Quem disse que isso é normal?
Sim, demorou, mas chegou o momento. O momento mais cruel e, ao mesmo tempo, onipresente na vida de uma mulher. O de começar a academia. Digo onipresente porque a gente sempre para e recomeça. Sempre. Exceto uma ou outra amiga sarada (óbvio), magra (ai que ódio) e com pouca celulite (sim, porque se sua garota não tiver celulite, meu amigo, aviso desde já: não é uma garota. É um garoto) que mantém uma disciplina ferrenha e permanece fiel à mesma academia e ao mesmo professor. Exemplos raros, é verdade, mas existem.
Não é meu caso. Confesso que não sou o mais sedentário dos seres, portanto se esperavam encontrar uma história de alguém que nunca se exercitou e acaba de encontrar seu amor pelos alteres, podem mudar de blog. Eu sempre fiz algum tipo de atividade física: de tae kwon do (sim, acreditem) a dança de salão, passando por step, dança do ventre e musculação. Nos últimos dois anos andava adepta da corrida na esteira, mas como mudei de prédio, a academiazinha que existe no térreo não é lá essas coisas e a esteira mais estraga do que funciona.
Precisei tomar uma atitude drástica. E é aí que entra a academia. Sempre tive horror ao ambiente. Primeiro porque sou uma pessoa zero competitiva, então não suporto as comparações de bíceps, tríceps e abdômen que rolam (in)discretamente diante do espelho. Quando chego para me exercitar em algum aparelho e vejo que o fulano que o usara antes de mim levantava 50 quilos enquanto eu quase morro para erguer 5 também tenho vontade de sumir. Em segundo lugar, detesto o desfile de roupas de academia. Prefiro gastar meu rico dinheirinho em um belo vestido ou um par de scarpins. Nunca (eu disse NUNCA) terei prazer em escolher um tênis, uma meia de última geração ou um top-que-absorve-o-suor-com-tecido-desenvolvido-pela-Nasa. Mas o ápice do horror ocorre quando estou, de fato, me exercitando sozinha, com uma música bate-estaca de fundo, fingindo que isso é natural. Gente, não é! É tudo menos natural. Eu me sinto uma pata choca levantando pesos, me sinto uma sedentária fazendo abdominais e, de quatro, exercitando os malditos glúteos, me sinto patética!!!
Enfim, mas voltando à necessidade. Toda mulher moderna que se preze, principalmente depois que passou dos 30, (momento em que nosso relógio biológico entra em greve, decide parar e nunca mais queimar uma caloria de graça, sem esforço) PRE-CI-SA se exercitar. Não só para emagrecer, mas porque é saudável, para aumentar as defesas do organismo, diminuir o efeito dos tétricos e altamente “envelhecedores” radicais livres e para cuidar até mesmo da postura, afinal, a gente passa o dia sentada diante do computador (salvo raras exceções). Pois é. Precisa. (suspiro)
Então vamos aos fatos: eu amo dançar. Queria que inventassem uma dança que queima 1000 calorias em uma hora. É possível? Não? Ah, pena. Adoro comer. Dá pra criar um chocolate que queime 1.000 calorias em uma hora? Nem pensar? Tá, tá, tá, tá (com entonação do Seu Madruga). Vamos para a academia. Escolhi uma pequena, low profile, perto de casa. Posso ter treino de musculação se quiser. Mas também posso apenas fazer as aulas, que vão de bike e box (ugh!) a step e Pilates (agora, sim!). Vou tentar, gente, vou tentar. E prometo contar aqui as peripécias aprontadas por lá. Afinal, como diria minha amiga (que compartilha comigo desse momento “já que precisa, então vamos fazer”): “Pensa nas banhas e não reclama”.