Deixem os preconceitos de lado, por favor. Esse texto abaixo foi postado no blog do Paulo Coelho do IG. Reproduzo aqui pra gente refletir.
Nosso diálogo interno é o maior inimigo.
Estamos sempre contando para nós mesmos como o mundo é, e como deveria ser; para entrar em uma realidade mágica, precisamos interromper este diálogo, e deixar que o mundo se mostre em toda a sua generosidade e grandeza.
Quando conseguimos parar nosso diálogo interno, tudo é possível; até os projetos mais loucos se tornam viáveis. A partir daí, aceitamos nossa sorte com humildade, porque ela é nosso desafio vital.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Entre presentes e memórias
Em tempos de Natal – gente, dá pra acreditar que falta menos de um mês? –, resolvi reunir depoimentos de amigas que podem servir de dica se você está aí, sem inspiração. E também são um aviso para começar a se mexer, afinal, uma garota esperta não deixa para comprar seus presentes no dia 20 de dezembro, hein?
“O primeiro grande presente que dei pro meu marido – na época meu namorado – foi um violão. Ele sempre me dizia que tinha feito uma música pra mim, mas não tinha onde tocar, pois nunca tinha tido um violão. [Ministério do Só Porque eu Gosto adverte: saber pedir um presente de forma delicada tem seu valor] Eu queria muito dar isso pra ele e para isso fiz a primeira compra parcelada da minha vida. Tive que pedir um talão de cheques pro banco e tudo. Paguei em três vezes um valor que correspondia, na época, a metade do meu salário”.
“Tive um namorado que, por saber que eu amava salgadinhos de pacote (vou ser sincera, meus preferidos são aqueles sem marca conhecida, bem “vagabundinhos”) armou em uma festa de aniversário minha uma piscina de plástico daquelas infantis. E encheu de salgadinhos! Até hoje quando lembro dessa história eu me divirto”.
uma ilhota quase deserta e foi super romântico. Como ele é fotógrafo, fez muitas fotos daqueles dias, que eu adoro olhar... menos aquelas de corpo inteiro. As de biquíni me davam arrepios, pois eu estava super gordinha na época. Pois sabe o que ele fez? Pegou duas dessas fotos, tratou no Photoshop, deixou meu corpo lindo e me deu de presente. Foi uma das lembranças mais engraçadas e especiais que já ganhei na vida”.
“Havia tempo que eu queria fazer caminhadas para emagrecer, mas vivia arranjando desculpas para não começar, e a mais frequente delas era que eu não tinha um tênis adequado. Para me estimular, ele me deu um tênis por mês, durante 10 meses, até eu encontrar o ideal para mim”.
“Eu dei pro meu pai um mural de fotografias cheio de fotos das viagens que nós dois fizemos juntos”.
“Meu ex tinha terminado o namoro comigo e no dia do aniversário dele eu montei uma caixa com uma garrafa de champanhe, chocolates e todas as coisas que já havia escrito sobre nós dois em minhas agendas e blogs”.
Eu sei, eu sei. Ficaram faltando os meus presentes inesquecíveis, né? Mas para não me estender muito hoje, resolvi deixar para um próximo post.
PS.: Nos depoimentos acima não constam nomes, pois minha intenção era só contar histórias.
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Enquanto eu esperava...
O cenário
A sala de espera de uma ginecologista, em algum lugar da zona oeste de São Paulo
Os personagens
Cinco ansiosas pacientes, duas secretárias aflitas e uma médica atribulada
O enredo
Uma das pacientes é uma mulher de cerca de 40 anos, cabelos cacheados, aparentemente aflita, fala ao telefone com alguém (marido? namorado?). “Não, ainda não fui atendida. (silêncio) Pois é. Ainda não sei”. Ela entra na sala para a consulta e demora cerca de 40 minutos. Sai ainda mais aflita.
Outra delas sou eu. Trinta e poucos anos, consulta para exames de rotina, angustiada pelo atraso de duas horas e devorando uma revista nesse meio-tempo.
Uma terceira paciente é uma senhora (eu chutaria 60 anos...) que chega com o marido. A sala de espera está tão lotada que o pobre coitado não tem nem aonde sentar. Desce e vai aguardar na portaria, depois de direcionar um olhar doce para a esposa.
Chega, a seguir, outra senhora, lá pelos seus 50, acompanhada da filha (35? 37?). Ambas conversam sobre viagens. “Portugal, talvez”, diz a filha. E ficam mostrando matérias nas revistas que folheiam enquanto partilham de nossa sofrida espera em uma manhã de sexta-feira de sol.
A última paciente chega chamando toda a atenção para si. Uma senhora elegante, com uma bela calça azul marinha de algodão, bem larguinha e fresca, por volta de 50 anos, que já chega perguntando: “quanto está atrasado? Mais de meia hora...ihhhhh, não sei se vou poder esperar”. A secretária, muito pacientemente responde: “Senhora, não temos mais nenhuma data para esse ano. A agenda da doutora está lotada até 20 de dezembro e ainda não abrimos a agenda do ano que vem”. E a “distinta senhora” começa a folhear a agenda da secretária mostrando possíveis vagas no lotado diário de trabalho da dra. Sandra. “E esse dia?”. A secretária, segurando o riso: “É sábado senhora. Graças a Deus não trabalhamos nesse dia”. Depois de tanto “causar”, a paciente se senta e espera sua vez.
O problema é que ela foi chamada antes de mim, e fui calmamente relatar o caso à secretária, que já estava esgotada de tanto atender ligações e repetir sempre a mesma ladainha: “Senhora, não temos mais nenhuma data para esse ano. A agenda da doutora está lotada até 20 de dezembro e ainda não abrimos a agenda do ano que vem”. Ao falar com as secretárias, falei que já estava lá há duas horas e meu chefe não devia estar gostando muito do meu atraso. A verdade é que, além dessa preocupação com o horário, eu estava mesmo era aflita para passar logo por essa tortura pela qual todas nós, mulheres, passamos (ou deveríamos passar) anualmente.
Que tortura é essa? Ela começa quando precisamos marcar a consulta (aqui em São Paulo isso significa dois meses de antecedência pelo menos). Continua no momento em que percebemos que a espera vai ultrapassar uma hora (e ela sempre ultrapassa) e atinge seu ápice quando precisamos deitar naquela cama. Mas vou poupá-los dos detalhes sórdidos e terminar essa história por aqui, acrescentando a ela um final feliz. A médica me pareceu ótima. Segura (o que é fundamental) e atenciosa (o que já se tornou raro, infelizmente). Deu todas as informações de que eu precisava e me fez sair de lá aliviada. Pelo menos até a consulta do ano que vem.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Em busca do anti-celulite perfeito
Você faz tudo direitinho: evita gorduras e frituras, faz atividade física ao menos três vezes por semana, mas a maldita não desaparece. Aquele aspecto de casca de laranja parece os olhos da Monalisa quando você está diante do espelho: não importa a direção em que você se mova, ela parece estar ali, te olhando. Te aterrorizando. Aquela pele de aspecto repugnante está ali. E nem as magras estão a salvo. É, sem dúvida, a celulite é o terror das mulheres. A não ser, é claro, que você tenha MUITO dinheiro para gastar nas “mais novas promessas anti-celulite do mercado”, em tratamentos que podem incluir injeções de carbono, ultrassom e a cláááássica drenagem linfática. Não é o meu caso. Então, me resta apelar para algo que também não é assim, baratinho, mas pode quebrar um galho. É aí que entra minha busca pelo anti-celulite ideal (anti-celulite leva hífen? Ai mudança ortográfica dos infernos...). Passei os últimos anos atrás de lançamentos. Já comprei até um internacional que prometia reduzir o tal do aspecto de laranja em poucas horas. É óbvio que não funcionou. Apostei então em produtos de farmácias de manipulação indicados pela dermato, mas dá-lhe paciência para ir ao médico toda vez que o potinho acaba. Passei para um creme da Dermage, recomendado pela Nat Leão, minha personal trainer virtual (rs), que era muito bom, mas pelo que vi no site, eles não fabricam mais. “É claro, né? Fez efeito”, pensei na hora. Saí então hoje de manhã imbuída de uma missão: encontrar o creme que vai turbinar minha “operação Rio de Janeiro”. Depois de muito conversar com a vendedora da farmácia, que tentou me empurrar, é claro, o creme mais caro (pasmem: R$155!!!), decidi levar um da Elancyl Paris. Vamos ver como ele vai se sair. É um lançamento e resolvi experimentar. Minha penúltima empreitada (antes do creme da Dermange) também tinha sido com uma marca francesa reconhecida. Mas não fez nem cócegas. E olha que meu estado nem é tão calamitoso assim. Fico pensando em quem tem os tais furinhos de verdade...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Chanel, boutique, esmaltes e outras feminilidades
A fachada |
O interior e todas as suas tentações |
Acabei de voltar da nova loja da Chanel no shopping Iguatemi e está incrível! O espaço é super clean, à la Chanel mesmo, com linhas retas e detalhes no tecido que traduz tão bem a marca. Detalhe: a decoração dessa boutique, com toques de azul fazendo parte da charmosa mescla de fios chamada tweed e que é sinônimo da grife, é a primeira de uma série de lojas Chanel que terão seu décor redefinido nessa linha. Os produtos, claro, são um encanto, sobretudo a bolsa metade em tweed (sempre ele) e metade em minipaetês, aplicados a mão por bordadeiras da maison Lesage. "São 90 etapas até essa bolsa ficar pronta", me informou a simpática atendente que estava por lá e reparou no meu encantamento. Fora isso, um luxinho para as jornalistas que foram visitar a boutique: um nail bar. Isso mesmo, manicures de um salão top de São Paulo aplicavam nas unhas de quem passava por lá os últimos lançamentos em esmaltes Chanel. E quem entende minimamente sabe que a grife também é campeã em lançar tendências que pegam pra valer e todo mundo tenta imitar. Eu tenho nas unhas agora o Khaki Rose, por exemplo, que foi aplicado em menos de 10 minutos, em uma única camada. "Ele vem com o ultra-brilho junto e seca rapidinho", contou a experiente manicure.
Quando começo a me arrepender de ficar com essa maravilha por apenas dois dias nas mãos, porque sexta-feira pre-ci-so dar um jeito nas cutículas, recebo a lembrancinha tão venerada por alguns jornalistas: dois esmaltes da grife. Quer dizer que vou poder desfilar minhas unhas super "in" por mais algum tempo. Pelo menos até a chegada da próxima coleção.
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Is it all about money?
Não, não sou uma pessoa que acredita que dinheiro traz felicidade. Também não sou uma consumista desvairada, que compra itens sem precisar ou frequenta os melhores restaurantes da cidade. Muito menos sou daquelas que espera o dinheiro cair do céu: desde os 16 anos eu trabalho ininterruptamente para garantir minha graninha com toda a independência a que ela me dá direito no fim do mês. Por que então, dinheiro ainda tira o meu sono? Vou além no meu questionamento: por que cargas d’água dinheiro é tabu na sociedade brasileira?
Dia desses, estava lendo um texto na ótima revista TPM que falava sobre essa realidade: qualquer pessoa minimamente desinibida pode conversar sobre sexo em uma mesa de bar, mas quando o assunto é grana, dindin, bufunfa, money, as pessoas desconversam, ruborizam, mudam o rumo do papo e não passam a anos luz de qualquer problema ligado a isso.
Seja por vergonha, seja por hábito mesmo, a gente não fala sobre dinheiro. Toda vez que precisa fazer um orçamento ou apresentar uma proposta salarial é uma tortura, isso para não falar na questão da conta nos primeiros passeios a dois: eu pago a conta ou deixo ele pagar? Por causa do dinheiro, um jantar com amigos pode virar um dilema: a gente racha ou leva um vinho? Etc etc. Não digo que esse tipo de contratempo atrapalhe minha vida, pelo contrário. Acho até que eu lido com isso de forma natural e acredito que caixão não tem gaveta, a vida é feita para ser aproveitada e dinheiro é o meio e não o fim. Ele deve resolver problemas e não criá-los, enfim. Mas o fato é que fui levada a pensar com mais freqüência no assunto nos últimos meses, pois as coisas andam apertadas lá pelas bandas de casa. Nada preocupante, apenas um acúmulo de gastos imprevistos, como um novo membro na família (meu cãozinho, Bolota para os íntimos), uma ou outra viagem a trabalho e cositas afins.
Só que, em um momento como este, qualquer gasto a mais é capaz de tirar a gente do sério. O que dizer então de uma imobiliária que resolve complicar sua vida? Ela não quer facilitar as coisas e resolve que nenhum dos idôneos fiadores que você apresenta serve. Nenhum dos dois pode bancar um aluguel que eu tenho pagado religiosamente nos últimos dois anos. Sem atrasar um dia sequer. É de chorar, né? Nesta semana, presenciei um diálogo mais ou menos assim:
- Calma, senhora, a senhora pode renovar seu seguro-fiança.
- Eu sei, mas vocês são muito intransigentes, eu apresentei duas opções de fiadores, com fichas aprovadas por vocês e vocês não querem aceitar. Eu não tenho R$1.500 para pagar hoje.
- Mas só vence no dia 20, senhora.
- Entendo, mas é como se eu queimasse esse dinheiro. Eu não preciso dele, nunca atrasei um dia esse bendito aluguel. Além disso, meu contrato vence em junho. Por que tenho que pagar o valor equivalente a um ano de fiança?
- Sinto muito, senhora, é assim que funciona.
É mole? Aí, ligo pro meu pai, indignada. E ele me responde calmamente com um jeito 100% honesto, que lhe é peculiar: “É assim mesmo, minha filha, algumas pessoas são desonestas. E aí, quem é correto sempre ‘paga o pato’”.
:-(
terça-feira, 26 de outubro de 2010
Novo sonho de consumo
Esse livro será lançado em dezembro pela Thames & Hudson e reúne alguns dos desenhos de moda que ilustraram as páginas da Vogue Paris em seus 90 anos. Tem até ilustração de Chirico e Dalí! Vale lembrar que antes da fotografia, toda moda que era retratada nas páginas das revistas aparecia sob a forma de ilustrações. E nada poderia ser mais a cara desse blog (e minha, por consequência...rs) do que esse livro. Pronto, virou meu novo sonho de consumo!
O segundo filho
Entre tantas crises que assolam uma mulher de 30 anos, está aquela sobre a qual flutua uma obscura pergunta: ter ou não filhos? E se tê-los, quando? Eu sei, já comentei sobre isso aqui, mas essa questão insiste a voltar à ordem do dia. Não digo porque muitas de minhas amigas de infância já tiveram um filho. Até porque, tantas outras, com as quais convivo muito hoje, nem pensam nisso. Mas falo porque algumas de minhas amigas já estão é no segundo bebê! Sim, você entendeu direito: no segundo. Posso dizer que essas mulheres são, no mínimo, heroínas. Eu fico me perguntando silenciosamente: gente, o que deu em vocês?Eu tenho medo de não dar conta de um cachorro, sinto culpa por não passar o tempo que considero necessário com ele, me endivido toda para pagar banho, comida, veterinária... E vocês já no segundo? Admiro a coragem, é claro, mas me dá medo só de pensar. É algo como ter um ser dependente de você mamando enquanto o outro já chora para trocar a fralda, ou ir à escola. Deve ser parecido com aqueles equilibristas, que rodam dois pratos ao mesmo tempo no semáforo, e que contrariamente a minhas convicções anti-esmola, quase sempre me convencem a lhes dar meus trocados. Ou então com aquela brincadeira de escola, em que a gente tenta girar os dedos ao redor da cabeça, virando um para cada lado. Tipo tudo ao mesmo tempo agora. Agora, por favor, me expliquem: como vocês dão conta de tudo isso e mais de casa/marido/trabalho/academia? Isso é realmente possível na vida real? Sim? Não, mas finge-se que sim? Ou ter filhos é como entrar numa piscina gelada: a maior roubada, mas você faz cara serena e fala pra todo mundo: “entra você também, está uma delícia!”? Está certo, ter um só filho também não me parece o ideal. Não para mim, que adoro casa cheia, festa, muita música e barulho. Para piorar, fico fazendo cálculos e mais cálculos, e me perco nas contas ao tentar imaginar qual seria a idade ideal para eu ter o primeiro filho para que a diferença de idade dele para o segundo seja bacana e eu não esteja com idade de ser avó do caçula... Mas então será que existe um manual para isso? Por que nunca foi lançado um livro no estilo “fale-francês-em-15-minutos” ou então “como-enlouquecer-um-homem-na-cama” com o título “Como ter dois filhos e não surtar”?
segunda-feira, 25 de outubro de 2010
Na Vogue Paris de novembro
Ai, eles colocam no site a primeira página dos ensaios de moda só pra gente sentir o gostinho, né? Olha que incrível essa foto, de Terry Richardson, com realização da mega-maravilhosa Carine Roitfeld. Na edição de novembro, para quem puder comprar :-)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Le Floris
O Lac Léman, maior lago da Europa, foi – na minha opinião – o cenário ideal para um jantar inesquecível. Com menu escolhido a dedo pela Rolex (que convidou a minha revista para um mergulho em sua história e em seu savoir-faire no coração de Genebra, confiram mais detalhes na próxima edição da Istoé Platinum), o restaurante Le Floris traz um espírito mais leve para uma Suíça fria e, como imaginamos daqui do Brasil, rica em uma gastronomia gordurosa, com muitos queijos, molhos e chocolates. Na carta de vinhos, os deliciosos suíços Chardonnay Fût de Chêne 2007 e Bertholier 2008 Domaine des Hutins. No cardápio do chef francês Claude Legras, mais do que comidas, havia sensações, surpresas e divertimento. A entrada foi uma das melhores que já provei até hoje. Continha uma torta folheada de cogumelos Paris e trufas, um mini risotto de cogumelos mousserons e um velouté (ou creme, se preferir) com mais cogumelos. O velouté foi a estrela da noite, não só por sua cremosidade e suavidade, mas devido à sua apresentação (veja na foto): ele veio servido em um saquinho de celofane e foi consumido de canudinho. Um charme, né não? Como prato principal, a levíssima galinha d’angola (na Europa eles adoram consumir essa carne) cozida a baixa temperatura, legumes e batatas cremosas. A sobremesa parecia querer mostrar que uma refeição perfeita não pode terminar sem um doce perfeito. De preferência, é claro, à base de chocolate. A “geometria aos três chocolates” teve direito a fumacinha de licor, colocada na hora pelo garçom, como dá pra ver na foto. E quando você pensa que não tem mais como se surpreender, eis que surge o gran finale: um carrinho com doces “de antigamente”, feitos na casa mesmo. A escolha entre os pirulitos caseiros, o algodão-doce (confesso que a-do-ro) e os marshmallows de morango foi dura, mas fiquei com a última opção e não me arrependi. Só me arrependi mesmo foi de ter ido embora. A vontade era ficar por lá, esperar o nascer do sol sobre o lago Léman e, quem sabe, almoçar por lá. E depois jantar novamente, almoçar, jantar... sem precisar jamais interromper essa deliciosa experiência.
Os divinos cogumelos
A geometria de chocolates com fumacinha...
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
É hoje!
É, não teve jeito. Ainda não inventaram a tão sonhada (por mim) máquina que pára o tempo, e o fatídico dia chegou. Cheguei aos trinta e não tem volta. Agora, é mudar o cabeçalho do site (de "uma mulher contemporânea beirando os 30" para "uma mulher contemporânea de 30 e poucos") e rumar aos 40...rs. Esse meu aniversário, não só pela idade redondinha, já começou diferente: dentro de um avião. Tem maneira melhor? O tão temido "parabéns pra você, nessa data querida..." e o assustador momento de soprar as velinhas já ocorreram de manhã, de uma forma muito delicada e doce, graças ao marido, que decorou o apê com bexigas cor-de-rosa e arrumou a mesa com todas as minhas comidinhas de café-da-manhã preferidas. É, tá bom, não doeu tanto como eu imaginava. Acho que o drama e toda aquela crise que pensei que enfrentaria podem esperar os 40 ;-)
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
Da indecisão e outros demônios
Já comentei aqui sobre a principal característica da minha natureza libriana: a necessidade e a busca incessante pela paz, pela ausência de conflito, pela não-crise. Mas confesso que naquele post omiti outra característica predominante nesse signo: a indecisão. (embora acredite que cada vez mais esse mal acometa todas as mulheres que trabalham, precisam estar belas, bem informadas, querem casar e ter filhos. Todas passamos diversos dilemas ao longo do dia. Isso não é “privilégio” das librianas, eu sei).Para mim, é realmente difícil escolher entre um sorvete de chocolate e um de morango, uma pizza margherita e uma de rúcula com tomate seco, um sapato pink ou um azul, um vestido ou o look jeans+camiseta. Se fosse só isso, tudo bem. O problema é entre escolher “aquele emprego” em outra cidade ou a vida confortável de sempre, mas longe do seu sonho profissional. Decidir entre ter um filho ou comprar um cachorro, optar por ficar em casa descansando ao invés de ir pra balada são outras tormentas pelas quais uma pessoa indecisa como eu precisa passar diariamente. Esse meu probleminha de indecisão crônica faz com que eu vivencie diálogos no mínimo atípicos no meu quotidiano.
(marido) – Amor, vamos primeiro levar o cachorro pra tomar banho ou antes o levamos para passear no parque?
(eu) – Hummm... Se a gente levá-lo tomar banho antes, vai se sujar. Se a gente levar passear primeiro, pode ser que o Pet Shop feche... ai, não sei.
(marido) – Ta. E amanhã? Vamos ao shopping ou ficamos em casa vendo dvd?
(eu) – Aaaaiiii.
Ou então:
(mãe) – Filha, o que você quer comer no almoço?
(eu) – Hummm...
(mãe) – Massa ou carne? Quem sabe um peixe?
(eu) – Aaaaiiii.
(mãe) – Minha filha, a gente não pode ter tudo nessa vida. Eu já cansei de te falar.
Ou ainda:
(amiga) – Pri, a gente se encontra no almoço ou no jantar?
(eu) – Hummm...
(amiga) – A gente pode tomar um café de tarde também...
(eu) – Aaaaaiiiii.
Em resumo, entendo que conviver comigo e com minhas indecisões não seja fácil, afinal, convenhamos, não estamos tratando de assuntos “de vida ou morte”, e mesmo assim eu tenho dificuldades em fazer opções. A questão é que não quero abrir mão de nada, quero aproveitar tudo, viver intensamente, sem deixar de lado possibilidades de viver momentos diferentes. Escolher o sorvete de chocolate significa abdicar da delícia fresca e azedinha do de morango. Ir ao shopping, para mim, é abrir mão do conforto de ficar em casa vendo um filme. E vice-versa. Entende? Não? Ah, deixa pra lá...
Só para concluir, lembrei de um médico amigo da família que me disse certa vez: “Priscilla, você já mediu suas pernas? E já mediu o mundo? Então, suas pernas não dão a volta no mundo. Você não consegue abraçar o mundo com as pernas. Em resumo, minha cara, você precisa escolher!”
Aaaaaaaiiiiii...
Trilha sonora para esse post: Should I stay or should I go?
Obra literária para esse post: Hamlet, de Shakespeare
terça-feira, 12 de outubro de 2010
Feliz dia das crianças!
Seria hipocrisia eu dizer que era feliz e não sabia. Eu sabia bem! E ainda por cima, continuo feliz ;-)
Foto do começo dos anos 1980, melhor nem lembrar a data exata... A gente tinha acabado de passar pelo escorregador da piscina da casa de praia, provavelmente gritando a plenos pulmões a palavra Gerônimooooooooooo (não me pergunte porquê). Ou então tinha acabado de cantar algumas músicas com a companhia do violão do vovô ou do meu pai (aquele magrelo de cabelos pretos, ali atrás, que hoje nem é mais magrelo e nem tem mais cabelos pretos...hehehe). Quem sabe a gente tinha acabado de se entupir dos chocolates da vovó, honestamente roubados do armário secreto da cozinha, aquele que toda a avó tem. Talvez também a gente tenha saído dessa piscina em direção às redes da sacada da frente, onde nossos pais embalavam "bem forte" pra gente sentir a delícia de "voar".
Ao invés de ficar me queixando que a vida não é mais assim, fui é pra praia, cantar acompanhando o violão do meu pai e do meu irmão, pedir pratos especiais pra minha mãe e pra vovó, apertar a mão do vovô, e imaginar ao lado do meu marido se nossos filhos terão uma infância tão feliz. Que delícia de dia das crianças!
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
Ela realmente é muito elegante
Carolina Herrera. Cabelos loiros, perfeitamente cortados. Pele perfeitamente cuidada e maquiada. Brincos arrebatadores, de pérola barroca. Sim, ela é chique. Sim, tem um belo sorriso e sim, é humana. Carolina Herrera, como toda mulher, é doida por sapatos e consumidora voraz deles. Adora cores, mas tem suas fases de branco. Também acha que preto é moda. Mas é claro que com tanta elegância, Carolina Herrera parece viver em um mundo a parte. Um mundo em que as mulheres não transpiram, não pegam ônibus e não têm chefe. Carolina tem quatro filhas mulheres e uma grife de vestidos para noivas. Fez vestidos para três de suas filhas, mas pergunto se ela os criou e ela me responde: não, de jeito nenhum. Elas me direcionaram. Minhas filhas sempre souberam o que queriam vestir. E sorri.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Me dá minha comidinha?
No meio do estresse de um dia de trabalho pesado, recebo do marido a seguinte foto:
Como não sorrir diante desse fofo pedindo comida com o potinho na boca?
mais uma vez Chanel
As outras cidades que me perdoem, mas Paris é fundamental.
As outras grifes que me desculpem, mas Chanel é tudo.
E no desfile dessa Paris Fashion Week der Kaiser, também conhecido como Karl Lagerfeld, mostrou não temer as flores. Lindo de viver!
sexta-feira, 1 de outubro de 2010
Sobre chuva e brigadeiros
Juliana Motter
Como tudo começou?
Quase que por acaso. Sempre fui apaixonada por brigadeiro e desde bem pequena costumava inventar novas versões do doce. Como era incomum ver brigadeiros de outros sabores que não fosse o de chocolate tradicional, meus brigadeiros costumavam fazer sucesso e sempre apareciam encomendas, que eu recusava por não associar o hobby de fazer brigadeiro com o trabalho de fazer brigadeiro. E não é que numa dessas festas, na brincadeira, acabei aceitando uma encomenda de mil brigadeiros? Fiz os doces e no dia seguinte meu telefone não parou de tocar. Três meses depois já não dava mais conta de tantas encomemendas e pedi demissão – era editora de comportamento de uma revista feminina.
Lembra quando comeu o primeiro brigadeiro da sua vida? E quando fez? Quantos anos tinha? Onde foi? Quanto mais detalhes tiver melhor.
Aprendi a receita com a minha avó, doceira, aos 6 anos e não parei mais de fazer. Minha alegria era chegar nos aniversários com uma bandeja cheia dos meus brigadeiros decorada com um belo laço. O hábito, curioso para uma criança tão pequena, logo me rendeu um apelido: Maria Brigadeiro. Naquela época minhas receitas já eram bem diferentes das versões convencionais: nunca usei granulado comum – minha avó me ensinou que as raspas de chocolate ao leite eram muito mais saborosas. Também gostava de misturar vários ingredientes ao leite condensado: chocolate branco, ovomaltine, cookies de chocolate… Com o tempo, uma graduação de gastronomia e alguns cursos de pâtisserie depois, meu caderno de receitas passou a ter 35 versões diferentes de brigadeiro, que ao longo da minha vida fiz para comer (claro!) e também dar de presente.
Atualmente, quantos sabores são oferecidos pela Maria Brigadeiro?
São 40 sabores.
Como criou as embalagens?
Todas as embalgens têm a ver com a minha história com brigadeiro e algumas surgiram muito antes da loja. A marmita de metal com brigadeiros, por exemplo, que é um hit da Maria Brigadeiro, surgiu por falta de bandeja. Explico: como contei, eu sempre levava uma bandeja de brigadeiros de presente para os amigos que faziam aniversário, e na festa de um deles, me dei conta de que todas as bandejas da minha coleção pessoal eram muito femininas. Olhei em volta em busca de uma solução e me deparei com uma marmita que eu usava para guardar temperos. Tirei os condimentos, coloquei os brigadeiros e amarrei um pano de prato. Quando abri o ateliê, esta foi a segunda embalagem mais vendida – a primeira, não por acaso, foi a bandeja.
A caixa TPM (uma embalagem de remédio com 8 brigadeiros sortidos) também é uma idéia antiga. Minhas amigas e eu costumávamos mandar chocolates umas para as outras na TPM. Era uma forma bem-humorada de avisar que a pessoa estava “chatinha” e driblar o mau-humor do período.
Quais são os novos sabores em desenvolvimento?
Temos quatro sabores recém-saídos da panela, são eles: doce de leite com nozes, tradicional (ao leite) com caramelo, semente de cacau (que é feito com a amêndoa do cacau triturada) e o pistache de Bronte, cultivado na Sicília, considerado o melhor pistache do mundo.
Quais são seus projetos para o futuro?
Comer muitos brigadeiros. (risos)As fofas embalagens
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
Um texto inspirador para a quinta-feira
Já falei aqui no blog sobre como um texto bem escrito me surpreende, emociona e inspira. Hoje recebi um boletim muito legal que circula entre os jornalistas, chamado Jornalistas &Cia. Coordenado por Eduardo Ribeiro, o J&Cia está completando 15 anos e lançou uma edição especial, onde traça um perfil de profissionais que fizeram -e fazem - a história do jornalismo. Entre eles, um que eu admiro muito, Caco Barcellos. Para homenagear esse gênio da escrita, da reportagem e da investigação o J&Cia se esmerou e publicou um perfil inspirador, que não resisti e preciso dividir com vocês. Confiram:
O pessoal do jornal Versus achou graça quando aquele rapaz gaúcho apareceu na redação pilotando um Gurgel branco com um adesivo onde se lia “Imprensa”. Era meados da década de 1970 e o que ele queria ali era escrever, ainda que fosse para ganhar pouco ou nada. Em plena ditadura, o jornal era um sucesso da contracultura. O nome do rapaz era Caco Barcellos, um ex-taxista de Porto Alegre que usou o dinheiro das bandeiradas para custear a faculdade. Versus era produzido e dirigido majoritariamente por uma equipe de gaúchos, comandada pelo já renomado Marcos Faerman. “Caco chegou a São Paulo com a cara, a coragem e alguns contatos”, conta o também economista Paulo de Tarso Venceslau, um dos dirigentes da publicação. O garoto logo impressionou os conterrâneos e outros editores da grande imprensa. “Ele metia a cara mesmo. Não queria nem saber. E era persistente: ia atrás, levantava histórias e tinha bom faro”, lembra Paulo. Da imprensa alternativa para a grande imprensa foi um pulo. Caco era bem jovem em 1976, mas já carregava a fama de repórter de ponta. Foi uma das estrelas da constelação levada pela Editora Abril naquele ano para o lançamento de um ambicioso projeto editorial com foco na cobertura da televisão brasileira, a revista TV Guia, que fechou menos de um ano depois de ter sido apresentada ao mercado com pompa e circunstância, como uma sucedânea de InTerValo, sucesso de público nos anos 1960. Tinha entre 27 e 28 anos quando recebeu a missão de fazer a matéria de capa da edição de número 1: um perfil detalhado de Sílvio Santos, que, à época, havia rompido com a Globo e partia para o seu próprio canal de televisão, a então TVS, que mais tarde viraria SBT. Veio o dia da estreia e a matéria de capa de Caco foi o destaque. Eduardo Ribeiro, diretor deste J&Cia e integrante da equipe da revista, lembra: “Conversando com ele, logo depois, a rodinha de estagiários quis saber como ele se sentia sendo o escolhido para missão tão nobre. Muito sereno, simples como sempre foi, respondeu: ’Caros, sinto uma frustração muito grande, porque mais da metade da matéria foi cortada, por pressões da cúpula, por causa do conteúdo crítico da reportagem’.
Ela mostrava Sílvio e o império que já havia construído em todos os seus matizes, como deveria ser uma reportagem com personagem tão famoso e polêmico, como ele era. ‘O que aí está é um arremedo do trabalho que fiz, infelizmente. Começamos mal‘. Ficamos todos embasbacados com aquela afirmação e com a tranquilidade com que ele falou, sem qualquer constrangimento, dentro da própria redação. Sua trajetória posterior só confirmou o que vimos no começo de sua carreira, ainda que de forma fugaz. Ficou a lição e o reconhecimento pelo trabalho sério e a visão crítica do repórter”. Pelo livro Abusado, uma imersão no mundo de grandes grupos que comandam o crime organizado no Rio de Janeiro, Caco ganhou o Prêmio Jabuti de livro de não-ficção em 2004. Em 1992 já havia desconstruído a Polícia Militar de São Paulo com o polêmico Rota 66, também agraciado com o Jabuti. Nos últimos 15 anos, levou para casa quatro Comunique-se, três Vladimir Herzog e um Embratel. Atualmente no comando do programa Profissão: Repórter, da TV Globo, Caco está no ambiente em que se sente melhor. Livre para pautar, produzir, viajar e contar histórias.
terça-feira, 28 de setembro de 2010
Os 10 mandamentos do casamento
Você deve estar pensando: quem é você, sua fedelha, com apenas 3 anos de casada, para me dar conselhos sobre casamento? Mas eu respondo: sou uma mulher da mesma geração que você (você, pessoa que está me lendo agora), que passou por todos as dores e delícias de um início de casamento em pleno século XXI. Para a história não assumir um tom professoral e nem parecer algo sério, afinal, não existe manual para nenhum tipo de relacionamento (Gente, vocês não levaram a sério o título, levaram?), resolvi criar alguns mandamentos para minhas amigas e primas que acabaram de casar, estão casando ou em vias de. Vamos lá, então.
1 – Não te estressarás com pequenas manias do seu amado. Sim, porque você acha que o fato de ele jogar toalha molhada na cama ou não abaixar a tampa da privada pode ser tão grave a ponto de tirar seu sono ou provocar discussões diárias.
2 – Lembrarás do que sentiu no dia do casamento todos os dias. Sabe que escrever os votos antes de casar é útil para isso? Mas se você não escreveu, vale reler as cartas dos tempos de namoro e recordar de todos os motivos que levam você a amar essa pessoa.
3 – Não esperarás que o outro mude após entrar na porta da igreja (ou do cartório, ou do clube, ou do próprio apartamento com a chave em mãos). Ninguém muda, nin-guém! Se você casa esperando que ele seja mais atencioso ou que seu ciúme vai diminuir porque vocês dividirão o mesmo teto, esqueça. Fuja enquanto há tempo!
4 – Alimentarás o amor diariamente. Escrevendo bilhetinhos surpresa, mandando flores sem data marcada, mandando um SMS, um twitter, um e-mail só para lembrar como essa pessoa te faz feliz.
5 – Serás uma pessoa melhor. Se seu relacionamento te faz sofrer, te põe pra baixo, alimenta seu estoque de auto-críticas, te tira o sono (no mau sentido), te faz evitar sua família e se distanciar dos seus amigos, desencana. Esse relacionamento já está no Titanic e para afundar, é um passo.
6 – Pensarás a respeito do relacionamento. É fundamental não continuar com alguém por simples comodismo, porque não quer ficar solteira, porque já conhece o gosto da pessoa ou por qualquer outro motivo que não seja puro amor. Por menos do que isso, não vale à pena.
7 – Não te acomodarás. É quase uma continuação do mandamento anterior, mas vai mais além. O ministério da saúde dos casamentos adverte: não cuidar da pele, dos cabelos, da barriguinha, do hálito e da roupa colocam pra correr qualquer marido/esposa.
8 – Dividirás os armários igualmente. Tá, confesso, sou uma péssima esposa e não sigo esse mandamento, mas respeito os outros nove, vai? Além disso, respeito o espaço do meu marido, mesmo que não respeite o espaço das roupas (e dos sapatos, óbvio) dele. J
9 – Compartilharás as duras tarefas do lar. Se você não tem a sorte de possuir faxineira, cozinheira, lavadeira, passadeira, empregada doméstica, encanador, eletricista e governante durante 24 horas por dia e sete dias da semana, conforme-se: mais cedo ou mais tarde vai se deparar com afazeres domésticos e se não tiver com quem dividir, acredite, será muito mais duro. Para ambos.
10 – Compreenderás e respeitarás o cansaço e a TPM alheias. Gente, acho que só “compreenderás e respeitarás” já pode resumir tudo. Quando nenhum dos mandamentos, dicas, truques, livros de auto-ajuda e conselhos derem certo, apele para esse. Ele sempre funciona. Na dúvida, vá tomar um banho, esfrie a cabeça, e coloque, sempre todos os pingos nos is. Resolva tudo antes de ir para a cama. Essa eu aprendi com meus pais: é melhor ter várias pequenas discussões ao longo da vida, resolvendo tintim por tintim tudo o que te incomoda do que ter uma única e derradeira briga. Em resumo, eu diria que dormir brigados nunca dá certo. E esse mandamento eu respeito com todas as minhas forças, pois é o mais importante de todos.
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Uma bolsa para sempre
Hoje, num almoço gostosinho no restaurante Kinoshita, harmonizado com vinhos chilenos Ramirana (tá bom, pode babar, eu deixo), estávamos em poucos jornalistas e o papo enveredou para os lados do luxo. Uma das jornalistas comentou, não sem compreendido tom de surpresa, que sua filha adolescente lhe pediu esses dias uma bolsa Gucci. O papo, informal, é claro, foi para o lado: "ah, não vale. Pagar uma fortuna por uma bolsa?" Ou então, para: "A Louis Vuitton deveria é pagar para as pessoas fazerem marketing dela exibindo seu logotipo por todos os lugares" ou ainda o comentário divertido: "Eu tenho uma amiga que diz que usa Louis Vuitton para se sentir segura". Preferências estéticas à parte, eu trabalho nesse universo (atentem, não disse que consumo, disse que trabalho com isso) e confesso, adoro. Adoro saber que tem gente que faz de uma bolsa uma obra-prima, que existem gênios capazes de reunir uma equipe de 50 artesãos especializados ao extremo em suas atividades e disso, resultar uma coleção de joias que mais parecem esculturas. Admiro que ainda existem empresas que não usam mão de obra escrava e nem barata em países em desenvolvimento, mas se esforçam em formar seus profissionais. Empresas que fazem artigos de couro, mas respeitam os animais, sua forma de criação e seu abate. Admiro, respeito e escrevo sobre. Essas grifes cobram caro, mas, acredite, tem um porquê. E consumo consciente tem mais a ver com o investimento de milhares de reais em uma bolsa feita assim, vinda de uma empresa que emprega milhares de pessoas, e que vai durar para sempre, do que em comprar cinco bolsas de "vintão" na 25 de março, feitas com matéria-prima e mão-de-obra que vão fazer mal para você, para o meio-ambiente, para a sociedade.
Enfim, para encurtar a história, o papo passou para video-games (confesso que, distraída, perdi o fio da meada e não sei como chegamos aí), quanto custam e como são divertidos para as crianças, que deveriam se preocupar mais com isso do que com bolsas caras. Nesse ponto, não resisti e tracei um comentário. "Ah, tá, vocês acham uma bolsa Gucci cara, mas um Play Station 3, não? Olha, se você quer uma dica, fica com a bolsa. Dura para sempre. Você vai passar para suas filhas e netas e ela não vai quebrar nem ficar ultrapassada. Principalmente se for uma Gucci".
Prontofalei!
terça-feira, 21 de setembro de 2010
noite perfeita para...
...uma focaccia de alecrim e sal grosso quentinha, regada com azeite espanhol extra-virgem, belisquetes de azeitona e tomatinho cereja, uma taça de vinho e uma companhia deliciosa. Hummmm... Preciso de mais alguma coisa nessa noite chuvosa?
Ah, qualquer dia posto a receita super especial da minha sogrinha para essa focaccia. Demora para ficar pronta, mas vale cada mordida, digo, cada minuto.
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
Minina di Minas
Sabe aquele clima “senta aqui, vamos conversar? Pegue um cafezinho e um pão de queijo”? Pois é exatamente o que você vai encontrar na loja foférrima e com acessórios ainda mais foférrimos de fachada pink com a escrita em neón Minina di Minas. O interior de ar retrô e a supersimpática Graciela Starling realmente farão com que você se sinta em casa. Uma casa super estilosa, com pegada meio barroca e sem medo de abusar dos acessórios, vale dizer. Sentar para bater um papo com ela pode facilmente fazer com que você estoure seu tempo, e também seu orçamento. Afinal, existe algo mais irresistível do que um artesanato bem desenhado, que resulta em peças únicas, pra lá de charmosas e femininas? Não, né. Sóporqueeugosto adora! E aproveitou para conversar com essa mineirinha numa manhã de setembro. Confira:
Desde quando você gosta de moda?
Eu sou de Itajubá, Minnnns. [desculpem, mas reportar o sotaque aqui foi inevitável...hehehe] Desde criança sou louca por acessórios, principalmente chapéus. Minha mãe conta que aos 6 anos de idade eu só usava os vestidos que tinham chapéus combinando, então em todas as minhas fotos de infância, eu estava com um chapeuzinho. Isso foi crescendo comigo, é claro, e com o passar do tempo, comecei a produzir algumas peças para consumo próprio. Com isso, percebi que minhas amigas sempre comentavam meu estilo e meus acessórios e resolvi, então, começar a vender.
Foi quando você resolveu largar a Publicidade?
Isso. Sou formada em Publicidade e cheguei a trabalhar na área por dois anos e meio. Quando me formei, já estava trabalhando, mas concluí que realmente aquela área não era para mim. Peguei, então, toda a minha poupança que tinha sido depositada pelo meu padrinho, e ela não passava de R$500! Fui atrás, então, de peças para revender para complementar meus brincos de acetato, assim fazia mais volume. Em seguida, passei a comercializar em feiras.
Como você se profissionalizou?
Fui estudar, né? Fiz cursos de modelagem, corte e costura... Isso ampliou meus horizontes e passei a produzir bolsas, enfeites para os cabelos e minha linha não parou mais de crescer.
E você nunca mais deixou esse universo?
Nunca mais. Um dos eventos mais importantes que eu vivenciei nesse sentido foi o convite que recebi para o Mercado Mundo Mix de Lisboa, em 2008. Levei duas malas com peças para vender e vendi tudo! Aproveitei que estava por lá e fiz uma viagem pela Europa, que terminou em Barcelona, onde fiz um curso de design de acessórios (no IED). Voltando para o Brasil, aprimorei as técnicas e os materiais utilizados e já estava pronta pra ter uma boutique para chamar de minha. (risos)
Quando nasceu, efetivamente, a Minina di Minas?
Em 26 de julho de 2009. Aqui, 95% do que eu vendo é produção minha. Eu construí o conceito da marca, sou eu que desenho as peças e faço questão que toda a produção (exceto a das bolsas de couro) seja feita em MG. Acho que até a energia que vem de lá é especial.
Qual é o conceito da marca?
Ela prega o resgate. Eu tenho a sensação de que quanto mais o mundo perde suas fronteiras graças, principalmente, à internet, mais as pessoas voltam a procurar suas origens. E é isso que eu busco com a minha marca. Todas as minhas peças são inspiradas no barroco mineiro, um misto de romantismo e sensualidade. Para mim, acessório não se enquadra no universo da moda, mas no do estilo, pois é atemporal. Por isso eu não crio coleções de inverno e verão. Mas em compensação, estou sempre em produção e chegam peças novas à loja a cada 15 dias. Outro elemento importante é que crio no máximo três exemplares de cada peça.
Quais são seus projetos mais imediatos?
Tenho dois prioritários: o primeiro é criar, em parceria com o Sebrae-MG, uma cooperativa de mulheres que possam aprender sobre o artesanato que vendo aqui e participar de todo o processo. O segundo é desenvolver uma linha de acessórios para noivas. Esse está a todo vapor! Para você ter ideia, até o fim de setembro chegarão à loja oito peças conceituais para esse público.
Eu sei, eu sei, você amou, né? E agora?
Vá até lá! Rua Desembargador do Vale, 212, em Perdizes, São Paulo. O telefone da Minina di Minas é: (11) 2769-6930
Alguns dos acessórios
Um prenúncio da nova linha para noivas
O interior charmoso da boutique
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
Para sonhar
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
Filosofando sobre Friends
A super-organizada Monica
A apaixonada Rachel
Minha preferida, a despreocupada Phoebe
Psiu, eu tenho três segredos, mas não conte para ninguém! Fui adolescente, mas nunca me liguei em séries americanas. Atualmente, não tenho TV a cabo. Recentemente resolvi reparar uma "falha" da minha adolescência, mesmo que com atraso, e peguei na locadora, por meses a fio, todas as temporadas de Friends que, pasme, nunca tinha assistido. Se você também nunca viu, não tem problema porque não vai deixar de entender esse texto. Se é contra o capitalismo norte-americano, filmes holywoodianos, cultura dominante, cinema besteirol, por favor, mude de blog. Esse aqui não é para você. Agora, se você já assistiu a algum episódio desse divertido grupo de seis amigos vai compreender melhor o que estou falando.
Dessa simples série, com poucos atores convidados, elenco de apoio mínimo e cenário e orçamento super enxutos (a propósito, essa descrição lhe faz lembrar exatamente da situação que você encontra no trabalho ou na faculdade?), é possível extrair algumas lições. Não diga nada, nem reclame a respeito. Antes de me julgar, leia. Ao fazer essa verdadeira "imersão" no universo dos personagens (é, gente, assisti em quatro meses o que as pessoas comuns levaram 10 anos assistindo), me peguei pensando no quanto me pareço e o que tenho de mais diferente de cada um deles. E me fiz a proposta de começar uma melhora imediata em características que não gosto de ter. Vamos lá?
Eu quero ser menos Mônica na vida. Confesso que essa personagem cheia de manias, doente por ordem e limpeza e extremamente perfeccionista e competitiva às vezes se apossa de mim. Sai pra lá, Mônica, eu não quero ser assim.
Também quero ser menos Phoebe. Ela se contenta em fazer um trabalho que não lhe atrai e perde a paciência muito fácil. Eu realmente ando meio intolerante de uns tempos para cá.
O lado Rachel é o mais fácil de deixar de lado, mas uma veia consumista pulsa em mim quando me deparo com a bendita palavra "Liquidação" em alguma vitrine.
Em compensação, a Mônica tem uma qualidade que me agrada muito: ela não se deixa abater: foi gordinha na adolesência, desprezada pelo garoto que amava na escola, sua mãe sempre deixou claro que ela não era a preferida, ela descobriu que não podia ter filhos (seu maior sonho) e nada disso a abalou. Ela seguiu em frente e nunca se contentou com as coisas pela metade.
Já a Rachel tem meu lado apaixonado: namora quem realmente gosta, vibra quando acontece algo bom, fica profundamente deprimida quando algo ruim ocorre e trabalha com o que mais ama (e o que eu mais amo também): moda.
A Phoebe, admito, é minha preferida entre os seis personagens. Ela tem muitas características que não tenho e adoraria ter. Um jeito despreocupado de viver, algo "deixa a vida me levar", sem dramas nem discussões profundas, mas com um jeito de acreditar que as coisas vão dar certo no final. Ela é praticamente minha amiga Carol. Outra qualidade é que ela fala absolutamente tudo o que pensa, sobretudo quando algo a incomoda. E grita quando tem vontade. Isso eu admiro! rs Ah, nós temos uma coisa em comum: não tocamos nada de violão e somos horrivelmente desafinadas.
Taí, "filosofando" (não me mate, cunhada filósofa, estou brincando) sobre Friends, eu diria que quero ser mais Phoebe nessa vida! E você?
A apaixonada Rachel
Minha preferida, a despreocupada Phoebe
Psiu, eu tenho três segredos, mas não conte para ninguém! Fui adolescente, mas nunca me liguei em séries americanas. Atualmente, não tenho TV a cabo. Recentemente resolvi reparar uma "falha" da minha adolescência, mesmo que com atraso, e peguei na locadora, por meses a fio, todas as temporadas de Friends que, pasme, nunca tinha assistido. Se você também nunca viu, não tem problema porque não vai deixar de entender esse texto. Se é contra o capitalismo norte-americano, filmes holywoodianos, cultura dominante, cinema besteirol, por favor, mude de blog. Esse aqui não é para você. Agora, se você já assistiu a algum episódio desse divertido grupo de seis amigos vai compreender melhor o que estou falando.
Dessa simples série, com poucos atores convidados, elenco de apoio mínimo e cenário e orçamento super enxutos (a propósito, essa descrição lhe faz lembrar exatamente da situação que você encontra no trabalho ou na faculdade?), é possível extrair algumas lições. Não diga nada, nem reclame a respeito. Antes de me julgar, leia. Ao fazer essa verdadeira "imersão" no universo dos personagens (é, gente, assisti em quatro meses o que as pessoas comuns levaram 10 anos assistindo), me peguei pensando no quanto me pareço e o que tenho de mais diferente de cada um deles. E me fiz a proposta de começar uma melhora imediata em características que não gosto de ter. Vamos lá?
Eu quero ser menos Mônica na vida. Confesso que essa personagem cheia de manias, doente por ordem e limpeza e extremamente perfeccionista e competitiva às vezes se apossa de mim. Sai pra lá, Mônica, eu não quero ser assim.
Também quero ser menos Phoebe. Ela se contenta em fazer um trabalho que não lhe atrai e perde a paciência muito fácil. Eu realmente ando meio intolerante de uns tempos para cá.
O lado Rachel é o mais fácil de deixar de lado, mas uma veia consumista pulsa em mim quando me deparo com a bendita palavra "Liquidação" em alguma vitrine.
Em compensação, a Mônica tem uma qualidade que me agrada muito: ela não se deixa abater: foi gordinha na adolesência, desprezada pelo garoto que amava na escola, sua mãe sempre deixou claro que ela não era a preferida, ela descobriu que não podia ter filhos (seu maior sonho) e nada disso a abalou. Ela seguiu em frente e nunca se contentou com as coisas pela metade.
Já a Rachel tem meu lado apaixonado: namora quem realmente gosta, vibra quando acontece algo bom, fica profundamente deprimida quando algo ruim ocorre e trabalha com o que mais ama (e o que eu mais amo também): moda.
A Phoebe, admito, é minha preferida entre os seis personagens. Ela tem muitas características que não tenho e adoraria ter. Um jeito despreocupado de viver, algo "deixa a vida me levar", sem dramas nem discussões profundas, mas com um jeito de acreditar que as coisas vão dar certo no final. Ela é praticamente minha amiga Carol. Outra qualidade é que ela fala absolutamente tudo o que pensa, sobretudo quando algo a incomoda. E grita quando tem vontade. Isso eu admiro! rs Ah, nós temos uma coisa em comum: não tocamos nada de violão e somos horrivelmente desafinadas.
Taí, "filosofando" (não me mate, cunhada filósofa, estou brincando) sobre Friends, eu diria que quero ser mais Phoebe nessa vida! E você?
segunda-feira, 13 de setembro de 2010
Dia de princesa. Pero no mucho
Para uma segunda-feira, até que está bom. Hoje fui a um almoço pra lá de especial na loja Scandinavia Design, em que, entre os convidados, se encontrava (detesto ênclises, detesto ênclises, detesto ênclises. Encontrava-SE é muito feio) o príncipe Joachim da Dinamarca. Para minha alegria pessoal, pois quem nunca teve curiosidade de ver de perto como é um príncipe DE VERDADE? E também para minha satisfação profissional, pois consegui falar por alguns minutos a sós com o herdeiro real. Elegante no vestir, fino no trato, gentil ao compreender meu nervosismo que não permitiu que o chamasse de Sua Alteza, mas usasse um simples "you" ao abordá-lo. Assim é o príncipe. :-) Está certo que ao sair do almoço, vim direto para o "tronco" (vulgo, redação...rs) e estou trabalhando até agora. Mas é por esses acontecimentos que vale muito à pena ser jornalista. Ah, sexta-feira dei uma esticadinha à Casa Cor do RJ, que está linda! Outra razão para comemorar o trabalho nosso de cada dia. E agora, no fim do dia, mais um motivo para fazer sonhar qualquer princesa da vida real: a coleção cruise 2011 (de alto verão, para quem não é do ramo), da Louis Vuitton, está para chegar às lojas brasileiras. Veja nas fotos e diga a verdade: se não é digno de uma princesa contemporânea, no mínimo reverencia uma das mulheres mais lindas que já passaram por Saint-Tropez (e Búzios e o resto do mundo): Brigitte Bardot. Para sonhar (se você não tiver salário suficiente para comprar) á vontade.
Eu queroooo!!!
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
A Vida portuguesa
Entrar na butique A vida portuguesa é voltar no tempo. “Acreditamos que objetos são capazes de contar extraordinárias e reveladoras histórias. Sobre um povo e os seus gostos peculiares, sobre uma sociedade e o seu contexto, sobre uma história que é afinal uma identidade comum. E, porque conhecemos – como não? – o infinito poder da saudade, outorgamos também aos objetos esse condão mágico de, como uma certa madalena, acordar sensações e lembranças em cada um de nós. Revelar-nos, portanto. A Vida Portuguesa nasceu com a vontade de inventariar as marcas sobreviventes ao tempo, a intenção de revalorizar a qualidade da produção portuguesa manufaturada e o desejo de revelar Portugal de forma surpreendente”.
Não é linda essa descrição? Tirada ipsis literis do site dessa charmosa e nostálgica lojinha do Chiado, em Lisboa, ela define bem o espírito da butique que vende objetos com design que já tinha entrado em extinção.
A ideia genial partiu da jornalista lisboeta Catarina Portas, 41 anos. “Comecei a fazer pesquisas para um livro sobre a vida quotidiana em Portugal no século XX. E quando comecei a investigar marcas, fábricas e produtos antigos portugueses, percebi a quantidade de produtos que existiam ainda com embalagens originais (dos anos 20, 30, 40, 50, 60) mas também a rapidez com que estavam desaparecendo. Pareceu-me que esse design histórico do quotidiano, tão ingênuo e divertido, poderia ser uma vantagem no contexto atual, onde o design está tão valorizado”, explicou com exclusividade ao Só Porque Eu Gosto.
Ela conta que a loja oferece mais de 4.000 artigos diferentes, todos de criação portuguesa, a grande maioria vinda de manufaturas (abaixo a massificação!) e 100% deles vêm em sua embalagem original. Vintage é chic! “São produtos que lembram o quotidiano de uma época e revelam a alma do país”, resume Catarina. Entre tanta variedade – que inclui detergentes, cera, sabonetes, produtos alimentares, enfeites e bijuterias – ela destaca os brinquedos de madeira coloridos, que adorava ganhar de presente na infância, e as andorinhas, ícones que o povo português adotou para decorar fachadas, varandas e interiores em todo o país e que Catarina escolheu como símbolo de sua charmosa lojinha, que funciona em uma construção de 1905 e tem uma decoração pra lá de especial. Confira nas fotos!
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