quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Um texto inspirador para a quinta-feira
Já falei aqui no blog sobre como um texto bem escrito me surpreende, emociona e inspira. Hoje recebi um boletim muito legal que circula entre os jornalistas, chamado Jornalistas &Cia. Coordenado por Eduardo Ribeiro, o J&Cia está completando 15 anos e lançou uma edição especial, onde traça um perfil de profissionais que fizeram -e fazem - a história do jornalismo. Entre eles, um que eu admiro muito, Caco Barcellos. Para homenagear esse gênio da escrita, da reportagem e da investigação o J&Cia se esmerou e publicou um perfil inspirador, que não resisti e preciso dividir com vocês. Confiram:
O pessoal do jornal Versus achou graça quando aquele rapaz gaúcho apareceu na redação pilotando um Gurgel branco com um adesivo onde se lia “Imprensa”. Era meados da década de 1970 e o que ele queria ali era escrever, ainda que fosse para ganhar pouco ou nada. Em plena ditadura, o jornal era um sucesso da contracultura. O nome do rapaz era Caco Barcellos, um ex-taxista de Porto Alegre que usou o dinheiro das bandeiradas para custear a faculdade. Versus era produzido e dirigido majoritariamente por uma equipe de gaúchos, comandada pelo já renomado Marcos Faerman. “Caco chegou a São Paulo com a cara, a coragem e alguns contatos”, conta o também economista Paulo de Tarso Venceslau, um dos dirigentes da publicação. O garoto logo impressionou os conterrâneos e outros editores da grande imprensa. “Ele metia a cara mesmo. Não queria nem saber. E era persistente: ia atrás, levantava histórias e tinha bom faro”, lembra Paulo. Da imprensa alternativa para a grande imprensa foi um pulo. Caco era bem jovem em 1976, mas já carregava a fama de repórter de ponta. Foi uma das estrelas da constelação levada pela Editora Abril naquele ano para o lançamento de um ambicioso projeto editorial com foco na cobertura da televisão brasileira, a revista TV Guia, que fechou menos de um ano depois de ter sido apresentada ao mercado com pompa e circunstância, como uma sucedânea de InTerValo, sucesso de público nos anos 1960. Tinha entre 27 e 28 anos quando recebeu a missão de fazer a matéria de capa da edição de número 1: um perfil detalhado de Sílvio Santos, que, à época, havia rompido com a Globo e partia para o seu próprio canal de televisão, a então TVS, que mais tarde viraria SBT. Veio o dia da estreia e a matéria de capa de Caco foi o destaque. Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia e integrante da equipe da revista, lembra: “Conversando com ele, logo depois, a rodinha de estagiários quis saber como ele se sentia sendo o escolhido para missão tão nobre. Muito sereno, simples como sempre foi, respondeu: ’Caros, sinto uma frustração muito grande, porque mais da metade da matéria foi cortada, por pressões da cúpula, por causa do conteúdo crítico da reportagem’.
Ela mostrava Sílvio e o império que já havia construído em todos os seus matizes, como deveria ser uma reportagem com personagem tão famoso e polêmico, como ele era. ‘O que aí está é um arremedo do trabalho que fiz, infelizmente. Começamos mal‘. Ficamos todos embasbacados com aquela afirmação e com a tranquilidade com que ele falou, sem qualquer constrangimento, dentro da própria redação. Sua trajetória posterior só confirmou o que vimos no começo de sua carreira, ainda que de forma fugaz. Ficou a lição e o reconhecimento pelo trabalho sério e a visão crítica do repórter”. Pelo livro Abusado, uma imersão no mundo de grandes grupos que comandam o crime organizado no Rio de Janeiro, Caco ganhou o Prêmio Jabuti de livro de não-ficção em 2004. Em 1992 já havia desconstruído a Polícia Militar de São Paulo com o polêmico Rota 66, também agraciado com o Jabuti. Nos últimos 15 anos, levou para casa quatro Comunique-se, três Vladimir Herzog e um Embratel. Atualmente no comando do programa Profissão: Repórter, da TV Globo, Caco está no ambiente em que se sente melhor. Livre para pautar, produzir, viajar e contar histórias.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Os 10 mandamentos do casamento
Você deve estar pensando: quem é você, sua fedelha, com apenas 3 anos de casada, para me dar conselhos sobre casamento? Mas eu respondo: sou uma mulher da mesma geração que você (você, pessoa que está me lendo agora), que passou por todos as dores e delícias de um início de casamento em pleno século XXI. Para a história não assumir um tom professoral e nem parecer algo sério, afinal, não existe manual para nenhum tipo de relacionamento (Gente, vocês não levaram a sério o título, levaram?), resolvi criar alguns mandamentos para minhas amigas e primas que acabaram de casar, estão casando ou em vias de. Vamos lá, então.
1 – Não te estressarás com pequenas manias do seu amado. Sim, porque você acha que o fato de ele jogar toalha molhada na cama ou não abaixar a tampa da privada pode ser tão grave a ponto de tirar seu sono ou provocar discussões diárias.
2 – Lembrarás do que sentiu no dia do casamento todos os dias. Sabe que escrever os votos antes de casar é útil para isso? Mas se você não escreveu, vale reler as cartas dos tempos de namoro e recordar de todos os motivos que levam você a amar essa pessoa.
3 – Não esperarás que o outro mude após entrar na porta da igreja (ou do cartório, ou do clube, ou do próprio apartamento com a chave em mãos). Ninguém muda, nin-guém! Se você casa esperando que ele seja mais atencioso ou que seu ciúme vai diminuir porque vocês dividirão o mesmo teto, esqueça. Fuja enquanto há tempo!
4 – Alimentarás o amor diariamente. Escrevendo bilhetinhos surpresa, mandando flores sem data marcada, mandando um SMS, um twitter, um e-mail só para lembrar como essa pessoa te faz feliz.
5 – Serás uma pessoa melhor. Se seu relacionamento te faz sofrer, te põe pra baixo, alimenta seu estoque de auto-críticas, te tira o sono (no mau sentido), te faz evitar sua família e se distanciar dos seus amigos, desencana. Esse relacionamento já está no Titanic e para afundar, é um passo.
6 – Pensarás a respeito do relacionamento. É fundamental não continuar com alguém por simples comodismo, porque não quer ficar solteira, porque já conhece o gosto da pessoa ou por qualquer outro motivo que não seja puro amor. Por menos do que isso, não vale à pena.
7 – Não te acomodarás. É quase uma continuação do mandamento anterior, mas vai mais além. O ministério da saúde dos casamentos adverte: não cuidar da pele, dos cabelos, da barriguinha, do hálito e da roupa colocam pra correr qualquer marido/esposa.
8 – Dividirás os armários igualmente. Tá, confesso, sou uma péssima esposa e não sigo esse mandamento, mas respeito os outros nove, vai? Além disso, respeito o espaço do meu marido, mesmo que não respeite o espaço das roupas (e dos sapatos, óbvio) dele. J
9 – Compartilharás as duras tarefas do lar. Se você não tem a sorte de possuir faxineira, cozinheira, lavadeira, passadeira, empregada doméstica, encanador, eletricista e governante durante 24 horas por dia e sete dias da semana, conforme-se: mais cedo ou mais tarde vai se deparar com afazeres domésticos e se não tiver com quem dividir, acredite, será muito mais duro. Para ambos.
10 – Compreenderás e respeitarás o cansaço e a TPM alheias. Gente, acho que só “compreenderás e respeitarás” já pode resumir tudo. Quando nenhum dos mandamentos, dicas, truques, livros de auto-ajuda e conselhos derem certo, apele para esse. Ele sempre funciona. Na dúvida, vá tomar um banho, esfrie a cabeça, e coloque, sempre todos os pingos nos is. Resolva tudo antes de ir para a cama. Essa eu aprendi com meus pais: é melhor ter várias pequenas discussões ao longo da vida, resolvendo tintim por tintim tudo o que te incomoda do que ter uma única e derradeira briga. Em resumo, eu diria que dormir brigados nunca dá certo. E esse mandamento eu respeito com todas as minhas forças, pois é o mais importante de todos.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Uma bolsa para sempre
Hoje, num almoço gostosinho no restaurante Kinoshita, harmonizado com vinhos chilenos Ramirana (tá bom, pode babar, eu deixo), estávamos em poucos jornalistas e o papo enveredou para os lados do luxo. Uma das jornalistas comentou, não sem compreendido tom de surpresa, que sua filha adolescente lhe pediu esses dias uma bolsa Gucci. O papo, informal, é claro, foi para o lado: "ah, não vale. Pagar uma fortuna por uma bolsa?" Ou então, para: "A Louis Vuitton deveria é pagar para as pessoas fazerem marketing dela exibindo seu logotipo por todos os lugares" ou ainda o comentário divertido: "Eu tenho uma amiga que diz que usa Louis Vuitton para se sentir segura". Preferências estéticas à parte, eu trabalho nesse universo (atentem, não disse que consumo, disse que trabalho com isso) e confesso, adoro. Adoro saber que tem gente que faz de uma bolsa uma obra-prima, que existem gênios capazes de reunir uma equipe de 50 artesãos especializados ao extremo em suas atividades e disso, resultar uma coleção de joias que mais parecem esculturas. Admiro que ainda existem empresas que não usam mão de obra escrava e nem barata em países em desenvolvimento, mas se esforçam em formar seus profissionais. Empresas que fazem artigos de couro, mas respeitam os animais, sua forma de criação e seu abate. Admiro, respeito e escrevo sobre. Essas grifes cobram caro, mas, acredite, tem um porquê. E consumo consciente tem mais a ver com o investimento de milhares de reais em uma bolsa feita assim, vinda de uma empresa que emprega milhares de pessoas, e que vai durar para sempre, do que em comprar cinco bolsas de "vintão" na 25 de março, feitas com matéria-prima e mão-de-obra que vão fazer mal para você, para o meio-ambiente, para a sociedade.
Enfim, para encurtar a história, o papo passou para video-games (confesso que, distraída, perdi o fio da meada e não sei como chegamos aí), quanto custam e como são divertidos para as crianças, que deveriam se preocupar mais com isso do que com bolsas caras. Nesse ponto, não resisti e tracei um comentário. "Ah, tá, vocês acham uma bolsa Gucci cara, mas um Play Station 3, não? Olha, se você quer uma dica, fica com a bolsa. Dura para sempre. Você vai passar para suas filhas e netas e ela não vai quebrar nem ficar ultrapassada. Principalmente se for uma Gucci".
Prontofalei!
terça-feira, 21 de setembro de 2010
noite perfeita para...
...uma focaccia de alecrim e sal grosso quentinha, regada com azeite espanhol extra-virgem, belisquetes de azeitona e tomatinho cereja, uma taça de vinho e uma companhia deliciosa. Hummmm... Preciso de mais alguma coisa nessa noite chuvosa?
Ah, qualquer dia posto a receita super especial da minha sogrinha para essa focaccia. Demora para ficar pronta, mas vale cada mordida, digo, cada minuto.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Minina di Minas
Sabe aquele clima “senta aqui, vamos conversar? Pegue um cafezinho e um pão de queijo”? Pois é exatamente o que você vai encontrar na loja foférrima e com acessórios ainda mais foférrimos de fachada pink com a escrita em neón Minina di Minas. O interior de ar retrô e a supersimpática Graciela Starling realmente farão com que você se sinta em casa. Uma casa super estilosa, com pegada meio barroca e sem medo de abusar dos acessórios, vale dizer. Sentar para bater um papo com ela pode facilmente fazer com que você estoure seu tempo, e também seu orçamento. Afinal, existe algo mais irresistível do que um artesanato bem desenhado, que resulta em peças únicas, pra lá de charmosas e femininas? Não, né. Sóporqueeugosto adora! E aproveitou para conversar com essa mineirinha numa manhã de setembro. Confira:
Desde quando você gosta de moda?
Eu sou de Itajubá, Minnnns. [desculpem, mas reportar o sotaque aqui foi inevitável...hehehe] Desde criança sou louca por acessórios, principalmente chapéus. Minha mãe conta que aos 6 anos de idade eu só usava os vestidos que tinham chapéus combinando, então em todas as minhas fotos de infância, eu estava com um chapeuzinho. Isso foi crescendo comigo, é claro, e com o passar do tempo, comecei a produzir algumas peças para consumo próprio. Com isso, percebi que minhas amigas sempre comentavam meu estilo e meus acessórios e resolvi, então, começar a vender.
Foi quando você resolveu largar a Publicidade?
Isso. Sou formada em Publicidade e cheguei a trabalhar na área por dois anos e meio. Quando me formei, já estava trabalhando, mas concluí que realmente aquela área não era para mim. Peguei, então, toda a minha poupança que tinha sido depositada pelo meu padrinho, e ela não passava de R$500! Fui atrás, então, de peças para revender para complementar meus brincos de acetato, assim fazia mais volume. Em seguida, passei a comercializar em feiras.
Como você se profissionalizou?
Fui estudar, né? Fiz cursos de modelagem, corte e costura... Isso ampliou meus horizontes e passei a produzir bolsas, enfeites para os cabelos e minha linha não parou mais de crescer.
E você nunca mais deixou esse universo?
Nunca mais. Um dos eventos mais importantes que eu vivenciei nesse sentido foi o convite que recebi para o Mercado Mundo Mix de Lisboa, em 2008. Levei duas malas com peças para vender e vendi tudo! Aproveitei que estava por lá e fiz uma viagem pela Europa, que terminou em Barcelona, onde fiz um curso de design de acessórios (no IED). Voltando para o Brasil, aprimorei as técnicas e os materiais utilizados e já estava pronta pra ter uma boutique para chamar de minha. (risos)
Quando nasceu, efetivamente, a Minina di Minas?
Em 26 de julho de 2009. Aqui, 95% do que eu vendo é produção minha. Eu construí o conceito da marca, sou eu que desenho as peças e faço questão que toda a produção (exceto a das bolsas de couro) seja feita em MG. Acho que até a energia que vem de lá é especial.
Qual é o conceito da marca?
Ela prega o resgate. Eu tenho a sensação de que quanto mais o mundo perde suas fronteiras graças, principalmente, à internet, mais as pessoas voltam a procurar suas origens. E é isso que eu busco com a minha marca. Todas as minhas peças são inspiradas no barroco mineiro, um misto de romantismo e sensualidade. Para mim, acessório não se enquadra no universo da moda, mas no do estilo, pois é atemporal. Por isso eu não crio coleções de inverno e verão. Mas em compensação, estou sempre em produção e chegam peças novas à loja a cada 15 dias. Outro elemento importante é que crio no máximo três exemplares de cada peça.
Quais são seus projetos mais imediatos?
Tenho dois prioritários: o primeiro é criar, em parceria com o Sebrae-MG, uma cooperativa de mulheres que possam aprender sobre o artesanato que vendo aqui e participar de todo o processo. O segundo é desenvolver uma linha de acessórios para noivas. Esse está a todo vapor! Para você ter ideia, até o fim de setembro chegarão à loja oito peças conceituais para esse público.
Eu sei, eu sei, você amou, né? E agora?
Vá até lá! Rua Desembargador do Vale, 212, em Perdizes, São Paulo. O telefone da Minina di Minas é: (11) 2769-6930
Alguns dos acessórios
Um prenúncio da nova linha para noivas
O interior charmoso da boutique
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Para sonhar
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Filosofando sobre Friends
A super-organizada Monica
A apaixonada Rachel
Minha preferida, a despreocupada Phoebe
Psiu, eu tenho três segredos, mas não conte para ninguém! Fui adolescente, mas nunca me liguei em séries americanas. Atualmente, não tenho TV a cabo. Recentemente resolvi reparar uma "falha" da minha adolescência, mesmo que com atraso, e peguei na locadora, por meses a fio, todas as temporadas de Friends que, pasme, nunca tinha assistido. Se você também nunca viu, não tem problema porque não vai deixar de entender esse texto. Se é contra o capitalismo norte-americano, filmes holywoodianos, cultura dominante, cinema besteirol, por favor, mude de blog. Esse aqui não é para você. Agora, se você já assistiu a algum episódio desse divertido grupo de seis amigos vai compreender melhor o que estou falando.
Dessa simples série, com poucos atores convidados, elenco de apoio mínimo e cenário e orçamento super enxutos (a propósito, essa descrição lhe faz lembrar exatamente da situação que você encontra no trabalho ou na faculdade?), é possível extrair algumas lições. Não diga nada, nem reclame a respeito. Antes de me julgar, leia. Ao fazer essa verdadeira "imersão" no universo dos personagens (é, gente, assisti em quatro meses o que as pessoas comuns levaram 10 anos assistindo), me peguei pensando no quanto me pareço e o que tenho de mais diferente de cada um deles. E me fiz a proposta de começar uma melhora imediata em características que não gosto de ter. Vamos lá?
Eu quero ser menos Mônica na vida. Confesso que essa personagem cheia de manias, doente por ordem e limpeza e extremamente perfeccionista e competitiva às vezes se apossa de mim. Sai pra lá, Mônica, eu não quero ser assim.
Também quero ser menos Phoebe. Ela se contenta em fazer um trabalho que não lhe atrai e perde a paciência muito fácil. Eu realmente ando meio intolerante de uns tempos para cá.
O lado Rachel é o mais fácil de deixar de lado, mas uma veia consumista pulsa em mim quando me deparo com a bendita palavra "Liquidação" em alguma vitrine.
Em compensação, a Mônica tem uma qualidade que me agrada muito: ela não se deixa abater: foi gordinha na adolesência, desprezada pelo garoto que amava na escola, sua mãe sempre deixou claro que ela não era a preferida, ela descobriu que não podia ter filhos (seu maior sonho) e nada disso a abalou. Ela seguiu em frente e nunca se contentou com as coisas pela metade.
Já a Rachel tem meu lado apaixonado: namora quem realmente gosta, vibra quando acontece algo bom, fica profundamente deprimida quando algo ruim ocorre e trabalha com o que mais ama (e o que eu mais amo também): moda.
A Phoebe, admito, é minha preferida entre os seis personagens. Ela tem muitas características que não tenho e adoraria ter. Um jeito despreocupado de viver, algo "deixa a vida me levar", sem dramas nem discussões profundas, mas com um jeito de acreditar que as coisas vão dar certo no final. Ela é praticamente minha amiga Carol. Outra qualidade é que ela fala absolutamente tudo o que pensa, sobretudo quando algo a incomoda. E grita quando tem vontade. Isso eu admiro! rs Ah, nós temos uma coisa em comum: não tocamos nada de violão e somos horrivelmente desafinadas.
Taí, "filosofando" (não me mate, cunhada filósofa, estou brincando) sobre Friends, eu diria que quero ser mais Phoebe nessa vida! E você?
A apaixonada Rachel
Minha preferida, a despreocupada Phoebe
Psiu, eu tenho três segredos, mas não conte para ninguém! Fui adolescente, mas nunca me liguei em séries americanas. Atualmente, não tenho TV a cabo. Recentemente resolvi reparar uma "falha" da minha adolescência, mesmo que com atraso, e peguei na locadora, por meses a fio, todas as temporadas de Friends que, pasme, nunca tinha assistido. Se você também nunca viu, não tem problema porque não vai deixar de entender esse texto. Se é contra o capitalismo norte-americano, filmes holywoodianos, cultura dominante, cinema besteirol, por favor, mude de blog. Esse aqui não é para você. Agora, se você já assistiu a algum episódio desse divertido grupo de seis amigos vai compreender melhor o que estou falando.
Dessa simples série, com poucos atores convidados, elenco de apoio mínimo e cenário e orçamento super enxutos (a propósito, essa descrição lhe faz lembrar exatamente da situação que você encontra no trabalho ou na faculdade?), é possível extrair algumas lições. Não diga nada, nem reclame a respeito. Antes de me julgar, leia. Ao fazer essa verdadeira "imersão" no universo dos personagens (é, gente, assisti em quatro meses o que as pessoas comuns levaram 10 anos assistindo), me peguei pensando no quanto me pareço e o que tenho de mais diferente de cada um deles. E me fiz a proposta de começar uma melhora imediata em características que não gosto de ter. Vamos lá?
Eu quero ser menos Mônica na vida. Confesso que essa personagem cheia de manias, doente por ordem e limpeza e extremamente perfeccionista e competitiva às vezes se apossa de mim. Sai pra lá, Mônica, eu não quero ser assim.
Também quero ser menos Phoebe. Ela se contenta em fazer um trabalho que não lhe atrai e perde a paciência muito fácil. Eu realmente ando meio intolerante de uns tempos para cá.
O lado Rachel é o mais fácil de deixar de lado, mas uma veia consumista pulsa em mim quando me deparo com a bendita palavra "Liquidação" em alguma vitrine.
Em compensação, a Mônica tem uma qualidade que me agrada muito: ela não se deixa abater: foi gordinha na adolesência, desprezada pelo garoto que amava na escola, sua mãe sempre deixou claro que ela não era a preferida, ela descobriu que não podia ter filhos (seu maior sonho) e nada disso a abalou. Ela seguiu em frente e nunca se contentou com as coisas pela metade.
Já a Rachel tem meu lado apaixonado: namora quem realmente gosta, vibra quando acontece algo bom, fica profundamente deprimida quando algo ruim ocorre e trabalha com o que mais ama (e o que eu mais amo também): moda.
A Phoebe, admito, é minha preferida entre os seis personagens. Ela tem muitas características que não tenho e adoraria ter. Um jeito despreocupado de viver, algo "deixa a vida me levar", sem dramas nem discussões profundas, mas com um jeito de acreditar que as coisas vão dar certo no final. Ela é praticamente minha amiga Carol. Outra qualidade é que ela fala absolutamente tudo o que pensa, sobretudo quando algo a incomoda. E grita quando tem vontade. Isso eu admiro! rs Ah, nós temos uma coisa em comum: não tocamos nada de violão e somos horrivelmente desafinadas.
Taí, "filosofando" (não me mate, cunhada filósofa, estou brincando) sobre Friends, eu diria que quero ser mais Phoebe nessa vida! E você?
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Dia de princesa. Pero no mucho
Para uma segunda-feira, até que está bom. Hoje fui a um almoço pra lá de especial na loja Scandinavia Design, em que, entre os convidados, se encontrava (detesto ênclises, detesto ênclises, detesto ênclises. Encontrava-SE é muito feio) o príncipe Joachim da Dinamarca. Para minha alegria pessoal, pois quem nunca teve curiosidade de ver de perto como é um príncipe DE VERDADE? E também para minha satisfação profissional, pois consegui falar por alguns minutos a sós com o herdeiro real. Elegante no vestir, fino no trato, gentil ao compreender meu nervosismo que não permitiu que o chamasse de Sua Alteza, mas usasse um simples "you" ao abordá-lo. Assim é o príncipe. :-) Está certo que ao sair do almoço, vim direto para o "tronco" (vulgo, redação...rs) e estou trabalhando até agora. Mas é por esses acontecimentos que vale muito à pena ser jornalista. Ah, sexta-feira dei uma esticadinha à Casa Cor do RJ, que está linda! Outra razão para comemorar o trabalho nosso de cada dia. E agora, no fim do dia, mais um motivo para fazer sonhar qualquer princesa da vida real: a coleção cruise 2011 (de alto verão, para quem não é do ramo), da Louis Vuitton, está para chegar às lojas brasileiras. Veja nas fotos e diga a verdade: se não é digno de uma princesa contemporânea, no mínimo reverencia uma das mulheres mais lindas que já passaram por Saint-Tropez (e Búzios e o resto do mundo): Brigitte Bardot. Para sonhar (se você não tiver salário suficiente para comprar) á vontade.
Eu queroooo!!!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
A Vida portuguesa
Entrar na butique A vida portuguesa é voltar no tempo. “Acreditamos que objetos são capazes de contar extraordinárias e reveladoras histórias. Sobre um povo e os seus gostos peculiares, sobre uma sociedade e o seu contexto, sobre uma história que é afinal uma identidade comum. E, porque conhecemos – como não? – o infinito poder da saudade, outorgamos também aos objetos esse condão mágico de, como uma certa madalena, acordar sensações e lembranças em cada um de nós. Revelar-nos, portanto. A Vida Portuguesa nasceu com a vontade de inventariar as marcas sobreviventes ao tempo, a intenção de revalorizar a qualidade da produção portuguesa manufaturada e o desejo de revelar Portugal de forma surpreendente”.
Não é linda essa descrição? Tirada ipsis literis do site dessa charmosa e nostálgica lojinha do Chiado, em Lisboa, ela define bem o espírito da butique que vende objetos com design que já tinha entrado em extinção.
A ideia genial partiu da jornalista lisboeta Catarina Portas, 41 anos. “Comecei a fazer pesquisas para um livro sobre a vida quotidiana em Portugal no século XX. E quando comecei a investigar marcas, fábricas e produtos antigos portugueses, percebi a quantidade de produtos que existiam ainda com embalagens originais (dos anos 20, 30, 40, 50, 60) mas também a rapidez com que estavam desaparecendo. Pareceu-me que esse design histórico do quotidiano, tão ingênuo e divertido, poderia ser uma vantagem no contexto atual, onde o design está tão valorizado”, explicou com exclusividade ao Só Porque Eu Gosto.
Ela conta que a loja oferece mais de 4.000 artigos diferentes, todos de criação portuguesa, a grande maioria vinda de manufaturas (abaixo a massificação!) e 100% deles vêm em sua embalagem original. Vintage é chic! “São produtos que lembram o quotidiano de uma época e revelam a alma do país”, resume Catarina. Entre tanta variedade – que inclui detergentes, cera, sabonetes, produtos alimentares, enfeites e bijuterias – ela destaca os brinquedos de madeira coloridos, que adorava ganhar de presente na infância, e as andorinhas, ícones que o povo português adotou para decorar fachadas, varandas e interiores em todo o país e que Catarina escolheu como símbolo de sua charmosa lojinha, que funciona em uma construção de 1905 e tem uma decoração pra lá de especial. Confira nas fotos!
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
A crise dos 30
Abre parênteses: semana completamente insana. Não acredito que essa é a primeira vez nos últimos 6 dias que consigo postar! Fecha parênteses.
Semana passada, enquanto fazia minha esteira (porque preciso ficar magra, estar magra, ser magra, viver magra etc etc) no prédio em que moro (porque devo economizar, não posso gastar, "e a poupança? a casa própria?", "pra que gastar em academia se tem uma no prédio?" etc etc), estava assistindo ao canal GNT (porque preciso estar sempre informada, afinal, mais do que uma mulher contemporânea, sou jornalista. Mas tudo bem, vai, essa é minha parte preferida) e de repente vem um comercial falando sobre o programa Happy Hour, apresentado pela fantástica ex-VJ Astrid. O tema do dia? A crise dos 30!
A menos de dois meses de chegar na fatídica idade, foi impossível passar imune pela chamada narrada pela apresentadora: Elas querem tudo: casamento perfeito, filhos, dar a volta ao mundo, ter um emprego (e uma remuneração) dos sonhos, de preferência em um cargo alto, comprar um carro, uma casa e um cachorro...
ok, ok, Astrid. Passou perto.
Mas eu acrescentaria: estar magra, sem celulite, com mãos e pés sempre feitos, cabelos harmoniosamente tingidos (sim, tenho muuuitos cabelos brancos, desde os 26 anos quando, por ironia, decidi parar de tingir um pouco e curtir meu cabelo ao natural, veja só) e espertamente cortados (alguém aí tem tempo de fazer escova/chapinha todos os dias? Porque eu não tenho). Ah, acrescentaria que aos 30 a gente quer mais do que uma casa: quer uma casa super decorada, confortável, que seja a nossa cara e, de preferência venha junto com uma moça super educada e prestativa que nos ajuda a limpá-la diariamente. Também colocaria na lista que nosso carro, aos 30 anos, deve estar a caminho do nosso sonho de consumo sobre 4 rodas, e de preferência que consuma pouco combustível e não nos faça perder a respiração na hora de renovar o seguro (ou pagar o IPVA). Ah, não basta estar solteira, curtindo a vida: a gente quer casar/namorar/morar junto. E feliz. E completa. E amada e com um marido fiel, lindo, cheiroso, companheiro e que nos proporcione uma vida de romance. Saca o estilo flores toda semana e restaurante bacana uma vez por mês? É por aí. E a família, hein? Pais felizes, saudáveis e encaminhados para uma vida confortável são nosso pedido básico ao papai do céu. Obviamente não podemos deixar de lado nossa carreira. Aos 30, é importante estar ao menos fazendo o que se gosta. E com belas perspectivas de aumento/promoção/mudança para melhor. É, acho que consegui fazer uma listinha bááááásica de alguns elementos que as mulheres consideram fundamentais ao chegar aos 30. Conhecer o mundo é um plus. Ter filhos gêmeos em breve (um menino e uma menina, please!) é bônus. Ter tempo para curtir toda essa vida perfeita é o paraíso.
Ah, e por favor, marido, não me venha com: amor, você quer ler o livro do Balzac??? Não, não quero, pô! Eu tô em crise total, confessa e assumida. E alguém duvida que tenho razões para isso?
PS: se você tem 25, 26 ou 27 anos, você não perde por esperar. A crise chega. Sempre. Se você tem 40, 50 anos e não passou por ela é porque não vivia no mundo que vivemos hoje. E que atire a primeira pedra quem não ficou minimamente balançada com essa idade tão redondinha.
Assinar:
Postagens (Atom)