O blog avisa: “À dor amores” não é só uma marca de underwear. É um caleidoscópio de amor verdadeiro, trincheiras no front, chuvas de verão e balé de estrelas cadentes” e deixa claro que não se trata de uma simples loja de lingeries. O espaço, dentro da Galeria Ouro Velho, no centro de São Paulo, não é nada convencional. Quando passei diante de sua vitrine pela última vez, em dezembro, figurava ali uma camiseta masculina super descolada e, acima dela, uma placa onde estava escrito: “camiseta de namorado, o pijama mais acolhedor” (ou algo semelhante). Ao entrar, araras com exemplares de algumas das mais criativas, sexy e finas lingeries que já vi. E que mulher resiste a rendas, pérolas e babadinhos? Eu, certamente, não. Ao engatar um papo pra lá de animado com a Marcita Amores, dona da loja, enxerguei uma discreta escada que levava ao subsolo da galeria. E lá, naquele cantinho quase escondido, uma galeria com cartoons psicodélicos. Confesso que não lembro o nome do artista (infelizmente), mas guardei muito bem a informação mais importante: sempre está rolando uma exposiçãozinha bacana ali. Ficou curioso para saber mais sobre a loja e a Marcita? A gente fez uma entrevista imperdível com ela. Acompanhe:
Vou começar com uma pergunta indiscreta: qual a sua idade?
Tenho 35 anos.
Qual foi seu primeiro contato com moda?
Praticamente nasci num ateliê de costura, minha mãe me amamentava enquanto costurava, tudo que sei da arte de vestir aprendi com ela.
Como foi sua infância?
Nunca fui de brincar de boneca, mas aos 3 anos já pregava botões em toalhas de mesa.
Qual a sua formação? Já trabalhou em outra área?
Minha formação profissional foi toda concebida no ateliê da minha mãe. Faço roupas desde os 13 anos. Não fiz faculdade e o engraçado é que, quando percebi, eu já era estilista sem ter planejado isso.
Como você definiria as lingeries À dor amores?
Nossas lingeries são um instrumento para divertir e libertar, trazer um pouco de graça ao cotidiano que, às vezes, é muito doloroso. São urbanas, porque somos mulheres cosmopolitas que vivem na quarta maior cidade do mundo, esse caos fascinante que é São Paulo. Mas também são bucólicas, feitas como no passado, quando o tempo não passava tão depressa. São elaboradas uma a uma, pelas nossas mãos, sem seguir a moda ou as últimas tendências. São feitas para fazerem parte da história da vida de quem as usa.
Como você descobriu os materiais que usa hoje?
Quando começo uma peça, à primeira vista fico fascinada pelos tecidos e aviamentos. Depois, desenvolvo e testo para ver o conforto e durabilidade.
Quantos modelos estão disponíveis na loja? Vocês trabalham só com lingeries?
Os modelos são muitos, não me lembro. Além das lingeries, que chamamos de loveswear, também tenho uma marca chamada Marcita, em que desenvolvo leggings, bodys e casacos.
Com que frequência vocês lançam novas linhas?
Não queremos fazer parte da indústria que faz um modelo ficar obsoleto a cada seis meses. Fazemos coisas novas sempre e temos modelos que já são clássicos e são editados numa infinidade de combinações e tecidos.
Como é seu processo criativo? Quem/o que te inspira?
Idealizo, modelo e costuro. Embora tenha menos tempo, pois também cuido da loja. Atualmente, a maior parte do processo ficou centralizada nas mãos da "supergirl" D. Margarida, minha mãe. A vida é minha inspiração, sempre imprevisível e surpreendente.
Fale um pouco sobre o espaço de arte, no subsolo da loja. Quais as novidades para 2011?
A microGaleria é um espaço que abriga trabalho de artistas de vertentes variadas, de preferência que nunca tenham feito exposições individuais e que ainda não façam parte do mainstream. Eles são convidados, e têm a liberdade de fazer o que quiserem. O trabalho fica em exposição por volta de um mês.
A arara que faz sonhar com tantas lingeries lindas
A responsável: Marcita Amores
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Vá até lá! Rua Augusta, 1371, loja 111, São Paulo. O telefone da À dor amores é: (11) 3266-9864
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