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sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Entre presentes e memórias

Existe algo melhor do que presentear alguém que a gente ama? Existe, sim. Ganhar um presente de quem a gente adora :-)
Em tempos de Natal – gente, dá pra acreditar que falta menos de um mês? –, resolvi reunir depoimentos de amigas que podem servir de dica se você está aí, sem inspiração. E também são um aviso para começar a se mexer, afinal, uma garota esperta não deixa para comprar seus presentes no dia 20 de dezembro, hein?

“O primeiro grande presente que dei pro meu marido – na época meu namorado – foi um violão. Ele sempre me dizia que tinha feito uma música pra mim, mas não tinha onde tocar, pois nunca tinha tido um violão. [Ministério do Só Porque eu Gosto adverte: saber pedir um presente de forma delicada tem seu valor] Eu queria muito dar isso pra ele e para isso fiz a primeira compra parcelada da minha vida. Tive que pedir um talão de cheques pro banco e tudo. Paguei em três vezes um valor que correspondia, na época, a metade do meu salário”.

“Tive um namorado que, por saber que eu amava salgadinhos de pacote (vou ser sincera, meus preferidos são aqueles sem marca conhecida, bem “vagabundinhos”) armou em uma festa de aniversário minha uma piscina de plástico daquelas infantis. E encheu de salgadinhos! Até hoje quando lembro dessa história eu me divirto”.
uma ilhota quase deserta e foi super romântico. Como ele é fotógrafo, fez muitas fotos daqueles dias, que eu adoro olhar... menos aquelas de corpo inteiro. As de biquíni me davam arrepios, pois eu estava super gordinha na época. Pois sabe o que ele fez? Pegou duas dessas fotos, tratou no Photoshop, deixou meu corpo lindo e me deu de presente. Foi uma das lembranças mais engraçadas e especiais que já ganhei na vida”.

“Havia tempo que eu queria fazer caminhadas para emagrecer, mas vivia arranjando desculpas para não começar, e a mais frequente delas era que eu não tinha um tênis adequado. Para me estimular, ele me deu um tênis por mês, durante 10 meses, até eu encontrar o ideal para mim”.

“Eu dei pro meu pai um mural de fotografias cheio de fotos das viagens que nós dois fizemos juntos”.

“Meu ex tinha terminado o namoro comigo e no dia do aniversário dele eu montei uma caixa com uma garrafa de champanhe, chocolates e todas as coisas que já havia escrito sobre nós dois em minhas agendas e blogs”.

Eu sei, eu sei. Ficaram faltando os meus presentes inesquecíveis, né? Mas para não me estender muito hoje, resolvi deixar para um próximo post.


PS.: Nos depoimentos acima não constam nomes, pois minha intenção era só contar histórias.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Enquanto eu esperava...


O cenário
A sala de espera de uma ginecologista, em algum lugar da zona oeste de São Paulo




Os personagens
Cinco ansiosas pacientes, duas secretárias aflitas e uma médica atribulada




O enredo
Uma das pacientes é uma mulher de cerca de 40 anos, cabelos cacheados, aparentemente aflita, fala ao telefone com alguém (marido? namorado?). “Não, ainda não fui atendida. (silêncio) Pois é. Ainda não sei”. Ela entra na sala para a consulta e demora cerca de 40 minutos. Sai ainda mais aflita.


Outra delas sou eu. Trinta e poucos anos, consulta para exames de rotina, angustiada pelo atraso de duas horas e devorando uma revista nesse meio-tempo.


Uma terceira paciente é uma senhora (eu chutaria 60 anos...) que chega com o marido. A sala de espera está tão lotada que o pobre coitado não tem nem aonde sentar. Desce e vai aguardar na portaria, depois de direcionar um olhar doce para a esposa.


Chega, a seguir, outra senhora, lá pelos seus 50, acompanhada da filha (35? 37?). Ambas conversam sobre viagens. “Portugal, talvez”, diz a filha. E ficam mostrando matérias nas revistas que folheiam enquanto partilham de nossa sofrida espera em uma manhã de sexta-feira de sol.


A última paciente chega chamando toda a atenção para si. Uma senhora elegante, com uma bela calça azul marinha de algodão, bem larguinha e fresca, por volta de 50 anos, que já chega perguntando: “quanto está atrasado? Mais de meia hora...ihhhhh, não sei se vou poder esperar”. A secretária, muito pacientemente responde: “Senhora, não temos mais nenhuma data para esse ano. A agenda da doutora está lotada até 20 de dezembro e ainda não abrimos a agenda do ano que vem”. E a “distinta senhora” começa a folhear a agenda da secretária mostrando possíveis vagas no lotado diário de trabalho da dra. Sandra. “E esse dia?”. A secretária, segurando o riso: “É sábado senhora. Graças a Deus não trabalhamos nesse dia”. Depois de tanto “causar”, a paciente se senta e espera sua vez.


O problema é que ela foi chamada antes de mim, e fui calmamente relatar o caso à secretária, que já estava esgotada de tanto atender ligações e repetir sempre a mesma ladainha: “Senhora, não temos mais nenhuma data para esse ano. A agenda da doutora está lotada até 20 de dezembro e ainda não abrimos a agenda do ano que vem”. Ao falar com as secretárias, falei que já estava lá há duas horas e meu chefe não devia estar gostando muito do meu atraso. A verdade é que, além dessa preocupação com o horário, eu estava mesmo era aflita para passar logo por essa tortura pela qual todas nós, mulheres, passamos (ou deveríamos passar) anualmente.


Que tortura é essa? Ela começa quando precisamos marcar a consulta (aqui em São Paulo isso significa dois meses de antecedência pelo menos). Continua no momento em que percebemos que a espera vai ultrapassar uma hora (e ela sempre ultrapassa) e atinge seu ápice quando precisamos deitar naquela cama. Mas vou poupá-los dos detalhes sórdidos e terminar essa história por aqui, acrescentando a ela um final feliz. A médica me pareceu ótima. Segura (o que é fundamental) e atenciosa (o que já se tornou raro, infelizmente). Deu todas as informações de que eu precisava e me fez sair de lá aliviada. Pelo menos até a consulta do ano que vem.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Em busca do anti-celulite perfeito


Você faz tudo direitinho: evita gorduras e frituras, faz atividade física ao menos três vezes por semana, mas a maldita não desaparece. Aquele aspecto de casca de laranja parece os olhos da Monalisa quando você está diante do espelho: não importa a direção em que você se mova, ela parece estar ali, te olhando. Te aterrorizando. Aquela pele de aspecto repugnante está ali. E nem as magras estão a salvo. É, sem dúvida, a celulite é o terror das mulheres. A não ser, é claro, que você tenha MUITO dinheiro para gastar nas “mais novas promessas anti-celulite do mercado”, em tratamentos que podem incluir injeções de carbono, ultrassom e a cláááássica drenagem linfática. Não é o meu caso. Então, me resta apelar para algo que também não é assim, baratinho, mas pode quebrar um galho. É aí que entra minha busca pelo anti-celulite ideal (anti-celulite leva hífen? Ai mudança ortográfica dos infernos...). Passei os últimos anos atrás de lançamentos. Já comprei até um internacional que prometia reduzir o tal do aspecto de laranja em poucas horas. É óbvio que não funcionou. Apostei então em produtos de farmácias de manipulação indicados pela dermato, mas dá-lhe paciência para ir ao médico toda vez que o potinho acaba. Passei para um creme da Dermage, recomendado pela Nat Leão, minha personal trainer virtual (rs),  que era muito bom, mas pelo que vi no site, eles não fabricam mais. “É claro, né? Fez efeito”, pensei na hora. Saí então hoje de manhã imbuída de uma missão: encontrar o creme que vai turbinar minha “operação Rio de Janeiro”. Depois de muito conversar com a vendedora da farmácia, que tentou me empurrar, é claro, o creme mais caro (pasmem: R$155!!!), decidi levar um da Elancyl Paris. Vamos ver como ele vai se sair. É um lançamento e resolvi experimentar. Minha penúltima empreitada (antes do creme da Dermange) também tinha sido com uma marca francesa reconhecida. Mas não fez nem cócegas. E olha que meu estado nem é tão calamitoso assim. Fico pensando em quem tem os tais furinhos de verdade...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Chanel, boutique, esmaltes e outras feminilidades

A fachada

O interior e todas as suas tentações

Acabei de voltar da nova loja da Chanel no shopping Iguatemi e está incrível! O espaço é super clean, à la Chanel mesmo, com linhas retas e detalhes no tecido que traduz tão bem a marca. Detalhe: a decoração dessa boutique, com toques de azul fazendo parte da charmosa mescla de fios chamada tweed e que é sinônimo da grife, é a primeira de uma série de lojas Chanel que terão seu décor redefinido nessa linha. Os produtos, claro, são um encanto, sobretudo a bolsa metade em tweed (sempre ele) e metade em minipaetês, aplicados a mão por bordadeiras da maison Lesage. "São 90 etapas até essa bolsa ficar pronta", me informou a simpática atendente que estava por lá e reparou no meu encantamento. Fora isso, um luxinho para as jornalistas que foram visitar a boutique: um nail bar. Isso mesmo, manicures de um salão top de São Paulo aplicavam nas unhas de quem passava por lá os últimos lançamentos em esmaltes Chanel. E quem entende minimamente sabe que a grife também é campeã em lançar tendências que pegam pra valer e todo mundo tenta imitar. Eu tenho nas unhas agora o Khaki Rose, por exemplo, que foi aplicado em menos de 10 minutos, em uma única camada. "Ele vem com o ultra-brilho junto e seca rapidinho", contou a experiente manicure.
Quando começo a me arrepender de ficar com essa maravilha por apenas dois dias nas mãos, porque sexta-feira pre-ci-so dar um jeito nas cutículas, recebo a lembrancinha tão venerada por alguns jornalistas: dois esmaltes da grife. Quer dizer que vou poder desfilar minhas unhas super "in" por mais algum tempo. Pelo menos até a chegada da próxima coleção.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Is it all about money?


Não, não sou uma pessoa que acredita que dinheiro traz felicidade. Também não sou uma consumista desvairada, que compra itens sem precisar ou frequenta os melhores restaurantes da cidade. Muito menos sou daquelas que espera o dinheiro cair do céu: desde os 16 anos eu trabalho ininterruptamente para garantir minha graninha com toda a independência a que ela me dá direito no fim do mês. Por que então, dinheiro ainda tira o meu sono? Vou além no meu questionamento: por que cargas d’água dinheiro é tabu na sociedade brasileira?
Dia desses, estava lendo um texto na ótima revista TPM que falava sobre essa realidade: qualquer pessoa minimamente desinibida pode conversar sobre sexo em uma mesa de bar, mas quando o assunto é grana, dindin, bufunfa, money, as pessoas desconversam, ruborizam, mudam o rumo do papo e não passam a anos luz de qualquer problema ligado a isso.
Seja por vergonha, seja por hábito mesmo, a gente não fala sobre dinheiro. Toda vez que precisa fazer um orçamento ou apresentar uma proposta salarial é uma tortura, isso para não falar na questão da conta nos primeiros passeios a dois: eu pago a conta ou deixo ele pagar? Por causa do dinheiro, um jantar com amigos pode virar um dilema: a gente racha ou leva um vinho? Etc etc. Não digo que esse tipo de contratempo atrapalhe minha vida, pelo contrário. Acho até que eu lido com isso de forma natural e acredito que caixão não tem gaveta, a vida é feita para ser aproveitada e dinheiro é o meio e não o fim. Ele deve resolver problemas e não criá-los, enfim. Mas o fato é que fui levada a pensar com mais freqüência no assunto nos últimos meses, pois as coisas andam apertadas lá pelas bandas de casa. Nada preocupante, apenas um acúmulo de gastos imprevistos, como um novo membro na família (meu cãozinho, Bolota para os íntimos), uma ou outra viagem a trabalho e cositas afins.
Só que, em um momento como este, qualquer gasto a mais é capaz de tirar a gente do sério. O que dizer então de uma imobiliária que resolve complicar sua vida? Ela não quer facilitar as coisas e resolve que nenhum dos idôneos fiadores que você apresenta serve. Nenhum dos dois pode bancar um aluguel que eu tenho pagado religiosamente nos últimos dois anos. Sem atrasar um dia sequer. É de chorar, né? Nesta semana, presenciei um diálogo mais ou menos assim:
 - Calma, senhora, a senhora pode renovar seu seguro-fiança.

- Eu sei, mas vocês são muito intransigentes, eu apresentei duas opções de fiadores, com fichas aprovadas por vocês e vocês não querem aceitar. Eu não tenho R$1.500 para pagar hoje.

- Mas só vence no dia 20, senhora.

- Entendo, mas é como se eu queimasse esse dinheiro. Eu não preciso dele, nunca atrasei um dia esse bendito aluguel. Além disso, meu contrato vence em junho. Por que tenho que pagar o valor equivalente a um ano de fiança?

- Sinto muito, senhora, é assim que funciona.



É mole? Aí, ligo pro meu pai, indignada. E ele me responde calmamente com um jeito 100% honesto, que lhe é peculiar: “É assim mesmo, minha filha, algumas pessoas são desonestas. E aí, quem é correto sempre ‘paga o pato’”.

:-(