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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Do gênio Hooligan e das celebridades

François Pinault lançou um comunicado. Editoras de todas as Vogues mundo afora (menos a brasileira, que tem um site sem notícias) comentaram. Familiares, modelos, estilistas, stylists, empresários. Todos de luto pela morte de McQueen. Ele foi encontrado morto (acredita-se que tenha sido suicídio) ontem em sua casa, em Londres. Mas não é da tragédia que quero falar. É de visão. De inspiração. De genialidade. Em um momento tão marcado por "personalidades" ou, pior, "celebridades" como ex-BBBs vale à pena a gente se voltar para as verdadeiras celebridades. Aquelas que são célebres pelo trabalho que desenvolvem, pelo tanto que inovam, pela forma como tocam a sensibilidade alheia e até mudam a vida das pessoas. Pode parecer exagero, mas é exatamente assim que me sinto quando vejo gênios como ele indo embora. Ele no mínimo foi uma pessoa extremamente sensível a ponto de ter uma visão e uma percepção de que sua personalidade, rebelde e meio rockeira por natureza,
era o que muita gente buscava. As criações do bad boy para seu desfile de formatura chamaram a atenção da stylist Isabella Blow, ela também uma mulher de visão. Quando viu o espetáculo na passarela sentiu a convicção que só quem tem um sexto sentido bem apurado sente. E, sem titubear, comprou TODAS as peças da coleção. Isso, sem dúvida, foi o que impulsionou o rebelde - apelidado Hooligan - a criar uma moda cada vez melhor. Poucos anos atrás, já no Olimpo dos fashion designers, McQueen - que chegou a ganhar uma premiação das mãos da rainha da Inglaterra, pasmem - ousaria dizer: "eu não sou celebridade. Deixem isso para as estrelas do tapete vermelho". Sinto te desapontar, McQueen, mas você era e - eu acredito - sempre será uma celebridade. E não sou só eu que estou dizendo não. A definição do dicionário Houaiss para celebridade recai sobre você: 1. reputação bem estabelecida; fama, notabilidade, renome; 2. pessoa célebre, afamada, ilustre; 3. o que é incomum ou extravagante. Alguma dúvida?
Para concluir, Anna Wintour, editora-toda-poderosa e também ela uma celeb, disse: “Ele trouxe um senso unicamente britânico de ousadia e coragem estética para o palco global da moda". E se ela disse, quem sou eu para não assinar embaixo, né?

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