alto, mas o fato é que não faço nada pela metade. E sei que muitas e muitas mulheres também são assim. Isso não se aplica só ao trabalho, é óbvio. Queremos ter a casa mais aconchegante (e limpa!) e o cachorro mais comportado das redondezas. Queremos ser amigas presentes, filhas carinhosas, companheiras ideais e, no meu caso especificamente, quero cozinhar como uma Nigella. De preferência com o corpinho de uma Gisele Bündchen. Fácil, né? E aí quando a meta se torna inatingível (ai, os ponteiros da balança que teimam em não baixar! Ai, o peixe ficou salgado!), ela vem acompanhada de muita frustração. Sei que é difícil, é um exercício quase tão extenuante quanto dançar um balé como o Lago dos Cisnes, mas é fundamental deixar toda essa expectativa de perfeição de lado, para sofrer menos. Afinal, como diz uma amiga: “A expectativa anda de mãos dadas com a perfeição”. Eu estou tentando, e você?

sexta-feira, 4 de março de 2011

Sonhos que não viram bolhas

“Sonhar não custa nada e o meu sonho é tão real”, diz um antigo samba-enredo. Eu concordo. Não consigo imaginar minha vida sem pelo menos um sonho pra me guiar todos os dias quando acordo, sempre que preciso tomar uma decisão, enfrentar um dia difícil ou simplesmente sair da cama em um dia frio. Desde um sonho bobinho, como poder ficar embaixo das cobertas com o marido antes das 21h00, até um mais sério, como imaginar um futuro profissional brilhante. Fato é que os sonhos me guiam. Sempre guiaram. “Pri, você deixa seus sonhos muito transparentes, as pessoas não estão acostumadas com isso”, já me disse uma amiga muito querida. É verdade, eu não consigo esconder. Se tem uma coisa que eu não tenho é um sonho secreto. Por isso – e por um motivo bem especial que vou contar abaixo – resolvi fazer uma lista dos meus maiores sonhos, aqueles que tenho desde criancinha, desde que brincava de bonecas, pulava amarelinha e assistia aos Smurfs na TV. Eis minha listinha de sonhos:

- casar. De branco, véu e grinalda. Na igreja. Com um menino (lembrem que sonhava isso desde beeeem pequeninha, e confesso que acho fofo minha sobrinha de 4 anos tocar no assunto...hehehe) de olhos azuis. Ufa, esse já realizei!
- Pilotar um avião. Este me parece o mais distante. Mas sonhar pótchi, né?
- Ter filhos. Este, acho que está perto de virar realidade. :-)
- Voar de balão. Quem sabe um dia?
- Conhecer Veneza. Mais um pra lista dos realizados. Não se concretizou sem uma boa dose de lágrimas de felicidade.
- Conhecer a Turquia. Conhecer a Grécia. Conhecer... ah, pensando bem, conhecer o mundo. Este sonho está indo pelo caminho certo.
- Ir aos desfiles das escolas de samba. Assistir ao vivo e não dançando e cantando diante da TV como faço desde que me conheço por gente. Esse, bem...

Posso dizer que ele inspirou esse post. Semana que vem, conto novidades, mas posso adiantar que estou muito feliz por marcar mais um sonho na minha listinha. Ao mesmo tempo, já trato de providenciar outros, claro, para sempre ter uns não-realizados para me motivar. Ah, e claro, não preciso nem dizer que a realização dos sonhos não cai do céu, né? A gente tem que, literalmente, correr atrás. Mas é inegável que o primeiro passo é sonhar. E você? Já fez sua listinha? Ela é pública ou secreta? Conta pra mim!

Beijos e tenha um ótimo carnaval!

quinta-feira, 3 de março de 2011

Estou loira. Ai meu Deus! E agora?

Depois de meses de dúvida, pesquisas na internet, nas revistas e muuuitas conversas com o cabeleireiro de confiança, eis que decidi: fiz luzes nos cabelos. Para um homem comum, essa simples frase já deve despertar muita estranheza. Como assim “cabeleireiro de confiança”? Por que tantos meses de dúvida? Afinal, é só cabelo. E cabelo cresce. Aliás, o que são luzes?  Para as mulheres comuns – eu inclusa – pintar os cabelos é um drama gostoso de viver. É quase como saltar de paraquedas: você passa meses se preparando psicologicamente, morrendo de medo de se arrepender, depois procura o profissional adequado para lhe ajudar nessa tarefa, por fim busca o equipamento ideal (a tinta, no caso) e se joga. Meses depois esquece que passou por esse terror e resolve passar por tudo de novo. Terror, sim, porque cabeleireiros são do bem, mas adoram uma torturazinha e fazem sua escova enquanto você está DE COSTAS para o espelho. Naquele momento, você está com as mãos suando frio e o diabinho da consciência cutucando seu ombro com frases como: E se manchar? E se ressecar? E se ficar artificial? E se ficar verde? E se...? E se...? E se...? Tudo desaparece num passe de mágica quando você se olha no espelho e vê que o resultado ficou melhor do que você esperava (ou não, mas aí só resta chorar e esperar, sim, o cabelo crescer ou encontrar um profissional melhor pra cobrir aquela tinta que parece escorrer com suas lágrimas. Não falei que era um drama?). E aí, feliz com seus loiros cabelos – de luzes californianas, por favor – você sai poderosa para enfrentar o mundo. E permanece com essa sensação por alguns meses. É, como dizia Vinícius, o amor pelo cabelo é eterno enquanto dura. E a gente muda de ideia rapidinho ao ver aquela artista de cabelos pretos-azulados ou uma amiga que ficou ó-ti-ma com o vermelho acaju que é moda na estação.