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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Faça seu próprio pão. Ou sobre "Você é o que você come" (e o planeta também)

Pão de aveia

Pão de centeio com linhaça e geleia caseira


No meu último aniversário, ganhei de presente uma máquina de fazer pão. Na verdade, para ser bem sincera mesmo, eu me dei esta máquina. Sim, porque não aguentava mais comer os “pães de borracha” industrializados, que não têm gosto de nada e muitas vezes levam farinha branca, mesmo os ditos “integrais”, “sete grãos”, “dez grãos” etc. Ah, sim, e pagar quase R$10 por eles. Você já reparou, aliás, como eles duram até dez dias? Isso não pode ser normal. Mas, enfim, comprei.

Nunca fui daquelas doidas por pão, que sofrem quando precisam cortá-lo da dieta por um simples motivo: se como pão uma ou duas vezes na semana é muito. Mas meu marido come todos os dias e, agora que passo mais tempo em casa, pensei que serei um ótimo hobby. Sim, cozinhar para mim é hobby.

E aí que comecei com o branco básico, variei para cenoura, aveia, centeio com linhaça (receitas incríveis que recomendo muito do site La Cucinetta)... e faz um mês, apenas, que a maquininha chegou aqui em casa. Toda vez que faço um pão novo e posto no Facebook, recebo vários comentários, perguntas de receita, da marca da “panificadora” etc. Ou seja, o negócio tá fazendo sucesso. E olha que ainda estou longe de dominar a técnica. Mas o fato não é este, o fato é que uma tendência de comportamento muito forte está pintando por aí: a gente quer mesmo é fazer o próprio alimento. Quer saber o que está comendo. Finalmente, ufa!

Minha mãe, por exemplo, ótima cozinheira que é, nunca fez um pão em casa. Provavelmente porque as coisas não eram tão artificiais como são hoje, mas lembro como se fosse hoje que a mãe de uma grande amiga de adolescência fazia pão caseiro, e quando eu ia jantar na casa dela e comia uma fatia fumegante... hummm! E ela quando ia à minha casa preferia pão francês, que quase nunca tinha na dela. Vai entender, né? J
Agora, o mais legal disso tudo é que passeando pela web eu me deparei com este site. O projeto "Fome de quê?", da consultoria de inovação Questto Nó, está fazendo um mapeamento de tendências de consumo ligadas ao universo da alimentação. O objetivo comercial é servir de ferramenta de inovação por marcas do setor. Mas de quebra eles estão disseminando conhecimento nesta área.

“Por ser um expoente no que diz respeito a uma experiência imersiva e sensorial, o ato de alimentar o corpo convida as pessoas a preencherem suas experiências de rituais, significados e conteúdos próprios, além de representar um dos pilares essenciais da vida”, dizem os pesquisadores. E mais: Até 2050, a população mundial chegará a 9 bilhões de pessoas. “Para garantir alimento suficiente para todos, precisaremos aumentar nossa produção agrícola em até 70%, número que poderia ser menor se o desperdício de alimentos não fosse de até 50%, como ocorre atualmente”. E por aí, reúnem exemplos superbacanas que já estão acontecendo por aí para reverter esta perigosa situação. Vale a pena visitar o site porque tem muita coisa legal, mas selecionei minhas três ideias favoritas:

1. Smart Herb Garden, da Click and Grow. É uma smart mini-horta para produção caseira de ervas e tomates. Comporta até três mudas de planta, que crescem em solo nanotecnológico balanceado e são alimentadas pela luz acoplada. É necessário fornecer apenas água uma vez por mês.

2. A Gastromotiva é a primeira organização do Brasil a promover a transformação e a inclusão social por meio da gastronomia. Ela ajudou a criar o Movimento da Gastronomia Social no Brasil, que oferece cursos de capacitação para jovens carentes que querem atuar na área. Não é in-crí-vel?

3.Kitchen Surfing. Saca o Couch Surfing, em que você reserva pela internet um sofá para dormir, ou o Airbnb, onde você aluga apartamentos? Então! Aqui, você se conecta a cozinheiros e comensais, dependendo do seu objetivo, promovendo experiências gastronômicas caseiras.

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