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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

E o tempo não pára


Num almoço entre cinco mulheres, o assunto invariavelmente vai passar pelas agruras que advêm do passar do tempo. Ou melhor, pobre do tempo, elas resultam mesmo é do avançar da idade. Ô palavrinha que sempre faz as mulheres sofrerem. Se perguntamos, ela é recebida como ofensa, se somos perguntadas, sempre causa um certo desconforto. Seja porque temos 15 e queremos entrar na balada onde menores de 18 são barradas, seja porque temos 60 e queremos usufruir da fila mais curta no banco e as pessoas olham torto porque acham que temos 50, seja - horror dos horrores - quando nos consideram mais velhas (sobretudo depois que passamos dos 25). Eu brinco, já falei em um post anterior, inclusive, que os 30 são o começo do fim. Quem escuta, costuma rir achando que é piada. É claro que existe um certo exagero nessa frase, mas sem dúvida, se pensarmos na natureza da mulher é, sim, quando tudo - fisicamente falando - começa a despencar. É quando as rugas começam a dar os primeiros sinais de sua existência e quando um horário fixo no salão uma vez por mês para cobrir os fios brancos se torna obrigatório. E, claro, não menos importante,é quando engordar se torna uma sina, o carma na vida de qualquer balzaquiana, afinal, me disse a médica com a maior naturalidade do mundo: "de agora em diante, de 5 em 5 anos, você vai engordar ao menos 1 quilo, mesmo se mantiver a mesma rotina de exercícios e dieta". Animador. Mas esqueça o lado físico, afinal, ele não é o mais importante. Analise o conjunto da sua vida. Não tem jeito, a crise dos 30 vem com ainda mais força. Pois, à medida em que essa idade fatídica se aproxima mais e mais nos questionamos, com muita força, com as profundezas de nosso coração, se escolhemos a profissão certa, se estamos seguindo um rumo profissional correto, se estamos nos sujeitando ao que não precisamos, se já está na hora de casar, de ter filhos, de reencontrar os amigos perdidos no caminho (da escola, da faculdade ou do bairro em que crescemos), de fazer a segunda (ou terceira) faculdade, de dar a cara a tapa ou se preservar, de se jogar ou fazer pose de maturidade... Ê fase complicada, né? Para mais crises, volte nesse blog daqui a 8 meses. Eu conto se suportei a chegada dos 30. Prometo. Agora, o que me consola é que, claro, o passar do tempo nos traz a paz necessária para nos importarmos menos com o biquini que vamos usar na praia, com o que vão pensar se não soubermos a música do momento, como vão nos julgar quando estivermos dançando, beijando, conversando... Ah, e no meio desse turbilhão de sensações tem algo que, mais do que consola, me anima. Se eu ficar velhinha, bem velhinha, que eu esteja com todos os meus amigos, filhos, familiares e marido do meu lado. E que não perca a alegria de viver, o ânimo pelo trabalho, o bom humor e o jogo de cintura. E, de preferência, que eu possa ostentar elegantemente um belo colar de pérolas para refletir nele todas as minhas ruguinhas e experiências.

2 comentários:

  1. ai amiga, q desfecho lindo e verdadeiro... vc ainda eh daqui 8 meses, pior eu q eh daqui 26 dias... aff... bjoss

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  2. Vixe, menina, já estou passando todas essas crises agora que vou fazer 25... Imagine quando eu for fazer 30! hehe... Bjo :)

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