quarta-feira, 30 de novembro de 2011
Boucheron para Christie's
Dica rápida: se estiver em NY, aproveite para passar na Christie's e ver essa joia in-crí-vel feita pela Boucheron com exclusividade para a loja. Eu, que amo borboletas, estou sonhando!
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Uma breve conversa com Mario Prata (ou se me contassem eu não acreditaria)
Viver de jornalismo é muito bom. Digam o que disserem sobre os perrengues da profissão ainda estou para encontrar atividade mais prazerosa que escrever. (e ler, o outro lado da moeda, que anda sempre junto do escrever). Mas se tem algo que faz ainda mais saborosa nossa atividade, esse algo é a resposta. Principalmente quando você não a espera. E coincidentemente, esses dias, vivi uma história que se alguém me contasse eu não acreditaria. E uma colega muito querida de trabalho também viveu seu dia especial em uma situação semelhante.
Minha colega sabe tudo sobre cultura. E não é modo de dizer. Ela sabe tudo sobre música (de ópera a samba), cinema, teatro, seriados etc. E sobre literatura, claro. Adora, aliás, a Lygia Fagundes Telles. E por esse motivo, escreveu sobre o novo livro de crônicas dela, o “Passaporte para a China”. E estava minha colega sentada à sua mesa, na redação, quando toca seu telefone. Quem era? “A” Lygia. Ela mesma. Em pessoa. Ligara para agradecer o texto e dizer que tinha ficado comovida. Minha colega não ficou comovida. Ficou emocionada. Enternecida. Tocada. E não conseguiu segurar algumas lágrimas de satisfação.
No meu caso a situação foi igualmente surpreendente e me deixou igualmente feliz. Mas resultou em risos, e não em lágrimas. Vocês lembram da crônica do Antonio Prata que publiquei aqui no blog? Então, eu errei e disse que era do Mario Prata. Quando ele (sim, ele mesmo, lui même, he himself) me alertou do erro, fiz o que cabia numa situação assim. Mandei um e-mail pedindo desculpas. E segue a sequência quase surreal dessa conversa. (Lembrem, ELE escreveu Estúpido Cupido, entre diversas obras e outras crônicas hilárias). Dá para acreditar?
-----Mensagem original-----
De: Priscilla Portugal [mailto:priscilla@istoe.com.br]Enviada em: quinta-feira, 29 de setembro de 2011 19:53Para: xxx@terra.com.br
Assunto: desculpas, com grande vergonha
oi, Mario, mil desculpas. Fiquei tão empolgada com o texto do Antonio Prata que confundi os Pratas no meu blog. Como posso me redimir?
beijos
-----Mensagem original-----
De: Mac.Prata [mailto:xxx@terra.com.br]Enviada em: quinta-feira, 29 de setembro de 2011 22:40Para: ‘Priscilla Portugal’Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
Estou rindo, Priscila,
Por que agora você vai ter que encomendar uma crônica minha por 2.500 reais para a Platinum.
Pronto, simples. (...)
E se não rolar crônica, não esquente. Muita gente ainda vai confundir Mario com Antonio e vice-versa o que só nos comove e emociona.
Um beijo.
Prata (pai)
-----Mensagem original-----
De: Mac.Prata [mailto:xxxx@terra.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Para: ‘Priscilla Portugal’
Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
Acabei de ver o blog de novo. Tu corrige lá em cima, mas antes do texto entrar em campo, tu diz: eis o texto do Mario Prata. A crônica agora tá custando 5.000.
Mas redimo total.
Beijo
Prata (aquele)
-----Mensagem original-----
De: Priscilla Portugal [mailto:priscilla@istoe.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 30 de setembro de 2011 13:49
Para: Mac.Prata
Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
ai ai ai, já arrumei. Antes que essa conta fique impossível de pagar, é melhor eu pensar em um texto de um autor estrangeiro, quem sabe algo de um de meus favoritos, o Gabriel Garcia Llosa? ;-)
-----Mensagem original-----
De: MacPrata [mailto:xxxx@terra.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 30 de setembro de 2011 17:45
Para: 'Priscilla Portugal'
Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
Ih... Não é Gabriel Garcia Llosa, é Gabriel Garcia Prata, meu avô por parte de um lado colombiano que tivemos no começo do século passado em Cartagena.
Abs
Prata (neto)
Minha colega sabe tudo sobre cultura. E não é modo de dizer. Ela sabe tudo sobre música (de ópera a samba), cinema, teatro, seriados etc. E sobre literatura, claro. Adora, aliás, a Lygia Fagundes Telles. E por esse motivo, escreveu sobre o novo livro de crônicas dela, o “Passaporte para a China”. E estava minha colega sentada à sua mesa, na redação, quando toca seu telefone. Quem era? “A” Lygia. Ela mesma. Em pessoa. Ligara para agradecer o texto e dizer que tinha ficado comovida. Minha colega não ficou comovida. Ficou emocionada. Enternecida. Tocada. E não conseguiu segurar algumas lágrimas de satisfação.
No meu caso a situação foi igualmente surpreendente e me deixou igualmente feliz. Mas resultou em risos, e não em lágrimas. Vocês lembram da crônica do Antonio Prata que publiquei aqui no blog? Então, eu errei e disse que era do Mario Prata. Quando ele (sim, ele mesmo, lui même, he himself) me alertou do erro, fiz o que cabia numa situação assim. Mandei um e-mail pedindo desculpas. E segue a sequência quase surreal dessa conversa. (Lembrem, ELE escreveu Estúpido Cupido, entre diversas obras e outras crônicas hilárias). Dá para acreditar?
-----Mensagem original-----
De: Priscilla Portugal [mailto:priscilla@istoe.com.br]Enviada em: quinta-feira, 29 de setembro de 2011 19:53Para: xxx@terra.com.br
Assunto: desculpas, com grande vergonha
oi, Mario, mil desculpas. Fiquei tão empolgada com o texto do Antonio Prata que confundi os Pratas no meu blog. Como posso me redimir?
beijos
-----Mensagem original-----
De: Mac.Prata [mailto:xxx@terra.com.br]Enviada em: quinta-feira, 29 de setembro de 2011 22:40Para: ‘Priscilla Portugal’Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
Estou rindo, Priscila,
Por que agora você vai ter que encomendar uma crônica minha por 2.500 reais para a Platinum.
Pronto, simples. (...)
E se não rolar crônica, não esquente. Muita gente ainda vai confundir Mario com Antonio e vice-versa o que só nos comove e emociona.
Um beijo.
Prata (pai)
-----Mensagem original-----
De: Mac.Prata [mailto:xxxx@terra.com.br]
Enviada em: quinta-feira, 29 de setembro de 2011
Para: ‘Priscilla Portugal’
Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
Acabei de ver o blog de novo. Tu corrige lá em cima, mas antes do texto entrar em campo, tu diz: eis o texto do Mario Prata. A crônica agora tá custando 5.000.
Mas redimo total.
Beijo
Prata (aquele)
-----Mensagem original-----
De: Priscilla Portugal [mailto:priscilla@istoe.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 30 de setembro de 2011 13:49
Para: Mac.Prata
Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
ai ai ai, já arrumei. Antes que essa conta fique impossível de pagar, é melhor eu pensar em um texto de um autor estrangeiro, quem sabe algo de um de meus favoritos, o Gabriel Garcia Llosa? ;-)
-----Mensagem original-----
De: MacPrata [mailto:xxxx@terra.com.br]
Enviada em: sexta-feira, 30 de setembro de 2011 17:45
Para: 'Priscilla Portugal'
Assunto: RES: desculpas, com grande vergonha
Ih... Não é Gabriel Garcia Llosa, é Gabriel Garcia Prata, meu avô por parte de um lado colombiano que tivemos no começo do século passado em Cartagena.
Abs
Prata (neto)
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Suzy Menkes
Cenário: salão do hotel Unique, São Paulo.
Personagem principal: Suzy Menkes, editora de moda do International Herald Tribune desde 1988.
Coadjuvantes: jornalistas de vários países.
Cena: ela dando uma verdadeira aula de luxo: seus mercados, seus consumidores, pontos fortes e fracos do Brasil nesse tsunami de marcas.
A pergunta (minha): Se você diz que o Brasil tem um bom serviço de atendimento/vendas, boa matéria-prima (Suzy elogiou nossos tecidos e nossa estrutura produtiva!) e excelente artesanato, o que nos falta para um maior desenvolvimento de marcas de luxo de reconhecimento global?
A resposta (dela): Só tempo. Tempo e investimento em publicidade internacional. Vocês têm tudo para dar certo.
Personagem principal: Suzy Menkes, editora de moda do International Herald Tribune desde 1988.
Coadjuvantes: jornalistas de vários países.
Cena: ela dando uma verdadeira aula de luxo: seus mercados, seus consumidores, pontos fortes e fracos do Brasil nesse tsunami de marcas.
A pergunta (minha): Se você diz que o Brasil tem um bom serviço de atendimento/vendas, boa matéria-prima (Suzy elogiou nossos tecidos e nossa estrutura produtiva!) e excelente artesanato, o que nos falta para um maior desenvolvimento de marcas de luxo de reconhecimento global?
A resposta (dela): Só tempo. Tempo e investimento em publicidade internacional. Vocês têm tudo para dar certo.
terça-feira, 8 de novembro de 2011
PPR compra Brioni
Não sou muito afeita a trabalhar com frias notícias aqui no blog, mas Só porque eu gosto de um homem elegante e bem vestido, não tem como não apreciar os ternos da italiana Brioni, que acaba de ser comprada pelo conglomerado de luxo PPR. Aí, aproveitei a deixa para resgatar um trecho de uma matéria publicada na edição 19 da IstoÉ Platinum, de 2009. Ei-la:
Conceber um terno como se fosse uma obra de arte. Essa máxima orienta a marca italiana Brioni na criação de seus elegantes trajes masculinos, executados desde 1945 no ateliê da grife em Roma. Para se ter ideia, o primor no acabamento das peças é tão rigoroso que cada terno leva de 18 a 22 horas para ficar pronto – e custa a partir de US$ 4 mil, podendo chegar a US$ 47 mil. Tanto preciosismo tem razão de ser. “A capacidade de manter vivo nosso patrimônio passa por uma repetição quase religiosa de gestos que, geração após geração, se tornam história”, disse à Platinum o CEO da grife, Andrea Perrone. História que começou com o alfaiate Nazareno Fonticoli e o empreendedor Gaetano Savini e que hoje, sinal dos tempos, se adaptou às necessidades do homem moderno – e às dificuldades impostas pela crise. O resultado disso foi que, no final de 2009, acrescentou à sua formal gama de produtos uma linha mais casual, com direito a calças jeans e camisetas por valores a partir de US$ 250.
Loulou de la Falaise
Ela era filha de um conde, cresceu em um internato - do qual foi expulsa por mau comportamento -, presenciou a revolução da moda jovem na Swinging London dos anos 60 (minissaia, moda de rua, moda jovem, isso te lembra algo?) e badalou no fervido Studio 54. Era amiga de ninguém menos que Paloma Picasso e musa inspiradora de Yves Saint-Laurent. Tá bom pra você? Mas Loulou de la Falaise (ah, você ainda não tinha percebido que falávamos dela?) nunca se acomodou e criou, em 2008, aos 60 anos, uma linha de joias. Background ela tinha de sobra, pois desde os anos 70 criava joias e chapéus para seu amigo e mentor Saint-Laurent. Reza a lenda que ele teria criado o smoking feminino - ápice de sua grandiosa carreira, em 1966 - inspirado nela. Mas, infelizmente, Loulou de la Falaisese foi. Resta observar sua elegância em imagens que a imortalizaram e sonhar com suas lúdicas joias.
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Mais elegantes
A revista britânica Harper's Bazaar anunciou a lista das 20 mulheres mais bem-vestidas do Reino Unido. Eu escolhi minha preferida, principalmente nesse look. É a atriz Keira Knightley. E a sua?
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Roupa pra criança
Se por um lado é muito estranho ver uma criança vestida de miniadulta, sobretudo se for menina e usar qualquer tipo/espécie/altura de salto alto, por outro, usar roupa de criança pode ser uma boa saída para o bolso. Não me entenda mal. Não falo de mulheres de 50 que se vestem como garotinhas de 15. Falo de aproveitar os preços inferiores das linhas infantil e adolescente para comprar peças que são, na verdade, perfeitas para adultas. Veja o exemplo acima, dado pelo blog de Estilo do jornal NY Times. Acredite se puder, mas a Carla Bruni está usando uma jaquetinha que Stella McCartney fez para a Gap Kids. Quem já comprou roupas no exterior sabe do que estou falando. As roupas para crianças são muito mais baratas. Eu, por exemplo, quando viajo vou direto à seção teen de lojas como Zara e El Corte Inglés. Muitas vezes as peças são parecidas (provavelmente não com o mesmo acabamento, admito) com aquelas da seção adulta. Com um detalhe: custam até a metade do preço. Lembre disso e fique de olho na próxima vez que for fazer compras. Só não esqueça seu estilo e nem saia por aí fantasiada de adolescente. Escolha peças-chave e as insira no seu estilo. #ficaadica
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
Novidade H Stern
A H Stern acaba de lançar uma nova linha, inspirada no fundo do mar, com 46 peças. O porta-voz da marca, Christian Hallot, me contou hoje no lançamento (na loja do Shopping Cidade Jardim) que a coleção levou cerca de dois anos para ficar pronta. O mais bacana é que ela é tão linda por dentro quanto é por fora. Pena que não dá pra usar do avesso! Confira na H Stern mais próxima e comece a sofrer já olhando essa foto, do meu anel preferido. Através do topázio você consegue ver os "tentáculos" do polvo que inspirou a joia. Cravejados de brilhante, claro. Ah, e a pedra fica encaixada sob pressão e não é fundida ou colada ou soldada. Aí, ela passa a impressão de flutuar. Mais ou menos como um polvo dentro do mar, sabe como é?
Ho ho ho: Selfridge’s se veste para o Natal
A newsletter da loja anunciando a novidade
A loja londrina – e chic – Selfridge’s está se preparando para o Natal com uma vitrine descoladex. Usando o branco (cor da estação), a loja quer propiciar uma experiência completa, com moda, música, arte, design e tecnologia. A instalação na vitrine deixa esses conceitos claros. Todos os itens da vitrine terão a cor do verão e lembram um conto-de-fadas nórdico. A música também terá um papel importante e contará com um sistema de reprodução de som de última geração. Se estiver em Londres, que tal dar uma passadinha na Oxford Street e conferir de perto?
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
Estilo Perrier Joüet
As garrafas mais femininas do mundo, sem dúvida, são da Perrier Joüet. Não bastasse isso, a marca francesa resolveu fazer nossos coraçõezinhos cor-de-rosa dispararem com essa mesa. A “Flower Table” desenhada por Noé Duchaufour-Lawrance para a marca tem um formato inspirado na flor que representa a marca e toda sua herança vinda das artes e de um estilo único.
Novo livro sobre a Dior
Gente, pensa comigo: quem é o melhor fotógrafo de moda do mundo? Patrick Demarchelier, certo? E qual poderia ser o melhor presente de fim de ano para fãs do trabalho dele? Um livro de fotografias do mestre sobre obras de outro mestre, Christian Dior!. Em novembro, a editora italiana Rizzoli lança o livro Dior Couture, com 120 imagens em preto e branco e coloridas que retratam desde o nascimento da maison em 1947 até os dias de hoje. O livro deve ser vendido lá fora por 100 euros. Já vale começar a juntar um dinheirinho.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
São tantas novidades...
... que nem sei por onde começar.
A Prada vai lançar em novembro uma linha de joias, com os preços começando em 350 euros.
A Louis Vuitton está lançando seu primeiro perfume.
A Lanvin, a Balmain e a Topshop devem abrir suas portas no primeiro semestre do ano que vem.
A Gucci deve abrir uma loja somente masculina no JK, shopping do grupo Iguatemi que promete abrir no começo do ano que vem e será superhipermegaluxuoso.
Também no ano que vem vamos poder adoçar a boca com mais glamour, com a abertura prevista da maison Ladurée (será que eles vão acertar os macarons nesse clima tropical?) e da sexyandthecitylike Magnolia Bakery. Alguém aí já enjoou de cupcakes? Eu não.
O hotel St. Regis New York inaugurou uma Tiffany Suite no 14o andar. Tem 1700 pés quadrados e a diária custa "só" US$8.500 por noite. Vale à pena, para quem quer viver a fundo a experiência da marca da caixinha azul, né? Uma noite por lá é um presente ainda mais criativo que um solitário :-)
Mais uma na categoria hotel e moda, o hotel La Maison Champs Elysées acaba de ser inaugurado em Paris, e conta com uma decoração incrível, feita pelo estilista (mais incrível ainda) Martin Margiela.
A Prada vai lançar em novembro uma linha de joias, com os preços começando em 350 euros.
A Louis Vuitton está lançando seu primeiro perfume.
A Lanvin, a Balmain e a Topshop devem abrir suas portas no primeiro semestre do ano que vem.
A Gucci deve abrir uma loja somente masculina no JK, shopping do grupo Iguatemi que promete abrir no começo do ano que vem e será superhipermegaluxuoso.
Também no ano que vem vamos poder adoçar a boca com mais glamour, com a abertura prevista da maison Ladurée (será que eles vão acertar os macarons nesse clima tropical?) e da sexyandthecitylike Magnolia Bakery. Alguém aí já enjoou de cupcakes? Eu não.
O hotel St. Regis New York inaugurou uma Tiffany Suite no 14o andar. Tem 1700 pés quadrados e a diária custa "só" US$8.500 por noite. Vale à pena, para quem quer viver a fundo a experiência da marca da caixinha azul, né? Uma noite por lá é um presente ainda mais criativo que um solitário :-)
Mais uma na categoria hotel e moda, o hotel La Maison Champs Elysées acaba de ser inaugurado em Paris, e conta com uma decoração incrível, feita pelo estilista (mais incrível ainda) Martin Margiela.
Hotel decorado por Margiela
Suíte Tiffany
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Stella McCartney
Entrevista publicada na revista IstoÉ Platinum, edição agosto/setembro.
Gente, eu falei com a mulher! E ela é mesmo incrível! Vejam a matéria!
Para muita gente, as músicas dos Beatles, de Stevie Wonder, dos Rolling Stones e de Michael Jackson têm uma miríade de significados. Para Stella McCartney, essas são as canções que escutava, ao vivo, quando os amigos dos seus pais se reuniam em sua casa. “Isso não me parecia ‘louco’ naquela época. Eu só estava me divertindo com os amigos de papai e mamãe. Exceto, talvez, pelo Michael Jackson. Certamente eu sabia quem ele era!”, contou em entrevista exclusiva à Platinum um dos maiores nomes da moda mundial. Crescida em uma fazenda no interior da Inglaterra, vegetariana desde os 7 anos e filha de uma mulher que se mostrou forte até o fim, Stella gosta de dizer que seu maior exemplo foi Linda McCartney. “Minha mãe me influenciou através das roupas que usava e da forma como se vestia. E também me inspirou pelo jeito destemido que conduzia sua vida. Para mim, este é o jeito mais moderno de ser uma mulher – um jeito muito real de feminilidade”. Eis a palavra-chave para entender o jeito Stella de ser: feminilidade. “Se comparada a outros designers ingleses, ela escapou da fantasia aristocrática, e criou sua moda baseada no olhar feminino, para uma mulher urbana, que não tem medo de ser sensual e não abre mão do conforto”, explica Flávio Bragança, coordenador do MBA em Produção de Moda da Universidade Veiga de Almeida.
Essa é uma boa descrição de seu estilo, suas criações e seu comportamento. “Com um olhar contemporâneo, ela deu continuidade à elegância despretensiosa iniciada por Chanel, e apurada por Yves Saint Laurent”, completa Bragança. Mãe de quatro filhos, chegando aos 40 anos, ela só se recusou a responder uma pergunta de nossa entrevista: a que questionava se, como toda mulher, estaria entrando na crise dos 40. Mas Stella pode se dar o luxo de não falar a respeito. Ela é hoje diretora criativa da grife que leva seu nome e que, desde o nascimento, em 2001, faz parte do grupo Gucci. Um nome tão valioso que é cobiçado por gigantes da indústria da moda, como H&M, Adidas e C&A. Cada parceria que faz com uma delas rende dividendos financeiros e, principalmente, em termos de imagem. “Stella personifica perfeitamente sua marca. Ela esbanja frescor, é uma mulher dos novos tempos. É muito verdadeira em sua atitude vegetariana, sustentável e de preocupação social”, diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria de Luxo.
Com um poder tão grande nas mãos, é normal se perguntar: afinal, o que restou da garotinha de cabelos loiros e olhos azuis que se tornou a estrela do clipe de Maybe I’m amazed, composta por Paul McCartney para a banda Wings, sucessora dos Beatles? “As pessoas sempre acham que eu era uma criança ‘rock’n roll’, mas eu frequentei escola estadual e tive uma infância bem normal”, diz. “Fui criada em uma fazenda orgânica no campo e toda minha família era vegetariana, então foi natural que eu me engajasse em uma moda ética. Eu não podia ser hipócrita”. Esse, por sinal, é o lado mais conhecido de Stella: a preocupação ética e com o ambiente. Em suas criações não entram pele nem couro natural e seus produtos de beleza não são testados em animais. “Ela é a designer de moda mais famosa do mundo a construir sua marca com produtos desenvolvidos a partir de uma atuante consciência ecológica”, completa o professor Flávio Bragança.
Mas essa complexa mulher não pode ser analisada apenas por essa característica. Ela foi encarregada, por exemplo, de desenhar o uniforme de todas as equipes esportivas inglesas para as Olimpíadas de 2012. “Traduzir o orgulho da minha nação em roupas é uma honra incrível. É, ao mesmo tempo, um desafio pesquisar as técnicas necessárias para produzir peças que ajudem a manter a dignidade dos atletas mostrando sua força”, diz. O projeto é apenas mais uma faceta dessa criadora que tem sob sua tutela linhas de sapatos, bolsas, óculos, lingeries, produtos de beleza e, mais recentemente, roupas infantis. “O universo infantil mais do que nunca acessa em tempo real as novidades que acontecem no adulto. Ao lançar essa linha, Stella segue mais do que uma tendência, ela acompanha uma realidade”, diz o consultor Ferreirinha. Apesar de manifestar orgulho por suas raízes britânicas, ela não esconde o encanto com o Brasil. Adora nossa caipirinha, diz que se inspira em Oscar Niemeyer e adorou a nossa Rua Oscar Freire.
Pode-se dizer que a admiração é recíproca: as brasileiras adoram o estilo feminino de Stella, que tem um pezinho no casual chic e outro na sofisticação. As peças de sua grife são vendidas por aqui na NK Store do RJ e na de SP. Para se ter ideia do sucesso da marca em território nacional, o número de peças da coleção outono-inverno 2011/2012 que chegou à NK dobrou em relação às anteriores. E o espaço dedicado à grife no interior da loja vai ser modificado para dar conta de tantas novidades. “O que as brasileiras mais gostam é o que ela faz de melhor: a alfaiataria”, diz Natalie Klein, proprietária da loja. “Os blazers são super bem cortados, as calças caem maravilhosamente bem... e as clientes já chegam na loja procurando por essas peças que viraram marca registrada dela”, completa Natalie. Por enquanto, as roupas da marca só podem ser encontradas mesmo na NK, pois não há nenhum plano concreto para que se abra uma loja própria em Terras Brasilis. Qual seria o motivo? “Pura estratégia”, responde Carlos Ferreirinha. “A operação da marca foi ajustada dentro do próprio Grupo Gucci não faz muito tempo. O Brasil é muito oneroso e a marca precisa antes ganhar escala mundial para ser viável financeiramente por aqui”. É torcer para essa realidade mudar logo e a gente ter ainda mais opções e poder ver, sem sair do país, um universo como o apresentado na recém-inaugurada loja de Roma, a poucos passos da Piazza di Spagna, com todo o charme nonchalante que só Stella McCartney sabe ter.
Gente, eu falei com a mulher! E ela é mesmo incrível! Vejam a matéria!
A lady da moda
Para muita gente, as músicas dos Beatles, de Stevie Wonder, dos Rolling Stones e de Michael Jackson têm uma miríade de significados. Para Stella McCartney, essas são as canções que escutava, ao vivo, quando os amigos dos seus pais se reuniam em sua casa. “Isso não me parecia ‘louco’ naquela época. Eu só estava me divertindo com os amigos de papai e mamãe. Exceto, talvez, pelo Michael Jackson. Certamente eu sabia quem ele era!”, contou em entrevista exclusiva à Platinum um dos maiores nomes da moda mundial. Crescida em uma fazenda no interior da Inglaterra, vegetariana desde os 7 anos e filha de uma mulher que se mostrou forte até o fim, Stella gosta de dizer que seu maior exemplo foi Linda McCartney. “Minha mãe me influenciou através das roupas que usava e da forma como se vestia. E também me inspirou pelo jeito destemido que conduzia sua vida. Para mim, este é o jeito mais moderno de ser uma mulher – um jeito muito real de feminilidade”. Eis a palavra-chave para entender o jeito Stella de ser: feminilidade. “Se comparada a outros designers ingleses, ela escapou da fantasia aristocrática, e criou sua moda baseada no olhar feminino, para uma mulher urbana, que não tem medo de ser sensual e não abre mão do conforto”, explica Flávio Bragança, coordenador do MBA em Produção de Moda da Universidade Veiga de Almeida.
Essa é uma boa descrição de seu estilo, suas criações e seu comportamento. “Com um olhar contemporâneo, ela deu continuidade à elegância despretensiosa iniciada por Chanel, e apurada por Yves Saint Laurent”, completa Bragança. Mãe de quatro filhos, chegando aos 40 anos, ela só se recusou a responder uma pergunta de nossa entrevista: a que questionava se, como toda mulher, estaria entrando na crise dos 40. Mas Stella pode se dar o luxo de não falar a respeito. Ela é hoje diretora criativa da grife que leva seu nome e que, desde o nascimento, em 2001, faz parte do grupo Gucci. Um nome tão valioso que é cobiçado por gigantes da indústria da moda, como H&M, Adidas e C&A. Cada parceria que faz com uma delas rende dividendos financeiros e, principalmente, em termos de imagem. “Stella personifica perfeitamente sua marca. Ela esbanja frescor, é uma mulher dos novos tempos. É muito verdadeira em sua atitude vegetariana, sustentável e de preocupação social”, diz Carlos Ferreirinha, presidente da MCF Consultoria de Luxo.
Com um poder tão grande nas mãos, é normal se perguntar: afinal, o que restou da garotinha de cabelos loiros e olhos azuis que se tornou a estrela do clipe de Maybe I’m amazed, composta por Paul McCartney para a banda Wings, sucessora dos Beatles? “As pessoas sempre acham que eu era uma criança ‘rock’n roll’, mas eu frequentei escola estadual e tive uma infância bem normal”, diz. “Fui criada em uma fazenda orgânica no campo e toda minha família era vegetariana, então foi natural que eu me engajasse em uma moda ética. Eu não podia ser hipócrita”. Esse, por sinal, é o lado mais conhecido de Stella: a preocupação ética e com o ambiente. Em suas criações não entram pele nem couro natural e seus produtos de beleza não são testados em animais. “Ela é a designer de moda mais famosa do mundo a construir sua marca com produtos desenvolvidos a partir de uma atuante consciência ecológica”, completa o professor Flávio Bragança.
Mas essa complexa mulher não pode ser analisada apenas por essa característica. Ela foi encarregada, por exemplo, de desenhar o uniforme de todas as equipes esportivas inglesas para as Olimpíadas de 2012. “Traduzir o orgulho da minha nação em roupas é uma honra incrível. É, ao mesmo tempo, um desafio pesquisar as técnicas necessárias para produzir peças que ajudem a manter a dignidade dos atletas mostrando sua força”, diz. O projeto é apenas mais uma faceta dessa criadora que tem sob sua tutela linhas de sapatos, bolsas, óculos, lingeries, produtos de beleza e, mais recentemente, roupas infantis. “O universo infantil mais do que nunca acessa em tempo real as novidades que acontecem no adulto. Ao lançar essa linha, Stella segue mais do que uma tendência, ela acompanha uma realidade”, diz o consultor Ferreirinha. Apesar de manifestar orgulho por suas raízes britânicas, ela não esconde o encanto com o Brasil. Adora nossa caipirinha, diz que se inspira em Oscar Niemeyer e adorou a nossa Rua Oscar Freire.
Pode-se dizer que a admiração é recíproca: as brasileiras adoram o estilo feminino de Stella, que tem um pezinho no casual chic e outro na sofisticação. As peças de sua grife são vendidas por aqui na NK Store do RJ e na de SP. Para se ter ideia do sucesso da marca em território nacional, o número de peças da coleção outono-inverno 2011/2012 que chegou à NK dobrou em relação às anteriores. E o espaço dedicado à grife no interior da loja vai ser modificado para dar conta de tantas novidades. “O que as brasileiras mais gostam é o que ela faz de melhor: a alfaiataria”, diz Natalie Klein, proprietária da loja. “Os blazers são super bem cortados, as calças caem maravilhosamente bem... e as clientes já chegam na loja procurando por essas peças que viraram marca registrada dela”, completa Natalie. Por enquanto, as roupas da marca só podem ser encontradas mesmo na NK, pois não há nenhum plano concreto para que se abra uma loja própria em Terras Brasilis. Qual seria o motivo? “Pura estratégia”, responde Carlos Ferreirinha. “A operação da marca foi ajustada dentro do próprio Grupo Gucci não faz muito tempo. O Brasil é muito oneroso e a marca precisa antes ganhar escala mundial para ser viável financeiramente por aqui”. É torcer para essa realidade mudar logo e a gente ter ainda mais opções e poder ver, sem sair do país, um universo como o apresentado na recém-inaugurada loja de Roma, a poucos passos da Piazza di Spagna, com todo o charme nonchalante que só Stella McCartney sabe ter.
Champanhe para tomar com gelo
Fiquem de olho: a Möet & Chandon acaba de lançar no Brasil sua versão Ice imperial, bebida que foi o quente do verão na Europa. O que ela tem de diferente? Foi desenvolvida pelo chef de cave da Moët, Benoît Gouez, que o desenvolveu com sabores mais intensos de frutas tropicais mescladas a frutas vermelhas frescas. É o primeiro champanhe do mundo criado especialmente para ser apreciado com gelo dentro da taça. Para um charme a mais, acrescente ainda folhas de hortelã e lascas de casca de limão. Hummm, mais refrescante impossível!
Sai por R$350. Corra se quiser aproveitar, porque ela só fica no mercado enquanto o verão durar.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Docinho entre as nuvens
Hoje fui almoçar no restaurante Skye, no topo do hotel Unique, em São Paulo. A vista é de tirar o fôlego. O preço requer um certo preparo do bolso, ou uma data especial. Mas quem se importa se o resultado é uma refeição inesquecível? No bate-papo à mesa, o simpaticíssimo chef Emanuel Bassoleil faz brincadeiras, conta que é mais brasileiro que francês, afinal, passou apenas 22 anos na sua terra natal e já são 25 em Terras Brasilis. E quando nós, em três mulheres, ficamos divididas na hora de escolher a sobremesa, ele é direto: "pede o de maracujá com chocolate (na foto, composto por um mousse divino de chocolate e um sorbet delicioso de maracujá e calda da mesma fruta...hummmm), que é mais a sua cara". Primeiro impasse resolvido, as três começam a divagar sobre se pedem a sobremesa inteira ou dividem. Ele, sem cerimônia, solta um: "ai, depois as mulheres querem que a gente as entenda facilmente" e solta uma risada discreta. Pois é. Mas digamos que ele entende o que elas querem. Ao menos no quesito sobremesa: o azedinho do maracujá casou perfeitamente com as delícias do chocolate e as três mulheres presentes saíram da mesa felizes, felizes.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Sonhos e paixões
Para nunca perder de vista meus princípios, acho que vou guardar esse vídeo com o discurso do Steve Jobs.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
Os velhinhos de Zurique
O maior relógio de torre de igreja da Europa
A segunda senhorinha não trocou uma palavra comigo, mas fiquei impressionada com seu look: um vestido roxo-púrpura envelope, pelos joelhos, com um colar de duas voltas de pedras verdes. Chic, chic, chic. Me arrependi de não ter tirado nenhuma foto.
O terceiro foi o que mais me surpreendeu. Estava perdida no bairro histórico de Niedeldorf (lindo, lindo, vale muito se perder naquelas ruas estreitas, cheias de comércio charmoso e cafés idem) e à procura do Cabaret Voltaire (para quem não sabe, um cabaré onde dizem ter nascido o dadaísmo e que hoje se transformou numa descolada galeria com obras desse movimento artístico). Fui até uma igreja ali perto e encontrei um senhor com cara de “local”. Quando perguntei onde ficava o Cabaret, ele fez questão de me acompanhar. Até aí, nada muito surpreendente, visto que havia vivido uma situação parecida na véspera. Eis que ele me sai com uma pergunta, no mínimo, inesperada: “O Cabaret Voltaire é famoso? Você veio até aqui para conhecê-lo?”. Enquanto eu esboçava um “sim”, ele desandou a falar: “porque o governo gasta uma fortuna para manter esse museu. Eu não vejo nenhum valor. Eu conversei com pessoas que viveram naquela época (cerca de 1915, para quem ficou curioso) e elas me diziam que essas pessoas que criaram o dadaísmo eram um bando de marginais, que ficavam bebendo pelas ruas, depois iam a esse bordel e bebiam mais ainda. Como tinha muitos russos no meio do grupo, e “da” em russo significa “não”, eles ficavam bebendo e dizendo “da, da, da”. Foi assim que surgiu o nome dadaísmo. Tem cabimento?”. Eu apenas sorri. Quando chegamos à porta do Cabaret, ele me perguntou: “Você já leu algum texto do dadaísmo?”. Eu, sem graça e sem tempo de pensar, menti: “Já”. E ele conclui: “Então você é mais inteligente do que eu” e, soltando um suspiro, saiu apressado e, certamente, injuriado.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
sexta-feira, 30 de setembro de 2011
Quentinhas de Zurique
As dobraduras
O lago dos cisnes, versão Zurique
Caixinhas de música na loja Franz Carl Weber
O carrossel!
Na Banhoffstrasse se concentra o comércio, o que inclui marcas locais de produtos de beleza, como a La Colline.
Essa qualquer guia de turismo vai te indicar: a confeitaria Sprüngli, da Lindt, do lado da Paradeplatz. Impossível ir pra Zurique e não passar por lá. Tem café da manhã por 30 francos.
Quer trazer um presente pro amor e não se importa em gastar uma grana? As sempre finas Ermenegildo Zegna e Brioni, a última com terninhos básicos pelo equivalente a 4.000 reais, são boas opções.
A nada básica joalheria Ole Lyngaard tem peças coloridas e super diferentes.
Dentro do shopping Jelmoli é possível perder horas, mesmo sem muita grana. Lá dentro, além de milhares de grifes bem conhecidas tem a perfumaria Algemein. Resista se for capaz a uma parede inteira só de produtos para as unhas...
No subsolo do shopping, três opções de comida rápida (buffet com aromas orientais, restaurante italiano e sanduíches) e um espaço gourmet de dar água na boca. Se der sorte, você topa com a inusitada harmonização de queijos suíços com chás indianos. No mínimo, vai se perder entre as milhares de opções de mel (sim, senhora, de origens diferentes!), entre massas artesanais italianas, geleias orgânicas suíças e terrines francesas.
Saindo do Jelmoli, mas ainda na Banhoffstrasse, lojinhas de roupas infantis ou de roupas para adultas. Ricas. Porque sem grana só restam mesmo a Zara e a H&M. Tudo lá é uma fortuna. Mas, é claro, um charme só. Como as lojas de orgânicos (que vendem de saladas prontas a biscoitos, chás, cafés E produtos de beleza) e de brinquedos feitos de papel. Sabe aqueles livros infantis que quando você abre a página salta um castelo de papel, algo meio 3D? Então. Lá, eles atingem um grau de perfeição que eu nunca tinha visto antes.
Para encerrar, é impossível não se sentir uma criança na loja Franz Carl Weber, que existe desde 1881 e tem cinco andares que parecem ter saído de um sonho infantil. Balas coloridas, bichinhos de pelúcia, brinquedos de madeira, caixinhas de música, LEGOs, jogos de tabuleiro, bonecas, minimaquiagens, carrinhos... enfim, tudo para fazer qualquer pimpolho feliz.
Nos próximos posts, aguarde mais histórias de Zurique e redondezas!
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
É por essas e outras...
que eu acho a Miuccia Prada uma "gênia". Olha a nova coleção que acaba de ser defilada. Não é de passar mal?
Reparem nas saias pelo joelho super cinquentinha, nas estampas incríveis e no jeitinho ladylike, sim, porém sexy, que só Miuccia é capaz de imprimir à sua moda!
Reparem nas saias pelo joelho super cinquentinha, nas estampas incríveis e no jeitinho ladylike, sim, porém sexy, que só Miuccia é capaz de imprimir à sua moda!
sexta-feira, 16 de setembro de 2011
Porque drink é bom e a gente gosssssta
Essa é quentinha:
A Cîroc, vodka francesa destilada a partir da uva (!), lança no mês que vem aqui no Brasil suas vodkas flavorizadas (chic, né? Gente, não é saborizada, é flavorizada!): uma de frutas vermelhas e outra de coco. Os sabores são extraídos das frutas mesmo, não é nada artificial. E se é fruta, é light, né? rs
Ontem fui a um happy hour promovido pela marca para apresentar os novos produtos e experimentei seis drinks que têm como base essas novidades. Preciso confessar que provando puras, gostei mais da de coco. E em um drink com abacaxi e capim limão macerados, ficou perfeita. Mas o drink Cîroc Red Berry Glam é o mais "menina" e por isso a gente vai passar a receita aqui. Não é lindo?
Ingredientes:
40 ml Vodca CÎROC RED BERRY
10 ml Xarope de Grenadine
100 ml Espumante Brut
Modo de preparo:
Em uma taça flûte adicione 40 ml de Vodca CÎROC RED BERRY gelada, adicione 10 ml de xarope de Grenadine delicadamente para que se posicione ao fundo da taça. Em seguida, complete com 100 ml de Espumante Brut. Finalize com 1 pétala de rosa ou 1 framboesa.
quarta-feira, 14 de setembro de 2011
Jean-Charles de Castelbajac
Há rumores que a marca Jean-Charles de Castelbajac foi comprada por um grupo sul-coreano. Ainda não tive acesso a mais informações, mas uma coisa é certa: o cara é incrível, principalmente na última coleção, inspirada em Man Ray.
Um texto muito, muito tocante
É do Mario ANTONIO Prata.
Saiu hoje na Folha.
Interessante para fazer um exercício: como seria o "seu" filme nos momentos derradeiros?
O meu teria cheiro de brigadeiro, gosto de vinho, sensação de cafuné deitada no colo da mãe, de gargalhadas à mesa com irmão, de avó fazendo trança nos cabelos, de apertar a mão do vovô, de olhar a pele amassadinha da bisa, de pai chorando junto, de beijar meu amor, de brincar com minha sobrinha, de trocar papos cabeça com as cunhadas e de dançar com os amigos. E o cenário seria a casa de Ipanema. Ou o apê da Clotário. Talvez a casa de Santa Isabel do Ivaí. Quem sabe uma das tantas escolas em que estudei. Mais recentemente, seria um bar. A trilha sonora, um emaranhado de Amy Winehouse, Joss Stone, toques de música francesa, pop italiano, Xuxa e muito samba.
E o seu filme? Qual seria o roteiro?
Bem, eis o texto doMario ANTONIO Prata:
Rebobine, por favor
Se eu batesse as botas agora, meu filme talvez começasse com um momento desses que a gente não se dá conta
Não acredito em Deus nem em qualquer bônus ou penalidade para além do último suspiro. Como diria meu tio Carlão, botafoguense e, portanto, homem desprovido de ilusões: "Acabou, já era". A frase pode não ser das mais líricas, mas tampouco o é a morte, caro leitor, e envolvê-la em fumos literários serve apenas, como as flores sobre a cova, para disfarçar o mau cheiro que exala do assunto. Melhor é tomar o fim pelo que é: prosaico cessar de reações químicas e impulsos elétricos; bug derradeiro, tão certo quanto irreversível.
Mesmo não tendo a menor esperança de acréscimos ao tempo regulamentar, devo admitir que alimento uma expectativa, não diria "post-mortem", mas "in-mortem": gostaria muito que fosse verdade aquele papo de que, no instante em que se fecham as cortinas, a vida inteira passa na tela do pensamento, em marcha a ré, como uma fita sendo rebobinada.
Tal acontecimento nada teria de metafísico, seria apenas uma reação de nosso cérebro ao apagar das luzes, como um sonho, um delírio. E, como todo sonho, este REM final não primaria pela linearidade, indo de uma ponta a outra de nossa existência aos rodopios.
Se eu batesse as botas agora, meu filme talvez começasse com um momento de prazer corriqueiro, desses de que a gente nem se dá conta, ocupado por alguma tarefa tão urgente quanto desimportante. O calor do sol no rosto, por exemplo, ao abrir a porta pela manhã, para pegar o jornal. O sol, quem sabe, me remeteria a uma tarde da adolescência, na Bahia. O som do mar, a brisa, uma garota me fazendo um cafuné, depois de anos de batalha para que uma garota me fizesse um cafuné -y otras cositas más... Do calor da Bahia ao inverno paulistano, não faz muito tempo: estou sendo apresentado a meu amor. Eu a beijo. Surjo num bar com três amigos queridos, duas e meia da manhã: temos 25 anos e, aos brados, resolvemos todos os problemas da humanidade, anotando as soluções em guardanapos que, logo mais, esqueceremos sobre a mesa. Agora vejo a multidão de cima dos ombros do meu pai, na comemoração de uma vitória do Corinthians, na Paulista. Dou uma cambalhota na piscina de um sítio e a coisa vai ficando abstrata. Há uma sucessão de sabores e cheiros. Boio em brigadeiro, nado em vinho. Refogue alho e cebola, inconsciente! Traga-me uma picanha, exijo cheiro de jasmim! Beatles! Quero ouvir Blackbird mais uma vez! Veja só, minha avó. Três pedaladas na sequência, na bicicleta sem rodinhas. Agora um peito: quando menos espero, surge o útero -e o resto é silêncio.
(Claro, haveria tristezas, também, neste crepúsculo boreal. Pés na bunda ou na quina do móvel, solidão e medo: mas no cômputo geral, uma aflição seria consolada por um pomar, o tédio por um Mark Twain, uma angústia pela visão de minha mulher, de manhã cedinho, passando hidratante nas pernas.)
Talvez, durante esta última sessão de cinema, ter vivido uma boa vida, afinal de contas, fizesse sentido, e o prazer do resumo seria uma espécie de brinde, de bem-casado que se come na saída da festa -mas, infelizmente, não se leva nos bolsos, pois levar é verbo transitivo e mortos, que pena, não transitamos mais.
Saiu hoje na Folha.
Interessante para fazer um exercício: como seria o "seu" filme nos momentos derradeiros?
O meu teria cheiro de brigadeiro, gosto de vinho, sensação de cafuné deitada no colo da mãe, de gargalhadas à mesa com irmão, de avó fazendo trança nos cabelos, de apertar a mão do vovô, de olhar a pele amassadinha da bisa, de pai chorando junto, de beijar meu amor, de brincar com minha sobrinha, de trocar papos cabeça com as cunhadas e de dançar com os amigos. E o cenário seria a casa de Ipanema. Ou o apê da Clotário. Talvez a casa de Santa Isabel do Ivaí. Quem sabe uma das tantas escolas em que estudei. Mais recentemente, seria um bar. A trilha sonora, um emaranhado de Amy Winehouse, Joss Stone, toques de música francesa, pop italiano, Xuxa e muito samba.
E o seu filme? Qual seria o roteiro?
Bem, eis o texto do
Rebobine, por favor
Se eu batesse as botas agora, meu filme talvez começasse com um momento desses que a gente não se dá conta
Não acredito em Deus nem em qualquer bônus ou penalidade para além do último suspiro. Como diria meu tio Carlão, botafoguense e, portanto, homem desprovido de ilusões: "Acabou, já era". A frase pode não ser das mais líricas, mas tampouco o é a morte, caro leitor, e envolvê-la em fumos literários serve apenas, como as flores sobre a cova, para disfarçar o mau cheiro que exala do assunto. Melhor é tomar o fim pelo que é: prosaico cessar de reações químicas e impulsos elétricos; bug derradeiro, tão certo quanto irreversível.
Mesmo não tendo a menor esperança de acréscimos ao tempo regulamentar, devo admitir que alimento uma expectativa, não diria "post-mortem", mas "in-mortem": gostaria muito que fosse verdade aquele papo de que, no instante em que se fecham as cortinas, a vida inteira passa na tela do pensamento, em marcha a ré, como uma fita sendo rebobinada.
Tal acontecimento nada teria de metafísico, seria apenas uma reação de nosso cérebro ao apagar das luzes, como um sonho, um delírio. E, como todo sonho, este REM final não primaria pela linearidade, indo de uma ponta a outra de nossa existência aos rodopios.
Se eu batesse as botas agora, meu filme talvez começasse com um momento de prazer corriqueiro, desses de que a gente nem se dá conta, ocupado por alguma tarefa tão urgente quanto desimportante. O calor do sol no rosto, por exemplo, ao abrir a porta pela manhã, para pegar o jornal. O sol, quem sabe, me remeteria a uma tarde da adolescência, na Bahia. O som do mar, a brisa, uma garota me fazendo um cafuné, depois de anos de batalha para que uma garota me fizesse um cafuné -y otras cositas más... Do calor da Bahia ao inverno paulistano, não faz muito tempo: estou sendo apresentado a meu amor. Eu a beijo. Surjo num bar com três amigos queridos, duas e meia da manhã: temos 25 anos e, aos brados, resolvemos todos os problemas da humanidade, anotando as soluções em guardanapos que, logo mais, esqueceremos sobre a mesa. Agora vejo a multidão de cima dos ombros do meu pai, na comemoração de uma vitória do Corinthians, na Paulista. Dou uma cambalhota na piscina de um sítio e a coisa vai ficando abstrata. Há uma sucessão de sabores e cheiros. Boio em brigadeiro, nado em vinho. Refogue alho e cebola, inconsciente! Traga-me uma picanha, exijo cheiro de jasmim! Beatles! Quero ouvir Blackbird mais uma vez! Veja só, minha avó. Três pedaladas na sequência, na bicicleta sem rodinhas. Agora um peito: quando menos espero, surge o útero -e o resto é silêncio.
(Claro, haveria tristezas, também, neste crepúsculo boreal. Pés na bunda ou na quina do móvel, solidão e medo: mas no cômputo geral, uma aflição seria consolada por um pomar, o tédio por um Mark Twain, uma angústia pela visão de minha mulher, de manhã cedinho, passando hidratante nas pernas.)
Talvez, durante esta última sessão de cinema, ter vivido uma boa vida, afinal de contas, fizesse sentido, e o prazer do resumo seria uma espécie de brinde, de bem-casado que se come na saída da festa -mas, infelizmente, não se leva nos bolsos, pois levar é verbo transitivo e mortos, que pena, não transitamos mais.
sexta-feira, 9 de setembro de 2011
Marakuthai para meninas
Um restaurante de meninas e para meninas. Assim é o Marakuthai, em São Paulo. A chef, Renata Vanzetto, é uma garota, no melhor sentido da palavra, e isso se reflete no ambiente do restaurante. Vestidos retrô pendurados sobre a escada, luminárias dos mais diferentes estilos, móveis e almofadas escolhidos a dedo, provavelmente em algum mercado de rua de Bali (nem sei se foi, de fato, mas prefiro pensar que sim)... O cuidado de Renata foi tão grande que até o banheiro tem detalhes imperdíveis: bolsinhas de festa antiguinhas (eu queria uma!) repousam delicadamente sobre as paredes. Uma decoração perfeita pedia, é claro, trilha sonora idem. E também nesse quesito não falhou, passando por Maria Gadú e Caetano Veloso. Mas e a comida? In-crí-vel! Deliciosa. Escolhemos pratos à base de frutos do mar, todos com especiarias exóticas, capim limão, leite de coco, pimentas, gergelim, enfim... Algo no mínimo marcante e muito especial. Uma noite memorável, porém, tem seu preço. E o do Marakuthai é alto, mas vale cada centavo (não esqueça, estamos falando de camarões, e não de macarrão al sugo, prato feito com ingredientes simples e que não justificam o preço que vem sendo cobrado em certos restaurantes por aí). Ah, sim, a conta vem em uma bolsinha dourada, pra mostrar que cada detalhe é pensado com carinho e que aquela noite não pode ter sido menos que memorável.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
sexta-feira, 26 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
O novo feminismo
Não nego a importância do movimento feminista para a história e, claro, para que as mulheres obtivessem muitos dos direitos que têm hoje. Pronto. Esclarecido? Pois é. Eu só acho que atualmente o movimento deveria repensar seus questionamentos e sua “luta”. Coloco entre aspas de propósito. Acho que a verdadeira batalha pelos nossos direitos acontece no dia-a-dia. Aconteceu quando a viúva Clicquot comandou uma empresa de bebidas na ausência de seu marido há muitos e muitos anos e garantiu o emprego daquelas pessoas que lá trabalhavam. Aconteceu quando a Nélida Piñon mostrou com seu talento que uma mulher podia ser presidente da Academia Brasileira de Letras. Ou quando a arquiteta Zaha Hadid ganhou o Pritzker, prêmio mais importante do mundo em sua área. Acontece quando a gente chega em casa e, sem precisar pedir, o marido ajuda a lavar a louça. Ou quando assumimos a direção do carro para dirigir na estrada, apesar de todos os perigos que ela oferece. Também acontece quando resolvemos ter filhos nesse mundo maluco e defendê-lo com unhas e dentes desse mesmo mundo. A “luta” das ditas feministas de hoje em dia ficou ultrapassada, parada no tempo. Lembro de uma professora do mestrado que estava com o punho machucado e pediu, em sala de aula, para alguém ajudá-la a abrir a garrafa de água. Um senhorzinho, muito gentil, levantou-se e foi até ela. Sabem o que ela disse? “Gente, não precisa ser um homem”. Ai, faça-me o favor, né? Esse tipo de postura radical até podia fazer sentido quando a LUTA (essa sim, com letras maiúsculas) precisou ser mesmo travada e o espaço das mulheres aberto (com perdão do trocadilho) a fórceps. Ela se justificava nos anos 70, quando minha mãe diz que barrou algumas vezes a gentileza do meu pai de puxar a cadeira para ela sentar ou abrir a porta do carro. Ela conta que tinha vergonha de aceitar isso, pois as mulheres PRECISAVAM provar sua independência e, enfim, ela vivia nesse mundo fervilhante de mudanças e sede de liberdade, em todos os sentidos, então isso fazia muito sentido. Mas hoje esse mundo se abriu. E agora cabe a cada uma de nós, mulheres, na nossa árdua batalha diária, mostrar que queremos espaço. E respeito. E (por que não?) delicadeza. Como alguém que nos abra a porta do carro, traga flores e puxe a cadeira pra gente sentar. Isso não faz de nós menos mulheres. É exatamente o contrário. Isso faz de nós mulheres de verdade, que brigam por seus direitos, sim, mas aceitam a natureza, com toda a força e a fragilidade que ela nos impõe.
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Notícias do mundo do luxo
O compromisso desse blog nunca foi transmitir notícias. Muito menos publicar mininotinhas com váááááárias fotos. Ele nasceu porque eu gosto de escrever. E não quero perder a “Priscilla” em textos editados, cortados e reescritos, ações corriqueiras no jornalismo. Para reencontrar meu jeito de escrever, eu procuro ler textos, revistas e livros que não tenham ligação direta com luxo, assunto que adoro e sobre o qual já leio por “obrigação” (chato, né? trabalhar com o que a gente gosta...hehehe) Para preservar minha personalidade em forma de textos, criei esse blog. Sem obrigações, sem preocupações. Não por acaso, ele se chama “Só porque eu gosto”. Enfim, uma breve introdução pra trazer, justamente, duas notícias de luxo :-)
A primeira dá água na boca: a Magnolia Bakery vai abrir uma filial no Brasil ano que vem. Provavelmente em São Paulo. Atire o primeiro cupcake quem nunca ouviu falar nessa confeitaria, dizem, di-vi-na, nova-iorquina que ficou famosa na série Sex and the City. O lugar é pequeno e a fila que se forma à sua porta é quase quilométrica. Mas pelas fotos a gente entende porquê.
Outra notícia é que a descoladérrima 10 Corso Como, loja-conceito modernosa e superfashion de Milão, completa 20 anos agora em setembro. A boutique foi fundada por Carla Sozzani, irmã de Franca Sozzani, todo-poderosa da Vogue Itália e que era consultora do meu curso de pós em Milão (momento tiete). Lá dentro, além de roupas e produtos de beleza, um salão de chá e uma biblioteca de ba-bar.
Pronto, me rendi. Notícias no blog, a partir de agora, estão liberadas. Sem nenhum tipo de censura.
A primeira dá água na boca: a Magnolia Bakery vai abrir uma filial no Brasil ano que vem. Provavelmente em São Paulo. Atire o primeiro cupcake quem nunca ouviu falar nessa confeitaria, dizem, di-vi-na, nova-iorquina que ficou famosa na série Sex and the City. O lugar é pequeno e a fila que se forma à sua porta é quase quilométrica. Mas pelas fotos a gente entende porquê.
Outra notícia é que a descoladérrima 10 Corso Como, loja-conceito modernosa e superfashion de Milão, completa 20 anos agora em setembro. A boutique foi fundada por Carla Sozzani, irmã de Franca Sozzani, todo-poderosa da Vogue Itália e que era consultora do meu curso de pós em Milão (momento tiete). Lá dentro, além de roupas e produtos de beleza, um salão de chá e uma biblioteca de ba-bar.
Pronto, me rendi. Notícias no blog, a partir de agora, estão liberadas. Sem nenhum tipo de censura.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
Jordânia by Flavinha
Quando a gente viaja com um grupo grande de jornalistas podem acontecer duas coisas totalmente opostas: a primeira é dar tudo errado, todo mundo se dar mal e virar uma guerra de vaidades. A segunda é todo mundo se dar muito bem. Foi o que aconteceu, vocês já sabem, pois já escrevi aqui, na minha viagem para a Jordânia.
Em termos de relacionamento pessoal, já percebemos nos primeiros dias que a viagem se tornaria inesquecível. Mas e os frutos profissionais que colheríamos dessa viagem? Mais uma vez, é possível seguir dois caminhos. No primeiro, e mais comum, é que cada um, por suas experiências e modo de olhar as coisas, tenha uma impressão diferente e um texto completamente diferente do outro. Até porque os veículos não falam necessariamente para o mesmo público. Em outras (raras) vezes, acontece de vocês verem as mesmas coisas, mas uns serem mais capazes de expressar do que outros. Ou terem essa permissão. Foi o que aconteceu com a querida Flávia Lellis, que escreveu uma matéria linda pra revista Brazil Travel News e me permitiu reproduzir um trechinho aqui. Ele fala sobre tudo o que penso dessa experiência que tivemos juntas e acompanhadas de um grupo incrível. Mas chega de rasgar seda. Vamos ao texto dela:
"Uma experiência fantástica, vivida no lombo de um camelo, a caminho do pôr-do-sol. A cada marca deixada na areia pelas patas do animal – numa vasta área de solidão -, os desenhos naturais que envolvem a cena convidam à reflexão, à feitura de um pedido ou a qualquer pensamento que simplesmente deixe a imaginação fluir, tamanha magia que envolve o momento. Não há tempo para pensar em enjôo ou medo, uma vez que a reação mais natural é curtir uma excitação contida frente a um episódio da vida quase indescritível. O desfecho se dá em silêncio no alto de uma pedra, onde os segundos são contados iluminados por um sol que não faz feio diante dos convidados que o observam sumir atrás das montanhas para a chegada da lua"
Da importância do bom humor
Segunda-feira, 7 horas da manhã. Frio. Garoa fina. Toca o despertador. Preguiça. Ir para a academia a essa hora da madrugada: pra quê? Pra quê? Levanto. Acho que vou ligar e perguntar se vai MESMO ter aula. Desencano, não dá tempo. Tenho 45 minutos para comer, me trocar, arrumar a cama, dar comida ao cão e correr pra academia. Chego lá e: surpresa. Tanta gente que quase falta a bola gigante que usamos no pilates para desafiar nosso equilíbrio (e nossa barriga!). Quando começo a tentar compreender o motivo de uma dezena de pessoas ter vencido o frio, a preguiça e o mau humor típicos de uma segunda-feira (bem) cedo, eis que chega a professora. Às gargalhadas comenta que hoje não é ela quem faz o almoço, mas sim o marido, pois ela dá aula pela manhã. Mas que lava a louça passa a tarde com a filhota, dá banho nela e ainda prepara o jantar. Durante a aula, faz piadas, troca a trilha sonora, faz brincadeiras: “essa é pra expulsar a cachaça do fim de semana, essa outra pra queimar a borda de catupiry que fica em volta da cintura”. “Vamos lá, Jesus nos ama”. E solta mais uma gargalhada. “Parem de tremer, suas velhas”. Voltando da aula (e depois de mais uma de box e 20 minutos de esteira), morta de cansaço, fui em direção à minha casa pensando em como é importante a gente se dedicar ao que faz. Mas se dedicar mesmo, sabe? Não simplesmente “bater cartão”. Chegar na hora, fazer de verdade, com disposição e bom humor. Isso contamina todos à nossa volta. Quer saber? Vim para o trabalho hoje super bem disposta e bem humorada. Apesar da segunda-feira e da garoa fina e gelada que insistia em cair.
PS: como vocês podem ver na foto acima, eu sei da importância do bom humor há muito tempo. #modéstiafeelings
sexta-feira, 19 de agosto de 2011
Os doces docinhos de Daniela
Sabe um lugar com carinha de casa de mãe? Ou, melhor, com comidinha que parece que foi feita pela mamãe? Assim é o Marcelino Pan y Vino, na Vila Madalena. Uma casa fofa fofa de esquina, que eu sempre “namorei de longe” e que fui conhecer com a Maíla e a Ticiana, assessoras super fofas da KRP, que cuida do restaurante. Chegando lá, as meninas me apresentaram à dona do negócio, a chef Daniela França Pinto, também dona do não menos fofo Lola Bistrot. Era para nos dar um oizinho e sair de retirada, pois estava correndo, orientando os funcionários, enfim... mas acabou ficando e o papo (bom), rendendo. Na hora de decidir o que íamos comer, mal peguei o cardápio e as meninas já tinham escolhido seus pratos: “ai, essa noite eu até sonhei com a polenta com cogumelos e ovo poché”. Alguma dúvida? Claro que pedi a tal polenta também, né? Uma delícia, 100% comfort food, aquela comida que esquenta o corpo e o coração. No meio da conversa, Daniela fala (e eu concordo) sobre como a crítica irresponsável pode prejudicar um restaurante. Conta que jornalistas muitas vezes sem critérios podem destruir a vida de alguém que apostou todos os seus sonhos e seu dinheiro em um restaurante. Do papo “sério” passamos a algo bem mais leve. Daniela conta que já foi palhaça profissional! Clown! E que seu marido o é até hoje. Não é incrível? Fiquei admirada e demos muitas risadas quando ela contou que seu pai brinca que seu genro é um palhaço. E ele está certo. No mínimo divertido, não? E para acompanhar as risadas, nada melhor que uma sobremesa. A dúvida entre o pavê de brigadeiro (que não escolhi e precisei voltar, na mesma semana, para provar. Sim. É sensacional) e os cremes de papaia e abacate (da foto) se dissipou quando Daniela provou, na nossa frente, uma sobremesa que estava em fase de testes: sorvete de tapioca com Dulce de leche da casa e biscoito crocante. Ai, eu e minhas vontades. Claro que pedi isso. Ainda nem está no cardápio e eu, palpiteira que sou, sugeri que o sorvete (super neutro) fosse trocado por um de banana ou chocolate amargo. Não sei que fim levou essa história, mas estou ansiosa para ver a sobremesa no cardápio. E outra delícia que está para entrar no menu (e eu não vejo a hora de provar) é a banana assada com merengue flambado. “Um dos doces que mais tem o gosto da minha infância”, suspirei. E Daniela, feliz, respondeu: “Que bom que você recordou, é exatamente esse o nosso objetivo aqui”.
quinta-feira, 11 de agosto de 2011
Eu não esqueci...
...do blog, não, minha gente. Mas essa semana tem sido impossível. Deixo vcs com as fotos inspiradoras que o Mario Testino fez do casamento de Kate Moss para a Vogue americana. Dá até vontade de casar de novo (com o mesmo marido, calma, Mika!) hehehe
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
Pierre Cardin
Ficou curioso para ver a matéria sobre o Pierre Cardin, que foi capa da IstoÉ Platinum 25, edição de junho/julho. Dá uma olhada no link. Nem preciso dizer que eu amei fazer, né?
PS.: estava impossível de ler, só com lupa.
Eis o texto:
Pierre Cardin - passado e presente
Seria fácil começar a falar de Pierre Cardin por suas frases de impacto como “a mulher é como uma flor e o vestido, um vaso” ou então “o que se espera de um estilista é que ele modifique o mundo pela estrutura da roupa, pelo corte e pela linha”. Poderia ser inspirador mencionar suas principais contribuições com a moda, como a criação do prêt-à-porter e a coleção Cosmos, que inaugurou a visão que temos até hoje de um estilo futurista. Não seria difícil mencionar os estilistas que foram influenciados por sua obra, como o francês Jean Paul Gaultier, o português Felipe Oliveira Baptista (hoje à frente da Lacoste) ou o brasileiro André Lima. O difícil é traduzir o que Cardin – que passou pelo Brasil em abril a convite da Mix Brand Experience – representa para a moda em poucas palavras. Mais do que criar formas novas, como o vestido-bolha e golas que desafiam a volumetria, ele desenhou todo um estilo de vida. “Tudo pode me inspirar durante o dia. Mas é à noite, quando fecho os olhos, que começo a ver linhas e cores”, contou à Platinum. “Penso nas roupas como uma forma de arquitetura”, explicou o irrequieto estilista, que aos 88 anos não para. Se por um lado, nem cogita se aposentar; por outro, pensa em colocar sua marca à venda, segundo afirmou ao jornal francês Le Figaro, por 1 bilhão de euros. Entretanto, Cardin não teme enfrentar novos desafios. No momento, emprega sua criatividade em outra esfera e é justamente a arquitetura que ganha sua atenção.
Sua mais nova empreitada é o Palais Lumière, complexo de 200 metros de altura, que abrigará 1800 apartamentos, mil vagas de estacionamento, 10 cinemas e 12 restaurantes. Está sendo construído em Veneza e inaugura em 2012. Os próximos devem sair em Las Vegas e Xangai, e ele tem fôlego para dizer que adoraria conceber um para o Rio de Janeiro. Trata-se de um trabalho que tem ocupado seus três últimos anos e terá de tapetes e sofás até copos e talheres criados por ele. “Acredito que esse seja meu último grande projeto: o mundo Pierre Cardin”, comemora. “Sempre quis e creio que temos que realizar quando a vontade chega”.
E monsieur Cardin sempre fez o que quis. Em 1959, escandalizou ao introduzir a primeira coleção de prêt-à-porter de que se tem notícia. A ousadia resultou na sua expulsão da Câmara Sindical da Alta Costura. Uma sequência inesperada na carreira de alguém que tinha participado – quando trabalhava na Maison Dior – da criação do New Look, em 1947. Mas isso não o abalou. Sempre em busca de inovações, conta que ia a museus para ver o que já tinha sido criado e fazer diferente.
Quem presenciou de perto essa ânsia por novidades foi a brasileira Maria Bourgeois, atualmente presidente da ONG Comitê pela Vida, que foi modelo e musa de Cardin na década de 60. Ela já desfilou com o vestido vermelho que tinha cones sobre os seios – e que mais tarde inspiraria Jean Paul Gaultier -, posou com o primeiro look criado para a coleção Cosmos, de 1964, e também com o traje que Jackie usou no casamento com Onassis. Não lhe faltam recordações. “Ele era muito rigoroso. A gente só podia faltar ao trabalho se estava morta”, disse divertida à Platinum. Ela conta que o chefe a chamara para um almoço no consulado britânico em Paris com ninguém menos que a rainha Elisabeth II. “Ele me avisou de última hora e eu entrei em pânico: como iria fazer com o cabelo, a maquiagem?”. A solução foi mais simples do que imaginara: o próprio Pierre Cardin a ajudou. A simplicidade do mestre apareceu em outros momentos, como quando ia comprar frango assado, vinho e baguete para que a equipe comesse durante a madrugada, durante intermináveis sessões de fotografia. “Tenho muito orgulho de ter passado por tudo isso”, diz Maria.
Ela não é a única a ter lembranças dessa época. O cineasta Cacá Diegues dirigiu Cardin no filme Joanna Francesa, de 1975. O estilista que sonhava ser ator se saiu bem no papel de um cônsul francês e impressionou o diretor. “Ele é um artista sensível, capaz de compreender uma filmagem difícil como aquela, mesmo não tendo experiência. E estávamos filmando em condições precárias, no interior de Alagoas, durante um verão de mais de 40 graus à sombra. Ele enfrentou tudo com muita disposição e elegância”, disse Diegues à Platinum. Depois das gravações da película, Cardin retornaria ao Brasil ainda uma dezena de vezes, mas independentemente disso, sempre foi muito presente em nossa moda.
“Ele tem uma linguagem geométrica e, ao mesmo tempo, orgânica, que me inspira. Cardin é uma aula viva de como administrar os negócios. Ele criou um prêt-à-porter com ótima distribuição e grande apelo comercial”, enumera André Lima, estilista que desfila suas coleções no São Paulo Fashion Week. Outra lição que Cardin deixou para estilistas do mundo todo é a forma como criou um lifestyle. Seu império vai de linhas de objetos de decoração e restaurantes (comprou o clássico Maxim’s, em Paris) a um teatro, o Espaço Cardin. Nada que se compare à penetração da marca nos anos 60 e 70, quando teve cerca de 50 butiques pelo mundo – hoje mantém apenas uma, na capital francesa, e prefere trabalhar com multimarcas. Na época, optou por um processo de expansão que incluiu um licenciamento de marca tão abrangente que a fez se afastar do universo do luxo. “Eu queria popularizar a minha grife. Tinha um sonho comunista e queria que todos tivessem acesso às minhas criações. Ironicamente foi esse sonho que me deu dinheiro de verdade”, diz. Cardin assinou produtos tão diversificados quanto uma água mineral e um avião. Por essas e outras, afirma que não existe algo que não tenha feito, mas não resta dúvida que sua paixão é a moda. “Ela está em tudo, reflete quem somos, de onde viemos, nossa idade e até nossa profissão. Se tivesse que escolher uma só atividade seria esta”.
E nessa área, sua importância é indiscutível. Suzy Menkes, uma das críticas de moda mais conceituadas do mundo, disse que ele expressou a criação de uma cultura jovem nos anos 60. André Lima também exalta suas contribuições, mas admite que o ideal seria que a marca apostasse em jovens executivos, que trouxessem um olhar mais contemporâneo. “Modernizar a marca agora seria um salto gigante”. Um dos passos para isso já foi dado. Cardin desfilou nas duas últimas semanas de moda de Paris, voltando atrás na decisão que havia tomado em 2000, quando deixou de participar do evento, decepcionado com a velocidade que suas criações eram copiadas. Quando pergunto se ainda fica nervoso ao subir em uma passarela, ele responde que isso já virou hábito. O relógio acelera e nossa entrevista está terminando. Sabendo que ele se mostra apreensivo a respeito do futuro e chegara a comentar sobre a ausência de um sucessor que honre seu legado, arrisco uma derradeira questão: Como ficará a moda amanhã? “Isso não sei. Sei que o que importa é o estilo. E isso eu tenho, não me interessa se gostam ou não. Eu não copio os outros. Sou Pierre Cardin”.
A ENTREVISTA:
“O termo Alta Costura não quer dizer mais nada hoje em dia”
Confira os principais trechos de nossa conversa com monsieur Cardin:
Platinum: Como foi o início de sua própria maison?
Cardin: Apresentei minhas primeiras peças, em 1950, em um porão no meu ateliê em Saint-Germain-des-Prés. As pessoas assistiram mal acomodadas, em banquinhos. Muito diferente dos meus luxuosos desfiles na Dior... Mas eu era jovem e amava moda, acho que deu certo por isso.
Como o senhor vê a moda hoje?
Ela está nas mãos dos jornalistas e das instituições financeiras. As marcas pagam muitas páginas de anúncios e acabam aparecendo nos editoriais de moda. Eu prefiro aparecer porque estou realizando algo novo.
Como é o estilo da mulher brasileira em sua opinião?
Elas são elegantes. Tenho muitas clientes na minha maison em Paris.
Elas têm um estilo emblemático?
Hoje em dia não se fala em estilo local. Todas as mulheres belas, jovens e ricas têm, um mesmo estilo. É global.
Elas se vestem como as francesas, então?
Algumas mulheres se vestem muito mal na França, não é uma questão de nacionalidade. Elegância é uma atitude natural.
Insisto: as brasileiras são elegantes?
Sim, basta observar aqui ao nosso redor.
A Alta Costura vai acabar?
As jovens de hoje trabalham e não podem ter uma criação da Alta Costura, não é prático. A sociedade mudou. Sei que a criação é necessária, mas ela também se manifesta no prêt-à-porter. O termo Alta Costura não quer dizer mais nada hoje em dia.
Já pensou em se aposentar?
Jamais. Meu trabalho é a minha razão de viver, afinal, estou um pouco velho para o amor (risos).
PS.: estava impossível de ler, só com lupa.
Eis o texto:
Pierre Cardin - passado e presente
Seria fácil começar a falar de Pierre Cardin por suas frases de impacto como “a mulher é como uma flor e o vestido, um vaso” ou então “o que se espera de um estilista é que ele modifique o mundo pela estrutura da roupa, pelo corte e pela linha”. Poderia ser inspirador mencionar suas principais contribuições com a moda, como a criação do prêt-à-porter e a coleção Cosmos, que inaugurou a visão que temos até hoje de um estilo futurista. Não seria difícil mencionar os estilistas que foram influenciados por sua obra, como o francês Jean Paul Gaultier, o português Felipe Oliveira Baptista (hoje à frente da Lacoste) ou o brasileiro André Lima. O difícil é traduzir o que Cardin – que passou pelo Brasil em abril a convite da Mix Brand Experience – representa para a moda em poucas palavras. Mais do que criar formas novas, como o vestido-bolha e golas que desafiam a volumetria, ele desenhou todo um estilo de vida. “Tudo pode me inspirar durante o dia. Mas é à noite, quando fecho os olhos, que começo a ver linhas e cores”, contou à Platinum. “Penso nas roupas como uma forma de arquitetura”, explicou o irrequieto estilista, que aos 88 anos não para. Se por um lado, nem cogita se aposentar; por outro, pensa em colocar sua marca à venda, segundo afirmou ao jornal francês Le Figaro, por 1 bilhão de euros. Entretanto, Cardin não teme enfrentar novos desafios. No momento, emprega sua criatividade em outra esfera e é justamente a arquitetura que ganha sua atenção.
Sua mais nova empreitada é o Palais Lumière, complexo de 200 metros de altura, que abrigará 1800 apartamentos, mil vagas de estacionamento, 10 cinemas e 12 restaurantes. Está sendo construído em Veneza e inaugura em 2012. Os próximos devem sair em Las Vegas e Xangai, e ele tem fôlego para dizer que adoraria conceber um para o Rio de Janeiro. Trata-se de um trabalho que tem ocupado seus três últimos anos e terá de tapetes e sofás até copos e talheres criados por ele. “Acredito que esse seja meu último grande projeto: o mundo Pierre Cardin”, comemora. “Sempre quis e creio que temos que realizar quando a vontade chega”.
E monsieur Cardin sempre fez o que quis. Em 1959, escandalizou ao introduzir a primeira coleção de prêt-à-porter de que se tem notícia. A ousadia resultou na sua expulsão da Câmara Sindical da Alta Costura. Uma sequência inesperada na carreira de alguém que tinha participado – quando trabalhava na Maison Dior – da criação do New Look, em 1947. Mas isso não o abalou. Sempre em busca de inovações, conta que ia a museus para ver o que já tinha sido criado e fazer diferente.
Quem presenciou de perto essa ânsia por novidades foi a brasileira Maria Bourgeois, atualmente presidente da ONG Comitê pela Vida, que foi modelo e musa de Cardin na década de 60. Ela já desfilou com o vestido vermelho que tinha cones sobre os seios – e que mais tarde inspiraria Jean Paul Gaultier -, posou com o primeiro look criado para a coleção Cosmos, de 1964, e também com o traje que Jackie usou no casamento com Onassis. Não lhe faltam recordações. “Ele era muito rigoroso. A gente só podia faltar ao trabalho se estava morta”, disse divertida à Platinum. Ela conta que o chefe a chamara para um almoço no consulado britânico em Paris com ninguém menos que a rainha Elisabeth II. “Ele me avisou de última hora e eu entrei em pânico: como iria fazer com o cabelo, a maquiagem?”. A solução foi mais simples do que imaginara: o próprio Pierre Cardin a ajudou. A simplicidade do mestre apareceu em outros momentos, como quando ia comprar frango assado, vinho e baguete para que a equipe comesse durante a madrugada, durante intermináveis sessões de fotografia. “Tenho muito orgulho de ter passado por tudo isso”, diz Maria.
Ela não é a única a ter lembranças dessa época. O cineasta Cacá Diegues dirigiu Cardin no filme Joanna Francesa, de 1975. O estilista que sonhava ser ator se saiu bem no papel de um cônsul francês e impressionou o diretor. “Ele é um artista sensível, capaz de compreender uma filmagem difícil como aquela, mesmo não tendo experiência. E estávamos filmando em condições precárias, no interior de Alagoas, durante um verão de mais de 40 graus à sombra. Ele enfrentou tudo com muita disposição e elegância”, disse Diegues à Platinum. Depois das gravações da película, Cardin retornaria ao Brasil ainda uma dezena de vezes, mas independentemente disso, sempre foi muito presente em nossa moda.
“Ele tem uma linguagem geométrica e, ao mesmo tempo, orgânica, que me inspira. Cardin é uma aula viva de como administrar os negócios. Ele criou um prêt-à-porter com ótima distribuição e grande apelo comercial”, enumera André Lima, estilista que desfila suas coleções no São Paulo Fashion Week. Outra lição que Cardin deixou para estilistas do mundo todo é a forma como criou um lifestyle. Seu império vai de linhas de objetos de decoração e restaurantes (comprou o clássico Maxim’s, em Paris) a um teatro, o Espaço Cardin. Nada que se compare à penetração da marca nos anos 60 e 70, quando teve cerca de 50 butiques pelo mundo – hoje mantém apenas uma, na capital francesa, e prefere trabalhar com multimarcas. Na época, optou por um processo de expansão que incluiu um licenciamento de marca tão abrangente que a fez se afastar do universo do luxo. “Eu queria popularizar a minha grife. Tinha um sonho comunista e queria que todos tivessem acesso às minhas criações. Ironicamente foi esse sonho que me deu dinheiro de verdade”, diz. Cardin assinou produtos tão diversificados quanto uma água mineral e um avião. Por essas e outras, afirma que não existe algo que não tenha feito, mas não resta dúvida que sua paixão é a moda. “Ela está em tudo, reflete quem somos, de onde viemos, nossa idade e até nossa profissão. Se tivesse que escolher uma só atividade seria esta”.
E nessa área, sua importância é indiscutível. Suzy Menkes, uma das críticas de moda mais conceituadas do mundo, disse que ele expressou a criação de uma cultura jovem nos anos 60. André Lima também exalta suas contribuições, mas admite que o ideal seria que a marca apostasse em jovens executivos, que trouxessem um olhar mais contemporâneo. “Modernizar a marca agora seria um salto gigante”. Um dos passos para isso já foi dado. Cardin desfilou nas duas últimas semanas de moda de Paris, voltando atrás na decisão que havia tomado em 2000, quando deixou de participar do evento, decepcionado com a velocidade que suas criações eram copiadas. Quando pergunto se ainda fica nervoso ao subir em uma passarela, ele responde que isso já virou hábito. O relógio acelera e nossa entrevista está terminando. Sabendo que ele se mostra apreensivo a respeito do futuro e chegara a comentar sobre a ausência de um sucessor que honre seu legado, arrisco uma derradeira questão: Como ficará a moda amanhã? “Isso não sei. Sei que o que importa é o estilo. E isso eu tenho, não me interessa se gostam ou não. Eu não copio os outros. Sou Pierre Cardin”.
A ENTREVISTA:
“O termo Alta Costura não quer dizer mais nada hoje em dia”
Confira os principais trechos de nossa conversa com monsieur Cardin:
Platinum: Como foi o início de sua própria maison?
Cardin: Apresentei minhas primeiras peças, em 1950, em um porão no meu ateliê em Saint-Germain-des-Prés. As pessoas assistiram mal acomodadas, em banquinhos. Muito diferente dos meus luxuosos desfiles na Dior... Mas eu era jovem e amava moda, acho que deu certo por isso.
Como o senhor vê a moda hoje?
Ela está nas mãos dos jornalistas e das instituições financeiras. As marcas pagam muitas páginas de anúncios e acabam aparecendo nos editoriais de moda. Eu prefiro aparecer porque estou realizando algo novo.
Como é o estilo da mulher brasileira em sua opinião?
Elas são elegantes. Tenho muitas clientes na minha maison em Paris.
Elas têm um estilo emblemático?
Hoje em dia não se fala em estilo local. Todas as mulheres belas, jovens e ricas têm, um mesmo estilo. É global.
Elas se vestem como as francesas, então?
Algumas mulheres se vestem muito mal na França, não é uma questão de nacionalidade. Elegância é uma atitude natural.
Insisto: as brasileiras são elegantes?
Sim, basta observar aqui ao nosso redor.
A Alta Costura vai acabar?
As jovens de hoje trabalham e não podem ter uma criação da Alta Costura, não é prático. A sociedade mudou. Sei que a criação é necessária, mas ela também se manifesta no prêt-à-porter. O termo Alta Costura não quer dizer mais nada hoje em dia.
Já pensou em se aposentar?
Jamais. Meu trabalho é a minha razão de viver, afinal, estou um pouco velho para o amor (risos).
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