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quarta-feira, 17 de março de 2010

A primeira exposição a gente nunca esquece




Programando o próximo fim de semana, passeei por sites e blogs culturais e me deparei com a exposição de Andy Wahrol, que começa esse sábado na Pinacoteca, em São Paulo. Reúne 170 obras do mestre da pop art e se enquadra naquele quesito "mostras imperdíveis". E foi pensando nisso que puxei o fio da memória e cheguei à primeira exposição importante a que fui na vida. Morando em Milão já há alguns meses, fazia tempo que tentava combinar com uma amiga de ir conhecer a cidade de Lugano, na parte italiana da Suíça. Minha expectativa girava em torno de uma cidadezinha - em que a principal atração é um lago e um centro histórico super charmoso - e chocolates, muitos chocolates. Tanto que, assim que descemos do trem, o primeiro passeio foi a orla desse tal lago e o segundo foi nosso almoço. Chocolate. Sim, sou do tipo de pessoa que poderia trocar café-da-manhã, almoço, jantar e ceia por chocolate se, por um acaso do destino, uma fada bondosa retirasse com sua varinha de condão todas as calorias... voltando à vida real. Chocolate de almoço e sobremesa naquele dia em um já distante 2003 me fizeram ver a vida mais doce. E perceber, ao passar diante de uma galeria, a placa "Mostra Speciale: Egon Schiele". Eu e minha amiga entramos e ela, europeia, adorou a exposição. Eu? Eu fiquei perdidamente apaixonada! Os quadros desse jovem que morreu tuberculoso e é autor de obras-primas que retratam como ninguém o sofrimento e a sexualidade, como a pintura que ilustra esse post, me deixaram sem fôlego, sem paz, sem sentir as batidas do meu próprio coração. E essa foi apenas a primeira de outras mostras importantes que tive a oportunidade de (vi)ver: Modigliani, obras da Galleria degli Uffizi, algumas do Louvre, Matisse na Pinacoteca, acervo do MASP, Jesús Sotto, acervo do Museu Calouste Gulbekian em Lisboa e do Museu Picasso em Barcelona e a mostra do Chagall no MASP, entre outras, também me fizeram sonhar. A exposição dos trajes de ópera de Lacroix na FAAP foi puro delírio e não encontro palavras para descrever o que senti ao visitar o Museu da Moda de Paris, além do Museu da Moda de Florença. Mas nada se compara à sensação inesquecível que tive ao entrar na primeira exposição importante da minha vida. Talvez porque no fundo eu soubesse que ainda teria muita "emoção artística" pela frente. E essa mostra especial era apenas um prenúncio disso.

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