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quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Três lições inocentes que aprendi com o nada inocente “50 tons de cinza”



O livro é erótico. Não é literatura clássica, não enriquece seu vocabulário. Mas é uma boa narrativa e uma ótima diversão. E, como todo jornalista, não conseguiria não ler o que todo mundo está comentando. Explicado? Vamos ao que interessa:


  1. Toda mulher tem sua deusa interior. Os momentos mais divertidos do livro são quando a autora narra o que sente por dentro quando se apaixona, quando bate a insegurança e quando se sente realizada (afetiva e, claro, sexualmente). Entre as mais engraçadas estão “minha deusa interior está dançando a dança dos sete véus” ou “minha deusa interior dá um salto com vara sobre a barra de quatro metros e meio”. É bobinho? Inocente? Talvez, afinal trata-se de uma garota de 21 anos que é virgem (pelo menos no começo do livro). Mas pra mim foi perfeito. Tenho certeza que tenho essa tal de deusa interior aqui dentro e ela se manifesta das mais diferentes formas. Como, inclusive, a posição de ioga zen que a personagem comenta.
  2. “Se ele falou, falou porque quis” (ou algo parecido com isso). É o conselho que a mãe da protagonista lhe dá enquanto ela se tortura tentando entender se ele gosta dela, porque escreveu tal coisa ou quando começa a ter certeza de que ele a apresentou aos pais porque se sentiu coagido. Acho que esse item dispensa maiores explicações, né, meninas? Quem nunca se torturou por algo que nem tinha motivo ou ficou tentando entender alguma reação do namorado/rolo/amigo?
  3. Seu inconsciente é pior que o grilo falante do Pinocchio. É aquele capetinha cutucando sua cabeça que faz você se perguntar: estou gorda? Como ele gostaria de uma pessoa tão atrapalhada como eu? Por que fiquei com ele? Droga, eu não devia ter bebido e etc etc e vários etc


“Não tem nenhuma novidade aí”, você deve estar pensando. Sim, é verdade, são sensações com as quais eu convivo há muito tempo. #quemnunca? Mas ainda não tinha pensado de uma forma tão detalhada, nunca tinha organizado as ideias desse jeito. É interessante olhar de fora e ver que a maioria dos nossos monstros – e também dos nossos deuses – quem cria é a gente mesmo.

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