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quinta-feira, 4 de março de 2010

Eu não quero ser igual


Não quero. Simplesmente não quero ser igual a um homem. Lendo hoje pela manhã um artigo sobre o que ainda falta para as mulheres serem iguais aos homens (uma melhor divisão da tal da dupla jornada, salários iguais etc etc etc) comecei a pensar a respeito. O artigo veio completar uma conversa que eu e marido tivemos ontem com um amigo. Ele comentou - sabiamente, diga-se de passagem - que toda vez que vai dar toques profissionais ou fazer críticas ao trabalho de suas funcionárias precisa começar dizendo: abstrai. Não leve para o lado pessoal. Não fique chateada com o que vou falar aqui etc etc etc. Porque senão elas choram. Ou pelo menos ficam magoadas. E me dei conta que é verdade. Lidar com críticas não é fácil para ninguém, mas para as mulheres é mais difícil. Talvez por que a gente se cobre demais, tenha que dar conta de muitas responsabilidades, mesmo em meio à montanha-russa de hormônios (e sentimentos) que nos assola mensalmente. Talvez porque não admitimos errar - e digo por experiência própria. É um defeito, claro, mas somos assim por natureza. E era nesse ponto que eu queria chegar. Natureza. Somos diferentes dos homens e é aí que está a graça. Nós temos TPM. Nós costumamos desabafar chorando. E sempre me pergunto por que raios é considerado anti-profissional chorar quando você tem algum problema! É a vontade que temos, ora bolas! Mas, não. É preciso reprimir. É preciso não se sentir triste/magoada/ofendida se lhe dizem algo que de fato lhe entristece/magoa/chateia. Ao mesmo tempo, nós (tá bom, vai, a maioria de nós) costumamos ser mais organizadas. Agora, me responda: você já viu algum homem ser criticado por ser desorganizado? Ser recriminado ou demitido por isso? Não! Esse é um defeito que eles naturalmente costumam ter, mas isso não faz deles menos profissionais. Assim como chorar não deveria nos diminuir. E prosseguimos lá, engolindo os sapos e o choro, para solta-lo apenas quando chegamos em casa. Aqui está o cerne da questão? eu não sou um homem. Sou mulher. Tudo o que desejo é ser respeitada por isso. E não ser tratada como um homem! E estou falando profissionalmente para nem entrar no mérito de igualdade sexual, igualdade afetiva, igualdade de atitudes. Sim, sou mulher, sim, sexo para mim só com amor. Sim, faz parte de meus planos ser mãe - adoro pegar um bebê no colo e sabe que levo jeito pra isso?, sem medo de ser feliz - e não serei completamente realizada enquanto isso não acontecer. Sim, eu sento com as pernas cruzadas, uso saia, adoro flores no cabelo, vario o brinco todos os dias e de-tes-to usar terninho. Fica aqui meu protesto: eu simplesmente não quero ser tratada como homem e muito menos ter igualdade de condições com eles. Pronto, falei!

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