Será que ela está mesmo com os dias contados? Ontem, no ônibus indo trabalhar, entra uma senhora com uma criança no colo (já era grandinha, devia ter uns dois anos) e se aproxima de mim. Assustada, confiro se não estou no assento preferencial. Não, não estou. Será que ela quer me perguntar algo? Também não. Então resolvo olhar para trás. Todos os assentos estão ocupados. Minha primeira reação, é claro, foi básica: levantei e cedi meu banco para ela sentar com a pequena. É claro? Básica? Infelizmente, nem tanto. Fui a única a pensar nisso em um ônibus com pelo menos 20 pessoas, nenhuma idosa, gestante ou com crianças no colo. Confesso que no caminho para o trabalho vim pensando nisso com tristeza. Passou pela minha cabeça todo aquele questionamento básico: onde vamos parar? Que medo de ter filhos em uma sociedade assim. O que custa ser gentil? E se fosse a mãe/irmã do rapaz sentado atrás de mim, será que ele as deixaria de pé com uma criança no colo? Etc etc.
A gentileza é algo realmente raro nos dias de hoje, o que é uma pena, pois ela torna o nosso viver muito mais fácil. Ela torna os sorrisos mais frequentes, as sacolas menos pesadas, deixa todas as portas – literalmente – abertas. Ela faz os dias ficarem menos pesados e menos tormentosos, principalmente em tempos de terremotos e tsunamis. Ela faz o trânsito – e a chuva – serem menos insuportáveis, o trabalho ser mais bem realizado; as noites, dormidas com consciência leve. Quando estava em meio a todo esse turbilhão de informações (tenho a mente tagarela, como diria uma amiga hehehe), me lembrei de uma cena oposta à do ônibus, ocorrida no sábado passado. Saindo de uma festa, eu e marido fomos acompanhar meu vovô até as escadas que levavam à saída do clube e o marido ofereceu o ombro de apoio para aquela tarefa que, hoje, é muito difícil para um senhor. Ele recusou, mas agradeceu. Como meu marido não ouviu, fez questão de tocar em seu ombro e repetir: “obrigado”. Sua esposa, minha querida vó-drasta, olhou para nós com um sorriso nos olhos e disse: “A memória dele anda tão fraquinha... mas da gentileza ele não esquece nunca”. É, pensei, ainda há esperança para o mundo.
A gentileza é algo realmente raro nos dias de hoje, o que é uma pena, pois ela torna o nosso viver muito mais fácil. Ela torna os sorrisos mais frequentes, as sacolas menos pesadas, deixa todas as portas – literalmente – abertas. Ela faz os dias ficarem menos pesados e menos tormentosos, principalmente em tempos de terremotos e tsunamis. Ela faz o trânsito – e a chuva – serem menos insuportáveis, o trabalho ser mais bem realizado; as noites, dormidas com consciência leve. Quando estava em meio a todo esse turbilhão de informações (tenho a mente tagarela, como diria uma amiga hehehe), me lembrei de uma cena oposta à do ônibus, ocorrida no sábado passado. Saindo de uma festa, eu e marido fomos acompanhar meu vovô até as escadas que levavam à saída do clube e o marido ofereceu o ombro de apoio para aquela tarefa que, hoje, é muito difícil para um senhor. Ele recusou, mas agradeceu. Como meu marido não ouviu, fez questão de tocar em seu ombro e repetir: “obrigado”. Sua esposa, minha querida vó-drasta, olhou para nós com um sorriso nos olhos e disse: “A memória dele anda tão fraquinha... mas da gentileza ele não esquece nunca”. É, pensei, ainda há esperança para o mundo.
Pri que lindo este texto... como sempre né?
ResponderExcluirTodo mundo me pergunta sempre porque eu vivo tanto com a minha avó, porque faço tudo para ela e eu sinto que nem preciso responder... porque além do amor, a gentileza com os mais velhos faz parte daquilo que a gente aprendeu, né?
beijão, Má