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terça-feira, 13 de abril de 2010

liberdade condicional


É assim que eu me sinto por ser mulher. Numa espécie de liberdade condicional. Depois da queima de sutiãs, das mulheres ganhando o mercado de trabalho e da maravilha do acesso à pílula anticoncepcional, ainda me pergunto: que liberdade é essa? Esses dias, assistindo ao programa Saia Justa, no GNT, vi que o tema era esse: afinal, as mulheres são mesmo livres? Como seria o novo femininismo? Sim, pq essa fórmula que está por aí, por favor, ne? Já foi seu tempo. Feministas bradando aos quatro cantos que buscam direitos iguais e podem, muito bem, ser felizes sozinhas, já eram. Ao menos no meu ponto de vista. Mas não é nem esse meu foco, o feminismo dos dias de hoje. Não. Minha questão é: será mesmo que somos livres? Retomando a pergunta feita acima, eu me arrisco a dizer: NÃO! Não somos livres para re-al-men-te escolher. Temos liberdade sexual, sim, mas se alguma garota resolve se manter virgem até quando bem entender, é criticada, vira alvo de piadas, é cobrada no grupo de amigas. Podemos fazer botox, plástica, lipo, mas e se a gente quiser envelhecer e sair desse mundo plasticamente padronizado, pombas? Temos forte inserção no mercado de trabalho, sim, em profissões nunca antes sonhadas, mas com salários mais baixos. E vou muito além disso: temos a liberdade de poder trabalhar em qualquer área, mas não temos a liberdade de trabalhar em casa. Podemos ter babás, diaristas, berçários, e ser completamente independentes. Mas nos é negado o direito de ter filhos e poder cuidar deles de perto. Temos obrigatoriamente que nos dividir entre trabalho, casa e filhos. Não sem uma grande dose de sofrimento. Analise bem: mesmo em profissões em que a presença física no ambiente de trabalho não é obrigatória (caso da minha) diariamente, temos que "bater cartão". Qual seria o problema de fazer algumas entrevistas (o que já faço) por telefone ou e-mail e aparecer na redação uma vez por semana, no momento em que textos são editados e páginas fechadas? Nos outros dias, caberia a nós administrar nosso próprio tempo que, veja você, ainda não nos pertence. É ou não é uma liberdade condicional?

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