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quarta-feira, 28 de julho de 2010

Chico-buarquizando


Eu confesso. Conheço pouco. Muito pouco. Sou uma novata na arte da música de Chico Buarque. Talvez a única falha na educação musical que meus pais e avós me deram em rodas de violão em família foi essa. Eles não gostam de Chico (sim, porque basta você conhecer uma música para se sentir íntima dele e chamá-lo só pelo apelido). Acham sua voz enjoativa, talvez resquício do período da ditadura, época em que sua voz não estava mesmo no período áureo. Então eles o preteriam a Caetano Veloso, Gilberto Gil, Vinícius de Moraes, Tom Jobim, Cartola, Noel Rosa, Alcione, Sandra de Sá e toda a música brasileira da melhor qualidade, reunindo nova e velha guarda em um repertório de violão extensíssimo e que me fez amar MPB e samba desde o berço. Mas é claro que sempre tive curiosidade a respeito do que escreviam e cantavam aqueles olhos de um azul penetrante. Principalmente por saber que ele é praticamente uma unanimidade entre as mulheres de quase 30 e que não há mulher que não suspire pelo seu jeito de bom rapaz e suas letras brilhantes.
Pois bem. Antes tarde do que nunca, e a santa protetora dos ouvidos colocou na minha vida um marido vindo de uma família que adora Chico Buarque e me introduziu em seu universo. No começo confesso ter tido uma certa relutância, porque acho toda unanimidade agressiva em um certo ponto. Mas aos poucos fui me entregando às doces melodias e às letras difíceis de compreender, quiçá de decorar. Duas pontes que me ligaram à sua música foram cantoras que adoro: Ana Carolina e Zizi Possi. Ana gravou Beatriz (Olha, Será que ela é moça? Será que ela é triste? Será que é o contrário? Será que é pintura o rosto da atriz?) e Zizi gravara há muito tempo Eu Te Amo (Se nós nas travessuras das noites eternas Já confundimos tanto as nossas pernas Diz com que pernas eu devo seguir. Se entornaste a nossa sorte pelo chão, Se na bagunça do teu coração Meu sangue errou de veia e se perdeu), uma letra que permaneceu na memória como uma das mais lindas já escritas até hoje. Pois é. Hoje, apesar de conhecer pouco, muito pouco de Chico (nada que se compare ao que algumas amigas e minha cunhada conhecem...hehehe), sou obrigada a dizer: eu também me entreguei à sua linda música.
PS: mesmo sendo uma caloura na arte chico-buarquense tenho que admitir que foi muito difícil escolher apenas duas músicas para usar de exemplo nesse post. Principalmente porque Joana Francesa foi a primeira música dele que ouvi ao lado do marido. E sua letra profunda, inteligente e sensível também me traz belas recordações.

Um comentário:

  1. Estava no cursinho, estudando para passar no vestibular e me lembro muito bem de uma professora de literatura que era apaixonada por ele, então todas as aulas ela dava um jeitinho de citar as suas canções e como você bem definiu: suspirava...rs...Mas qual mulher que resiste a tanto charme e lindas canções?

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