A fachada do Kitchenette (o melhor milkshake da viagem) e o interior do Emporio, no Little Italy
A entrada do club Smalls e a lagosta do The Lobster Place
Para mim, não existe viagem divertida sem boa comida (e boa bebida). E daí que essa foi uma das minhas maiores surpresas em NY. Obviamente eu sabia que havia todo tipo de cozinha por lá - todo mesmo, do clássico mac & cheese a excelentes italianos, japoneses e franceses, passando por marroquinos, tailandeses (a cidade, aliás, tem perfume de especiarias no ar) e até etiopano - o que eu não imaginava era que comer em NY, de um modo geral, era mais barato que comer em São Paulo.
Não falo do Daniel, do Eleven Madison ou do Momofuku, lugares que você TEM que ir se tiver uma graninha reservada para jantares inesquecíveis. Falo da categoria "come-se bem sem precisar deixar os olhos para pagar a conta". Como a gente passou 30 dias lá, o combinado era distribuir as refeições especiais ao longo dos dias, para não começar no Gramercy Tavern e terminar no McDonald's. E a refeição com a qual a gente menos se importava era o café-da-manhã, então ele era feito em casa: cereais, fruta, leite, um café preto e pronto. O almoço tinha que ser prático e leve para aguentar a longa caminhada da tarde e no jantar, o esquema era relax. Mas chega de enrolação e vamos aos melhores momentos gastronômicos da viagem, separados por bairros e, na medida que a memória permitir, dicas ;-)
No Chelsea, para um almoço substancioso e saboroso, recomendo as massas do Giovanni Rana - que me foram indicadas por uma italiana, e você sabe que esse povo não brinca quando o assunto é comida - pertinho do Chelsea Market. Do lado do Rana tem um belo lugar para impressionar em um jantar a luz de velas: o restaurante Buddakan (lembra a cena do ensaio do casamento da Carrie com o mr. Big, em Sex and the City? Então, é lá. Foi o restaurante mais caro em que jantamos, mas valeu). Depois, se quiser esticar a noite, outro speakeasy The Tippler, camuflado como uma das portas do Chelsea Market. Você só vê que ele existe por uma placa em neon escrita OPEN.
No Soho, dois restaurantes que não conheci por falta de tempo: o Galli e o Mac Bar, que é bem curioso, pois tem versões sofisticadas do bom e velho mac & cheese. Até com lagosta e foie gras você encontra. Pena que não consegui ir.
Nos arredores do Rockefeller Center tem muita pegadinha para turista - entenda-se restaurante caro. Se estiver com muita fome, no próprio prédio tem uma lojinha com pretzels maravilhosos.
No Little Italy (que na verdade é composto só de três ruas pequenas, pois acabou sendo engolido pelo Chinatown), tem a famosa e dizem que ótima Osteria Morini, o Café Habana e o lugar que escolhemos: o Emporio, na Mott Street. Comida italiana ao estilo americano, ou seja, qualidade italiana e (enormes) porções americanas. Com um jardim lindo nos fundos. Para jantar, a famosa pizzaria Lombardi. A pizza é enorme e deliciosa.
No Flatiron District (perto do Chelsea), almoce rapidinho no EAT (considere dividir uma entrada e um prato principal com alguém que está de bom tamanho) e, no fim da tarde, tome uma cerveja no pub irlandês Molly's, bem pertinho da praça particular Gramercy. O chopp de trigo vem com um pedaço de laranja, um jeito diferente (pelo menos pra mim) e refrescante de tomar cerveja de trigo. Do outro lado da rua, minha memória me trai e não consigo lembrar o nome do empório, mas leve uns queijos artesanais americanos pra casa. O Rupert é nosso queijo favorito.
Já experimentou tomar um drinque em um copo feito de gelo em um bar feito de gelo, a uma temperatura negativa e com boa música? Se não, vá ao Minus5, pertinho do MoMA, no térreo do hotel Hilton Midtown. Mas como você não vai aguentar mais de meia hora, é uma boa pedida para apenas começar a noite. De lá, seguimos para um speakeasy (uma das coisas mais legais de NY, os bares "secretos") chamado Stone Street Coffee Company. Tem cara de café, parece café, mas atrás da porta quase escondida tem um bar bem sofisticado, especializado em drinques à base de gim.
Em vários lugares da cidade, você pode comer o famoso hamburguer do Shake Shak, mas depois do Kitchenette (aguarde o próximo post), ficou quase sem graça pra gente. Ah, sim, e no térreo do hotel Meridien (119 w56th street), o burger joint dividiu nosso coração em relação ao melhor burger de NY. Só que pede espírito esportivo pra ficar na fila e dividir a mesa depois de bons minutos de espera. Mesmo que sejam três horas da tarde.
No MoMA, há restaurantes para todo tipo de bolso. Fomos ao café e tomamos um vinho comendo uma tábua de frios. Pode ser um bom lanche se você pretende jantar mais tarde.
Por fim, o west village. Muitos, mas muitos restaurantes pequenos-graciiiinhas. A gente almoçou no Tartine (na W 11th street), um autêntico bistrô, com tartar, coq au vin e tudo o que a clássica bistronomia pede. Ah, e dá para levar seu vinho porque eles não cobram rolha. Atendimento supergentil. Para a sobremesa, a imperdível Magnolia Bakery. Mesmo que não seja fã de cupcakes, prove. É uma instituição nova-iorquina. E depois de uma tarde por lá, se quiser ouvir jazz da melhor qualidade e tomar "one bourbon, one scotch and one beer", vá até o Smalls. Cobra couvert artístico, mas é pequeno e - detesto essa palavra tão batida, mas aqui ela é inevitável - intimista. ATENÇÃO: Se a ideia for conversar com som de música ao vivo, não vá ao Smalls. É lugar para apreciadores, mesmo, todos curtem a música em completo silêncio, quase no meio da banda, como uma reverência aos músicos.