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Especial NY: O antes - Parte 1
Arrumando a mala
Como planejamento é a palavra-chave, começamos decidindo em que época viajar. Isso rolou uns seis meses antes da viagem acontecer. Se você conseguir planejar com mais antecedência melhor ainda porque as passagens estão mais baratas e há mais opções de hospedagem.
1. a data:
Na hora de escolher a data, pensei em março, afinal, os meses mais frios já tinham passado (uma amiga foi para lá em fevereiro de lua-de-mel e disse que mal conseguiu aproveitar). Aí veio a primeira dica valiosa que recebi: um amigo querido, que mora em NY há anos, falou sem pestanejar que este era o pior mês para se conhecer a cidade.
- Mas por que, Edu? Já é quase primavera!
- Porque é o mês em que os nova-iorquinos estão mais mal humorados. Não aguentam mais frio e chuva e vão te atender mal. Fora que ainda é muito frio. Março é o mês em que fujo da cidade, sempre.
Pensa, pensa, pensa. Calcula, calcula, calcula. Mudamos a data para 18 de abril.
2. o que fazer por lá:
Já tínhamos o visto para turista (que dura 10 anos), mas queríamos fazer um curso de inglês. Sempre resolvi todas as minhas viagens sozinha, não suporto excursão ou viagens montadas por outra pessoa, mas como não entendia nada de cursos de inglês lá fora, dei o braço a torcer e fomos atrás de uma agência especializada no assunto, afinal, não tem nada pior do que ir para fora estudar inglês e cair em uma escola onde só estudam brasileiros e você não vai praticar a língua ou, pior, você nos seus 30 e poucos anos - ou mais - cair em uma turma de adolescentes. Explicamos para a Bárbara (nossa agente) nossas necessidades e ela disse que para evitarmos essas roubadas o ideal seria fugirmos de escolas grandes e bem conhecidas por aqui. Ela nos apresentou a Rennert e entre todas as opções possíveis de curso, a que se encaixava no nosso perfil, no nosso bolso e, principalmente no nosso visto (não queríamos nem pensar em enfrentar aquela burocracia no consulado para tirar visto de estudantes, o que é exigido se você ultrapassa as cerca de 20 horas semanais de estudo) era o curso "vacation n'learn", com aulas obrigatórias de segunda a quinta e opcionais às sextas-feiras. Fomos avisados de que não tínhamos nenhuma garantia de estudar pela manhã e que só saberíamos o nosso horário depois de fazer um teste de colocação, no primeiro dia de aula. Resolvemos arriscar e conversar com a escola, que foi bem compreensiva e nos colocou em turmas separadas, mas no período da manhã. Foi perfeito! Se este ritmo for bom para você, calcule uns 400 dólares por semana de curso, por pessoa.
3. a parte burocrática
Como fechamos o curso pela agência, aproveitamos e pedimos para a Bárbara comprar também nossas passagens e fazer o seguro-saúde. Foi quando qualquer resquício de implicância que eu tinha com agências de turismo passou. Foi muito prático não ter que entrar diariamente nos sites das companhias para acompanhar os preços das passagens. Se você não é viajante frequente fique atento a dois detalhes: nem pense em viajar pra fora sem seguro-saúde (qualquer consulta lá fora, digo EUA e Europa pelo menos, é muito cara e, se precisar de algum procedimento em hospital, sem seguro você está lascado) e procure passagens com voo direto (pelo menos que saia de SP ou RJ). Elas podem custar 100 ou 200 dólares a mais, mas acredite, a não ser que você viaje no estilo mochilão, essa diferença se paga no exato momento em que você acomodar sua bagagem dentro do avião pela primeira (e única) vez. Se não der pra comprar ida e volta direto, pelo menos compre a volta. As bagagens de mão tendem a triplicar e os horários de conexão costumam ser cruéis: se muito espaçados você acaba ficando preso ao aeroporto de conexão por duas, três, cinco horas (sem contar que isso pode acontecer de madrugada) e, se muito apertados, você arrisca passar um sufoco, principalmente na Imigração e na Alfândega dos EUA. (continua na sexta-feira)
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